A Maçonaria nas Ruas de Gramado: Um Legado Escondido nos Nomes


Da Redação

A cidade de Gramado, localizada na Serra Gaúcha, é conhecida por seu charme europeu, suas belas paisagens e pelo famoso Natal Luz. No entanto, para aqueles que conhecem os símbolos e a história da Maçonaria, há algo mais a ser descoberto nas ruas desta cidade. Um curioso conjunto de nomes de logradouros faz referência direta à estrutura administrativa de uma Loja Maçônica, refletindo a presença e influência da Maçonaria na região.

As Travessas Maçônicas e a Rua Acácia Negra

Em um bairro específico de Gramado, algumas travessas foram nomeadas com títulos maçônicos distintos: Travessa do Orador, Travessa do Hospitaleiro, Travessa do Secretário, Travessa do Arquiteto, Travessa do Chanceler e Travessa do Escocês. Todas essas vias são transversais da Rua Acácia Negra, um nome que também carrega um profundo simbolismo dentro da Maçonaria.

A acácia é uma árvore associada à imortalidade e ao renascimento espiritual, sendo um dos símbolos mais importantes da Ordem. A Rua Acácia Negra, portanto, pode ser interpretada como um caminho simbólico, onde suas travessas representam diferentes funções e responsabilidades dentro de uma Loja Maçônica.

O Significado dos Nomes

Orador: Responsável por interpretar e zelar pela legalidade dos trabalhos na Loja.

Hospitaleiro: Cuida dos auxílios e obras de caridade.

Secretário: Gerencia a documentação e os registros da Loja.

Arquiteto: Relacionado ao planejamento e à edificação simbólica.

Chanceler: Encabeça os registros administrativos e comunicações formais.

Escocês: Possível referência ao Rito Escocês Antigo e Aceito, um dos principais sistemas rituais da Maçonaria.

No final da Rua Acácia Negra, encontra-se a Praça Cônego das Mercês, o que pode sugerir um encontro simbólico entre a espiritualidade e a tradição maçônica.

As Ruas dos Vigilantes e do Venerável

Além das travessas mencionadas, há outras ruas que reforçam essa conexão maçônica na cidade. À direita da Avenida Coronel Diniz, encontramos a Rua do Vigilante, que se cruza com a Rua do Venerável. Essas denominações remetem a dois dos principais cargos dentro de uma Loja:

Vigilante: Há dois Vigilantes em uma Loja, o Primeiro e o Segundo, responsáveis pelo acompanhamento dos trabalhos e pela instrução dos aprendizes.

Venerável: O líder da Loja, aquele que preside os trabalhos e simboliza a autoridade máxima na administração da Oficina.

A Rua Coluna do Norte

No Bairro Floresta, encontramos a Rua Coluna do Norte, um nome que também ressoa fortemente dentro da tradição maçônica. Em uma Loja, as colunas são referências fundamentais:

A Coluna do Norte representa o caminho do aprendizado e da busca pelo conhecimento, associada aos Aprendizes.

A Coluna do Sul está relacionada ao aperfeiçoamento e à sabedoria dos Companheiros.

A Coluna do Meio está ligada ao equilíbrio e à maestria dos Mestres Maçons.

O nome Coluna do Norte, portanto, pode representar a jornada iniciática daqueles que buscam ingressar no caminho do conhecimento e da construção interior.

A presença de nomes maçônicos em diversas ruas e travessas de Gramado revela um legado discreto, mas significativo, da Maçonaria na cidade. Esses logradouros não apenas homenageiam a Ordem, mas também oferecem um mapa simbólico para aqueles que conhecem sua estrutura e filosofia. Para os visitantes atentos, essas ruas são mais do que simples endereços: são um reflexo da influência maçônica na cultura e na história da região.

  

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