Silêncios de Novembro – Reflexão Maçônica sobre o Dia de Finados

Por Luiz Sérgio Castro

O dia 2 de novembro amanhece envolto por um véu de serenidade.

O sol surge mais brando, como se respeitasse o recolhimento das almas que recordam e das lembranças que retornam. É o Dia de Finados — data em que a humanidade se curva diante do mistério da passagem, e em que o maçom, em especial, contempla o símbolo maior da transformação: o retorno à Grande Oficina do Oriente Eterno.

Nos cemitérios, entre flores e preces, multiplicam-se histórias que o tempo não apagou. Cada pedra guarda um nome e uma trajetória — obras interrompidas na terra, mas talvez continuadas em planos que não alcançamos com os olhos, apenas com o coração.

Para nós, iniciados, a morte não é o fim, mas o limiar de uma nova jornada.

Aprendemos nos trabalhos da Loja que a Luz jamais se extingue — apenas se recolhe a outro ponto do Universo. O corpo perece, mas a centelha divina que habita o homem, essa permanece viva, aguardando o chamado do Grande Arquiteto do Universo.

O Dia de Finados, portanto, não é apenas de saudade. É também de gratidão.

Gratidão pelos que partiram, deixando-nos exemplos e ensinamentos; gratidão pela oportunidade de seguir edificando o templo interior, conscientes de que cada pedra bem talhada aqui ecoa em eternidade.

Quando o sol se põe e o silêncio se estende sobre as alamedas dos cemitérios, o maçom compreende que a vida é o mais sagrado dos rituais.

E que honrar a memória dos que nos antecederam é continuar construindo — com fé, esperança e amor fraternal — o edifício moral da humanidade.

Assim, neste 2 de novembro, não há escuridão, mas apenas luz velada.

Porque onde há lembrança sincera, há vida. E onde há vida, há sempre a presença discreta e eterna do Grande Arquiteto do Universo.

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