Da Redação
A Maçonaria, desde seus primórdios, sempre
esteve atenta aos sinais dos tempos. Se no passado seus ensinamentos eram
transmitidos à sombra das catedrais, hoje vivemos uma era em que o espaço
digital tornou-se um novo campo de ação. Nesse cenário, surge uma reflexão
inevitável: como os Maçons podem utilizar a internet de forma digna,
construtiva e fiel aos valores da Ordem?
A Tradição e o Mundo Virtual
O compasso e o esquadro, símbolos universais da
Maçonaria, representam o equilíbrio entre a razão e a moral, o limite e a
expansão. No entanto, quando transpostos ao mundo digital, esses instrumentos
ganham novos significados.
Assim como o pedreiro ergue templos de pedra, o
Maçom moderno é chamado a edificar templos virtuais de sabedoria, ética e
fraternidade. Cada postagem, comentário ou publicação nas redes sociais pode
ser uma pedra acrescentada a esse grande edifício invisível.
O Desafio da Exposição
Com a internet, símbolos outrora restritos às
colunas do Templo tornam-se de fácil acesso a todos. Esse fenômeno gera
desafios: de um lado, a oportunidade de difundir valores como liberdade,
igualdade e fraternidade; de outro, o risco da banalização e do mau uso da
imagem da Maçonaria.
Cabe ao Maçom discernir o que pode ser
compartilhado sem comprometer a sacralidade da Instituição, lembrando sempre
que a discrição é uma virtude fundamental.
A Construção de Templos Virtuais
Construir templos virtuais não significa
revelar segredos ou expor o que é reservado. Trata-se de:
Produzir conteúdo que inspirem o estudo, a
reflexão e a prática das virtudes;
Criar espaços de diálogo respeitoso, livres de
paixões políticas e ataques pessoais;
Utilizar a linguagem simbólica para transmitir
mensagens atemporais em um formato moderno;
Transformar a internet em um espaço de Luz,
onde a sabedoria substitua a ignorância e a fraternidade vença a discórdia.
A Responsabilidade do Maçom na Era Digital
Vestir o avental não é apenas um ato dentro da
Loja. É um compromisso que se estende à vida profana — inclusive ao mundo
virtual.
Cada Maçom é responsável pela imagem que
projeta da Ordem. A internet pode ser uma poderosa ferramenta de construção,
mas também pode se tornar instrumento de destruição quando usada de maneira
imprudente. O silêncio reflexivo, quando necessário, ainda é mais eloquente do
que mil palavras vazias.
O compasso, que delimita e orienta, pode ser
visto como a medida do que compartilhamos online; o esquadro, que ensina a agir
corretamente, deve guiar nossas postagens e interações.
Assim, o Maçom do século XXI é convidado a ser
construtor também no mundo digital, erguendo templos invisíveis de sabedoria,
ética e fraternidade.
Afinal, a internet é apenas mais uma arena onde podemos praticar a eterna missão da Ordem: iluminar a humanidade com a Luz da Verdade.
3 Comentários
Realmente temos que aprender a divulgar nossos ensinamentos na abobóda virtual, mantendo a discrição sem revelar os segredos enquanto mantemos a proximidade com o irmão como se fosse dentro do templo físico.
ResponderExcluirExcelente !
ResponderExcluirExcelente reflexão! A forma como o texto relaciona o compasso e a internet, mostrando que mesmo no ambiente digital precisamos buscar equilíbrio, ética e fraternidade, é extremamente atual e necessária. A lembrança de que até o silêncio pode ser construtivo diante do excesso de informações é um ponto que merece destaque, pois reforça a importância de usarmos as ferramentas modernas sem perder os valores essenciais.
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