Efemérides Maçônicas do Dia 20 de Abril


Da Redação 

O dia 20 de abril carrega significativas efemérides para a história da Maçonaria, refletindo tanto o prestígio de figuras notáveis quanto os embates históricos da Instituição com a Igreja Católica. Esta data nos remete a eventos que ilustram o papel central da Maçonaria na construção de identidades nacionais e os desafios enfrentados no campo das ideias e da espiritualidade.



1845 – Nasce José Maria da Silva Paranhos Jr., o Barão do Rio Branco

Neste dia, em 1845, nasceu no Rio de Janeiro uma das maiores personalidades da diplomacia brasileira: José Maria da Silva Paranhos Jr., o Barão do Rio Branco. Filho de um também destacado político e maçom, o Visconde do Rio Branco, José Maria teve uma atuação fundamental na consolidação das fronteiras do Brasil no início do século XX.

Embora a filiação formal de Rio Branco à Maçonaria seja tema de debate, sua formação intelectual, seus valores liberais e sua atuação como estadista dialogam com os princípios maçônicos de justiça, fraternidade e autodeterminação dos povos. Sua trajetória reflete o ideal maçônico de promoção da paz por meio do diálogo e da diplomacia.

1849 – Publicação da Bula Quibus Quantisque Malis, do Papa Pio IX

Quatro anos após o nascimento de Rio Branco, em 20 de abril de 1849, o Papa Pio IX publicou a bula Quibus Quantisque Malis, mais uma condenação oficial da Igreja Católica à Maçonaria. Nesse documento, o pontífice acusava a Ordem de conspirar contra a Igreja e os poderes estabelecidos, reforçando a política de antagonismo que marcou a relação entre o Vaticano e as sociedades iniciáticas ao longo do século XIX.

A bula inseria-se num contexto de grandes transformações políticas na Europa, com o surgimento de movimentos liberais e nacionalistas frequentemente associados à influência maçônica. Para o Papado, a Maçonaria representava uma ameaça à autoridade espiritual e política tradicional.

1884 – Encíclica Humanum Genus, do Papa Leão XIII

A mais significativa das efemérides maçônicas desta data talvez seja a publicação da encíclica Humanum Genus, em 20 de abril de 1884, pelo Papa Leão XIII. Considerada um dos documentos mais explícitos e abrangentes da condenação da Maçonaria pelo Magistério da Igreja, a encíclica denuncia o que o Papa qualificou como "naturalismo racionalista", atribuído aos fundamentos filosóficos da Maçonaria.

Segundo Leão XIII, havia uma incompatibilidade essencial entre o cristianismo e a Maçonaria, afirmando em sua carta Custodi (1892): "Recordemo-nos que o cristianismo e a maçonaria são essencialmente inconciliáveis, de modo que inscrever-se numa significa separar-se da outra".

A Humanum Genus consolidou a posição da Igreja contra a Maçonaria, influenciando diretamente a visão de muitos fiéis e moldando o discurso religioso sobre a Ordem até o século XX. Contudo, a Maçonaria seguiu sua trajetória, reafirmando seus princípios de liberdade de consciência e laicidade como fundamentos de uma sociedade justa e plural.

O 20 de abril é, assim, uma data paradoxal para a Maçonaria: celebra o nascimento de um grande diplomata brasileiro, cuja vida inspira os valores da Fraternidade, e lembra, ao mesmo tempo, os tempos de conflito com a Igreja Católica. Esse contraste reforça o papel da Maçonaria como uma instituição que, apesar das oposições e incompreensões, permanece firme em sua busca pela verdade, pela liberdade e pelo aperfeiçoamento moral e espiritual da humanidade.

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