Por Nuno Raimundo
A
música que hoje publico, “Los Hermanos”, e que em relação à qual poderia ter
feito a sua respetiva análise quanto à simbólica maçônica que se pode encontrar
nela, não a farei.
E
não a farei apenas porque o simbolismo intrincado nela é bastante explícito,
bem como quero deixar ao critério de quem a ouve ou mais abaixo lê a sua letra,
fazer esse tipo de exercício.
Esta
canção pertence a um autor, compositor e músico argentino que nunca foi membro
da Maçonaria, tendo sido inclusive
perseguido e encarcerado pelo regime de Juan Domingo Péron (que era maçom) por
ter pertencido durante algum tempo ao Partido Comunista Argentino.
O
autor desta canção, o argentino Héctor Roberto Chavero (31/01/1908-23/05/1992),
mais popularmente conhecido por “Atahualpa Yupanqui”, legou-nos uma música que
eu não poderia deixar de salientar neste espaço e também de a enaltecer, dada a
beleza e o sentido fraterno contidos
nela.
(Para
quem afirmou acima que não faria qualquer análise, expresso aqui uma dica
quanto a algum simbolismo que se possa encontrar implícito na canção).
A
letra da canção que mais abaixo se encontra publicada, está no seu castelhano
original e dada a familiaridade entre a língua portuguesa e a língua espanhola,
creio que também será fácil a quem ler a respetiva letra, efetuar a sua
tradução e compreender o que está escrito, caso contrário, tem a possibilidade de aceder a uma tradução
desta canção aqui .
Assim,
deixo-vos uma das mais bonitas composições que já tive a oportunidade de
conhecer e que encerra em si algum tipo de simbolismo maçônico:
“Yo
tengo tantos hermanos
Que
no los puedo contar
En
el valle, la montaña
En
la pampa y en el mar
Cada
cual con sus trabajos
Con
sus sueños, cada cual
Con
la esperanza adelante
Con
los recuerdos detrás
Yo
tengo tantos hermanos
Que
no los puedo contar
Gente
de mano caliente
Por
eso de la amistad
Con
uno lloro, pa llorarlo
Con
un rezo pa rezar
Con
un horizonte abierto
Que
siempre está más allá
Y
esa fuerza pa buscarlo
Con
tesón y voluntad
Cuando
parece más cerca
Es
cuando se aleja más
Yo
tengo tantos hermanos
Que
no los puedo contar
Y
así seguimos andando
Curtidos
de soledad
Nos
perdemos por el mundo
Nos
volvemos a encontrar
Y
así nos reconocemos
Por
el lejano mirar
Por
la copla que mordemos
Semilla
de inmensidad
Y
así, seguimos andando
Curtidos
de soledad
Y
en nosotros nuestros muertos
Pa
que nadie quede atrás
Yo
tengo tantos hermanos
Que
no los puedo contar
Y
una novia muy hermosa
Que
se llama ¡libertad!”
Também
eu, tal como Héctor Roberto Chavero, tenho tantos irmãos que não os conseguirei
contar, cada um com o seu trabalho, com o seu feitio, com as suas
singularidades pessoais, guardando na lembrança os que já partiram e auxiliando
os que ainda por cá se encontram; semeando a fraternidade, caminhamos juntos e
livres, alimentados pela esperança de um dia podermos vir a criar um mundo que
seja melhor…para todos!
FONTE:
A PARTIR PEDRA
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