No vasto mundo da Maçonaria, há uma terminologia intrigante e muitas histórias curiosas a explorar. Uma das palavras que ecoa nas lojas maçónicas, sempre envolta em mistério, é "Goteira". Essa designação peculiar é usada para identificar aqueles que não são maçons e que buscam, de várias maneiras, desvendar os segredos da Ordem ou até mesmo se infiltrar em uma loja maçónica, tentando passar-se por um iniciado.
Neste artigo, vamos mergulhar na história desse termo e desvendar suas origens, trazendo à luz as práticas antigas das escolas de ofícios e a influência que elas tiveram na Maçonaria. Vamos explorar como o termo "Goteira" se encaixa nesse contexto e como ele continua a ser relevante na Maçonaria moderna.
As Origens da Segurança Maçónica
A preocupação com a segurança e a privacidade
sempre foi uma parte essencial da Maçonaria. Desde tempos antigos, quando as
escolas de ofícios detinham os segredos de sua arte, medidas rigorosas eram
tomadas para proteger esses conhecimentos. Intrusos e curiosos eram vistos como
uma ameaça à preservação desses segredos.
Historicamente, mesmo antes da Maçonaria formal como a conhecemos hoje, as escolas de construção, que transmitiam seus conhecimentos através da geometria sagrada, já utilizavam sinais, toques e palavras para identificar seus membros e proteger seus segredos. Essa prática, que remonta ao Antigo Egito, estabeleceu as bases para a cultura de segurança maçónica que perdura até os dias de hoje.
O Enigma dos "Goteiras"
A designação "Goteira" persiste entre os maçons brasileiros e é usada para descrever aqueles que tentam se infiltrar nas lojas maçónicas ou descobrir seus mistérios sem a devida iniciação. A origem do termo é, por vezes, envolta em lendas e histórias intrigantes.
Uma dessas histórias sugere que a origem de "Goteira" remonta aos tempos em que os maçons se reuniam secretamente em cavernas para escapar da perseguição. Dizia-se que, quando um curioso tentava se infiltrar no grupo, era colocado debaixo de uma estalactite, onde a água pingava constantemente, como forma de castigo. Embora esta história seja fascinante, a verdadeira origem do termo ainda é motivo de debate.
O Papel do Cobrador Externo na Segurança Maçónica
Na Maçonaria, a segurança e a identificação de membros legítimos são fundamentais. Antes da abertura dos trabalhos em uma loja maçónica, a primeira medida é garantir a segurança do templo. Essa tarefa é atribuída ao Cobrador Externo (ou Telhador), cujo papel é proteger o templo contra a entrada de intrusos, os chamados "Goteiras".
O processo de identificação, conhecido como "Telhamento", é realizado pelo Cobridor Externo e envolve perguntas e respostas para verificar se um visitante é realmente maçom e qual é o seu grau maçónico. Além disso, o visitante deve fornecer comprovantes de sua regularidade maçónica por meio de documentos.
O "Cowan" e o "Eavesdropper": Pistas para a Origem de "Goteira"
Embora o termo "Goteira" seja amplamente reconhecido entre os maçons, sua origem precisa ainda é um enigma. No entanto, investigando as raízes da Maçonaria Operativa, encontramos termos como "Cowan" e "Eavesdropper", que lançam luz sobre a possível origem de "Goteira".
O termo "Cowan" era usado para distinguir pedreiros comuns, que não eram conhecedores dos segredos da arte da construção, dos pedreiros iniciados e qualificados. "Cowans" eram menos remunerados e frequentemente encarregados de trabalhos menos importantes.
Aqueles que não eram maçons e tentavam se infiltrar nas lojas eram chamados de "Eavesdroppers" (bisbilhoteiros). Há relatos de que, quando descobertos, esses intrusos eram castigados, ficando encharcados debaixo da chuva ou no beiral do telhado.
A história de "Goteira" na Maçonaria
é rica em mistério e tradição. Embora sua origem exata permaneça um mistério.
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