São
vários o João que acusam na história como Santos e Padroeiros de alguma
entidade ou Instituição, no entanto, esta variedade não é tanta quando se trata
do possível padroeiro da Maçonaria. Há três vertentes sobre o verdadeiro
padroeiro da Maçonaria e por conta disso a dificuldade de se definir ao certo
qual dos João é o padroeiro da Sublime Ordem. Tenho a minha preferência, e essa
é a tônica dos artigos pesquisados, e após estudo na rede internacional de
computadores é o que parecer ser a tônica das pesquisas, ou seja, a fonte de
opção de qual dos João é o verdadeiro padroeiro dos maçons passa por uma
escolha mais de ordem pessoal do que praticamente científica.
Corrobora
com esta minha análise o que ensina o Ir.’. José Roberto Cardoso da Augusta e
Regular Loja Simbólica Estrela D’Alva, n. 16, das Grandes Lojas Maçônicas do
Distrito Federal, que publicou em seu Blog interessante artigo abordando a
escassez de material na nossa cultura ocidental sobre o Patrono da Maçonaria
ser, como cem por cento de certeza, São João Esmoler, ou de Jerusalém, como
preferirem porque é a mesma pessoa.
Ressalta
o autor que “No hemisfério sul há carência de documentos, obras literárias e
científicas bem fundamentadas sobre a Arte Real para serem manuseadas e
analisadas.”
Importante
ressaltar que o texto referido do Ir.’. das Grandes Lojas Maçônicas do Distrito
Federal apresenta base bibliográfica o que demonstra maturidade e
responsabilidade acadêmica no trato do estudo sobre os mistérios da Sublime
Ordem. Para registro, as teorias antes aventadas de que há três possíveis
patronos da Maçonaria apontam da seguinte forma para cada um dos Santos. A
primeira vertente aponta como padroeiro da maçonaria o João Batista, primo de
Jesus Cristo, denominado batista por que era aquele que batizava no Rio Jordão
e trazia a boa nova, qual seja, a vinda do nosso salvador Jesus Cristo. Essa
primeira corrente pode subdividi-la em duas, naqueles que associam João Batista
como padroeiro de nossa ordem pela forma como foi morto, pois foi decapitado
pela vontade e luxúria de Salomé, sobrinha do Rei, que queria ter com João
Batista, sendo ele fiel a seus princípios negou a vontade da sobrinha do Rei,
perdendo por conta dessa negativa a sua cabeça pela decapitação. Já a segunda,
bem lógica por sinal, vincula o nascimento de João Batista em 24 de junho ao
nascimento das Grandes Lojas Inglesas em 24 de junho de 1717.
Já
a segunda vertente versa sobre João Evangelista, o discípulo de Jesus Cristo
que escreveu três livros importantes do Livro da Lei, entre eles o Livro do
Apocalipse. Essa teoria do João Evangelista como padroeiro vincula a data de 27
de dezembro como a data de seu nascimento. Coincidentemente, ambas as datas,
tanto 24 de junho quanto 27 de dezembro vincula-se o primeiro ao equinócio de
inverno no hemisfério norte e o solstício de verão no hemisfério sul. Sendo
estas datas então consideradas pela Maçonaria como de suma importância porque
trata de um astro importante que emite luz, ou seja, o sol, contra as trevas, o
que a Sublime Ordem combate.
A
tradição versa sobre a comemoração das datas do deus Janio que na forma pagã
era comemorada na data dos equinócios tanto de inverno quanto de verão, cultura
pagã que o Cristianismo tratou de subtrair impondo datas comemorativas iguais,
mas com cunho Cristão.
Nessa
luta a igreja teve que adotar determinados costumes e incutir na cabeça dos
soldados romanos a idéia de que Jesus havia nascido no mesmo dia em que nasceu
o “Sol Invictus”. Aliás, a grande maioria dos deuses pagãos da antiguidade
tinham seus nascimentos comemorados no solstício de Inverno.
A
terceira teoria vincula como padroeiro da Maçonaria o Santo canonizado pelo
Papa no século VII, chamado de São João Esmoler, ou São João de Jerusalém.
