Efemérides Maçônicas – 16 de Junho: Um Dia de Transformações e Pioneirismo




Efemérides Maçônicas – 16 de Junho

O dia 16 de junho marca importantes acontecimentos na história da Maçonaria universal. Nesta data, celebramos a memória de irmãos que deixaram legados duradouros, tanto na condução institucional da Ordem quanto em feitos notáveis que atravessaram os mares e os séculos. De reorganizações nas grandes lojas da França ao pioneirismo da aviação portuguesa, as efemérides maçônicas deste dia são testemunho da influência e presença ativa da Maçonaria nos rumos da história.

1771 – Morte de Louis de Bourbon, Duque de Clermont: o Fim de um Ciclo na Maçonaria Francesa

Em 16 de junho de 1771, faleceu o Irmão Louis de Bourbon, Duque de Clermont, então Grão-Mestre da Grande Loja da França. Sua morte encerra um período conturbado, porém decisivo, para a Maçonaria francesa.

Desde 1756, sob sua liderança, a Grande Loja rompeu com a tutela inglesa e passou a adotar princípios próprios, inspirados nas Constituições de Anderson, numa tentativa de criar uma Maçonaria verdadeiramente nacional. No entanto, o conde de Clermont, conhecido por sua passividade — “esta massa pesada”, segundo epigrama da época — mostrou-se negligente com as necessidades administrativas da Ordem.

A nomeação de Lacorne como substituto geral gerou dissidências, acirradas em 1762 com sua destituição. O sucessor, Chaillon de Jonville, tentou restabelecer a ordem e a união com novos regulamentos, mas as divisões internas persistiram. O verdadeiro sopro de renovação só veio após a morte de Clermont, quando a Maçonaria francesa iniciou um processo de reestruturação que culminaria na criação do Grande Oriente da França.

1805 – Eugênio de Beauharnais: Vice-Rei da Itália e Grão-Mestre Maçom

Em 16 de junho de 1805, Eugênio de Beauharnais prestou juramento como Vice-Rei da Itália, nomeado por seu padrasto, o Imperador Napoleão Bonaparte. Poucos dias depois, ele seria eleito Grão-Mestre do Grande Oriente da Itália.

Nascido em Paris, em 1781, Eugênio era filho de Alexandre de Beauharnais e da futura imperatriz Josefina. Seu nome está ligado tanto à história política quanto à história da Maçonaria na Península Itálica. Sua gestão como Grão-Mestre marcou um período de alinhamento entre os ideais maçônicos e o projeto político napoleônico, promovendo reformas, apoio às artes e ao progresso científico.

Eugênio também é lembrado na história brasileira por ser pai de Amélia de Leuchtenberg, a segunda imperatriz do Brasil, esposa de Dom Pedro I.

1922 – A Travessia do Atlântico Sul: Gago Coutinho e Sacadura Cabral

Em 16 de junho de 1922, o mundo assistia à conclusão de um feito extraordinário: a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, realizada pelos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, a bordo do hidroavião Lusitânia.

O Irmão Carlos Viegas Gago Coutinho, nascido em Lisboa em 1869, não era apenas um aviador e oficial da Marinha; era também um destacado maçom e cientista. Com o apoio da navegação astronômica e de um inovador sextante com horizonte artificial, ele e Sacadura demonstraram a viabilidade de voos transoceânicos com precisão. A jornada começou em Lisboa e terminou no Rio de Janeiro, atravessando o oceano e os limites da tecnologia da época.

A façanha, além de fortalecer os laços luso-brasileiros, foi saudada por Lojas Maçônicas em ambos os lados do Atlântico como exemplo de coragem, engenhosidade e fraternidade universal.

Um Legado de Transformação

As efemérides de 16 de junho lembram-nos que a história da Maçonaria é também a história das grandes mudanças sociais, políticas e culturais do mundo. Da reorganização institucional da Maçonaria francesa à travessia aérea pioneira do Atlântico, passando pela liderança de um príncipe europeu comprometido com os ideais maçônicos, este dia ressoa como símbolo de renovação, coragem e visão.

Que os irmãos de ontem inspirem os trabalhos dos irmãos de hoje e os passos dos construtores do futuro.


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