A Fuga de Bento Gonçalves do Forte do Mar: Um Marco na História Farroupilha


Da Redação

No dia 10 de setembro de 1837, a história do Brasil testemunhou um episódio marcante ligado à Revolução Farroupilha: a fuga de Bento Gonçalves da Silva, líder farroupilha, do Forte do Mar, na Bahia. O acontecimento não só reforçou a determinação dos revolucionários gaúchos em sustentar a causa republicana, como também revelou a influência decisiva da Maçonaria na luta pela liberdade.

 O Contexto da Revolução Farroupilha

Àquela altura, a chamada República Rio-Grandense já se encontrava organizada como um Estado independente em pleno funcionamento. Dispunha de ministérios, moeda própria, brasão e pavilhão, consolidando-se como um governo paralelo em confronto direto com o Império do Brasil. Contudo, seu maior líder, Bento Gonçalves, permanecia distante do cenário político e militar, mantido prisioneiro pelas forças imperiais.

 O Cativeiro e a Tentativa de Envenenamento

Encerrado no Forte do Mar, em Salvador, Bento Gonçalves vivia sob constante vigilância. Certo dia, recebeu uma simples empada como presente. Antes de consumi-la, ofereceu um pedaço a um cachorro que o acompanhava. O animal morreu envenenado, deixando claro que a vida do chefe farroupilha estava sob iminente perigo. Esse episódio foi decisivo para que Bento tomasse a decisão de acelerar os planos de fuga.

 A Noite da Fuga

Na madrugada de 10 de setembro de 1837, os acontecimentos se precipitaram. Quando o oficial de dia e o comandante da guarda deram pela ausência do prisioneiro, era tarde demais. A pólvora do paiol havia sido misteriosamente molhada, impossibilitando qualquer reação imediata da tropa imperial. Sob a escuridão da noite, em horário previamente combinado, Bento Gonçalves lançou-se ao mar e foi recolhido por um bote que o aguardava.

 O Papel da Maçonaria

A fuga de Bento Gonçalves não teria sido possível sem a atuação discreta, mas eficaz, dos maçons baianos. Irmãos de fraternidade do líder farroupilha, eles organizaram a operação de resgate e garantiram que tudo ocorresse conforme o planejado. A solidariedade maçônica foi fundamental para que Bento escapasse da prisão e pudesse retomar sua participação no movimento farroupilha.

 Significado Histórico

A fuga do Forte do Mar tornou-se um dos episódios mais simbólicos da Revolução Farroupilha, não apenas pela audácia e coragem envolvidas, mas também por demonstrar a rede de apoio nacional que os farroupilhas possuíam. Ao reencontrar seus companheiros de luta, Bento Gonçalves reforçou o espírito republicano que sustentaria a guerra civil no sul do Brasil até 1845.

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