Passo a explicar os motivos pelos quais me vinculo a esta teoria.
A
história relata que no ano 500 d.c, na Ilha de Chipre, nasceu o filho do Rei
que ao longo de sua vida dedicara a benevolência e benfeitorias, assim como ao
exercício da ponderação e tolerância. Esse príncipe cresce e na vida adulta
perde por doença grave esposa e dois filhos retomando com esta perda o antigo
sonho de dedicar-se a benevolência. Com isso assume definitivamente o dom do
sacerdócio, vinculando-se a Ordem Benenditina.(5) Por suas obras vinculadas ao
cuidado de visitantes que se lançavam a visitar a Terra Santa foi canonizado
pelo papa no Século VII.
Já
no século XI com as Primeiras Cruzadas houve a necessidade de amparar os fieis
do Cristianismo que se lançavam a Terra Santa para a visita ao Santo Sepulcro
porque havia na época saques e violência de toda ordem lançadas e decorrentes
da guerra entre Muçulmanos e Cristãos.
A
Ordem de Malta (oficialmente Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João
de Jerusalém, de Rodes e de Malta, também conhecida por Ordem do Hospital,
Ordem de S. João de Jerusalém, Ordem de S. João de Rodes, etc.), era uma ordem
católica que começou como uma Ordem Beneditina fundada no século XI na Terra
Santa, durante as Cruzadas, mas que rapidamente se tornaria numa Ordem militar
cristã, numa congregação de regra própria, encarregada de assistir e proteger
os peregrinos àquela terra.
Então
no ano aproximado de 1099 foi criada, na cidade de Jerusalém, a Ordem dos
Templários Hospitaleiros, com cunho na história e ensinamentos deixados pelo
Santo Beneditino São João de Jerusalém, ou São João Esmoler. Esse Santo se
aproxima da Maçonaria hora pela sua benemerência e pela criação da hospitalaria
presente até os dias de hoje na Sublime Ordem. Em 1797 era comum o tratamento
oficial entre Lojas Maçônicas da seguinte forma: ‘Da Loja do Santo João de
Jerusalém, sob o nome distintivo de _________Loja Nº __________.’
Questionamento
realizado para o visitante nos trabalhos na Oficina. Também se aproxima da
Maçonaria este Santo por conta da reconstrução dos templos destruídos dos
Maçons que ele ordenou a reconstrução, vejamos que no:
No
manual de Bezot, ele escreveu suas razões para pensar que este Santo era o
patrono original da Maçonaria e, assim, o santo mencionado na Loja do Santo São
João: ‘Ele deixou seu país e a esperança de um trono para ir a Jerusalém, a
quem ele generosamente ajudou e assistiu os cavaleiros e peregrinos. Ele fundou
um hospital e organizou uma fraternidade para assistir aos cristãos doentes e
feridos, e prestar ajuda pecuniária aos peregrinos que visitavam o Santo
Sepulcro. São João, que era digno de se tornar o patrono de uma sociedade cujo
único objeto é a caridade, expôs sua vida mil vezes em prol da virtude. Nem a
guerra, nem a peste, nem a fúria dos infiéis, podia impedir suas atividades de
benevolência. Mas a morte, finalmente, o impediu no meio de seus trabalhos. No
entanto, ele deixou o exemplo de suas virtudes aos Irmãos, que fizeram seu
dever esforçar-se por imitá-las. Roma o canonizou com o nome de São João, o
Esmoler ou São João de Jerusalém, e os Maçons – cujos templos, destruídos pelos
bárbaros, que ele fez reconstruir – o selecionaram por unanimidade como seu
patrono.’
Esse
texto foi escrito por um dos primeiros Maçons Franceses da História, conforme o
artigo publicado pelo Ir.’. Bezot. São João Esmoler era conhecido pela
propagação da ponderação e da tolerância. Na Alexandria resolvia conflitos com
base nesses dois princípios que são elementos preponderantes na Sublime Ordem
hoje.
