
“A África continuará como prioridade de meu mandato. Eu participarei da reunião da União Africana no fim de janeiro e também viajarei ao Chifre da África”, disse.
A região, composta por quatro países (Etiópia, Quênia, Somália e Djibouti), abriga mais de 13 milhões de pessoas. No último ano, a área enfrentou a maior seca dos últimos 60 anos e provocou, junto a conflitos locais, uma onda de deslocados internos na Somália.Leia mais
Dezenas de milhares de somalis buscaram segurança e alimentos na capital Mogadíscio, enquanto outros fugiram do país para campos de refugiados no Quênia.
Graziano, eleito para o cargo em junho passado, é o primeiro representante da América Latina no comando da agência. O brasileiro substituiu o senegalês Jacques Diouf, que liderou a organização de luta contra a fome, problema que atinge quase um bilhão de pessoas em todo o mundo, por 17 anos.
O ex-ministro da Segurança Alimentar e do Combate à Fome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e responsável pelo programa “Fome Zero”, destacou que pretende “reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem com a fome” no mundo. Ele também prometeu aumentar os recursos destinados à África.
A FAO pediu à comunidade internacional para não financiar apenas uma ajuda emergencial contra o problema, mas que também invista na agricultura a longo prazo para evitar a repetição de crises alimentares e volatilidade nos preços destes itens. “Nós acreditamos que os preços não vão subir, mas também não devem descer rapidamente. Haverá reduções, mas não será uma queda drástica, a volatilidade vai continuar”, afirmou.
Durante a publicação de seu índice sobre preços de alimentos em novembro, a FAO previu uma manutenção dos valores a um nível elevado em 2012. A organização salientou ainda que o custo dos alimentos subiu em mais de um terço durante o ano passado nos países mais pobres.
Fome Zero
Questionado sobre o exemplo do Brasil no combate à fome, Graziano disse ser “muito importante que cada país encontre seu próprio caminho” para o problema. Segundo ele, o caso brasileiro “deve ser adaptado para os sistemas locais para funcionar”. “Não há mágica para combater a fome”, alertou.
“Esta não é uma função unicamente dos governos, mas também da sociedade civil e do setor privado. Também precisamos da ajuda de igrejas e sindicatos na luta contra a fome”, acrescentou.
O brasileiro destacou ainda a necessidade de aumentar a eficiência da própria FAO, muitas vezes criticada por seu caráter burocrático.
Ao longo da coletiva, Graziano também manifestou preocupação com a situação na Síria. “Toda vez que há um conflito interno em um país, o nosso trabalho fica mais difícil e enfrentamos problemas de segurança alimentar.”
Com informações AFP.
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