Todas
as quartas e sextas-feiras João se sentava no banco do lado de fora da igreja,
apaziguava brigas, arbitrava as disputas, dava conselhos, ouvia as reclamações
dos necessitados e procurava corrigir os erros e neutralizar o ódio que estavam
prejudicando aquelas pessoas. Ninguém era insignificante para não ter a sua
atenção. Desarmava sempre os inimigos usando sua humildade e as vezes até se
ajoelhava a seus pés para pedir perdão.
São
João de Jerusalém foi escolhido Padroeiro da Maçonaria porque seus ideais eram
idênticos aos ideais Maçônicos como a fraternidade, a liberdade e a igualdade:
“São João foi escolhido como patrono da Maçonaria devido aos seus ideais que
combinavam com a doutrina maçônica. É por essa razão que todas as Lojas são
abertas e dedicadas em sua homenagem.” Logo, posiciono-me no sentido de
concordar com os Irmãos que se vinculam a teoria de que São João o Esmoler é o
padroeiro da Maçonaria.
Eis
aí, portanto, a razão das Lojas maçônicas, até hoje, serem conhecidas como
Lojas de São João. Vem desses irmãos cavaleiros, não só a tradição
arquitetônica, propriamente dita, aplicada especialmente na construção de
asilos, hospitais, mosteiros e outras obras públicas, mas principalmente a
atuação filantrópica que se observa na Ordem maçônica. Tanto que Lojas de hoje
ainda se mantém a tradição de nomear um irmão “hospitaleiro” para recolher as
contribuições dos irmãos para o “hospital”.
Logo,
desde então, se mantém a tradição de que as Lojas, quando iniciados os
trabalhos e quando finalizados evoca-se a São João, sendo então João de
Jerusalém, pessoa integra que dedicara a vida a fazer o bem as pessoas, como o
exercício da ponderação, benevolência e a tolerância. Sejamos então mais
tolerantes Ir.’..
Tiago
Oliveira de Castilhos, A.'.M.'.
A.:R.:L.:S.:
Sir Alexander Fleming 1773, Porto Alegre - Rio Grande do Sul, Grande Oriente do
Brasil
NOTAS:
CARDOSO,
José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível
em: http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014).
CARDOSO,
José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono.
http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014)
REIS,
Sérgio Crisóstomo dos. A Maçonaria de São João. Disponível em:
http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/9-a-maconaria-de-sao-joao.html
(acesso em: 23 de abr. 2014)
CARDOSO,
José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível
em:
http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014).
CARDOSO,
José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível
em: http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014).
Cavaleiros
de Malta: Ordem da Cruz. Disponível em:
http://ordemdacruz.webnode.com.br/malt%C3%AAses/ (acesso em 23 abr. 2014)
Cavaleiros
de Malta: Ordem da Cruz. Disponível em:
http://ordemdacruz.webnode.com.br/malt%C3%AAses/ (acesso em 23 abr. 2014)
HALPAUS,
Ed. Da Loja do Santo João de Jerusalém. Tradução e José Filardo, p. 1.
Disponível em:
http://bibliot3ca.wordpress.com/da-loja-do-santo-sao-joao-em-jerusalem/ (acesso
em: 21 abr. 2014 - In: Mackey’s Encyclopedia of Freemasonry – Clegg Edition
Volume)
HALPAUS,
Ed. Da Loja do Santo João de Jerusalém. Tradução e José Filardo, p. 1 e 2.
Disponível em:
http://bibliot3ca.wordpress.com/da-loja-do-santo-sao-joao-em-jerusalem/ (acesso
em: 21 abr. 2014)
Além
do último grau: São João de Jerusalém. Disponível em:
http://alemdoultimograu.blogspot.com.br/2013/01/sao-joao-de-jerusalem.html
(acesso em: 21 abr. 2014)
Além
do último grau: São João de Jerusalém. Disponível em: http://alemdoultimograu.blogspot.com.br/2013/01/sao-joao-de-jerusalem.html
(acesso em: 21 abr. 2014)
CARDOSO,
José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível
em: http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014).
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