Dia Internacional da Mulher e a Maçonaria



Da Redação

O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, é uma data de grande relevância mundial. Essa celebração é fruto de um longo processo de lutas e reivindicações femininas por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos. O movimento teve início na segunda metade do século XIX, intensificou-se nas primeiras décadas do século XX e continua sendo uma pauta de grande importância na sociedade contemporânea.

No dia 8 de março de 1857, trabalhadoras de uma indústria têxtil em Nova Iorque entraram em greve para exigir melhores condições de trabalho e igualdade de direitos. A manifestação foi violentamente reprimida pela polícia. Em 8 de março de 1908, trabalhadoras do comércio de agulhas da mesma cidade voltaram a protestar, relembrando o movimento de 1857 e reivindicando o direito ao voto feminino e o fim do trabalho infantil. Mais uma vez, a resposta foi a repressão.

Outro episódio marcante ocorreu em 25 de março de 1911, quando um incêndio em uma fábrica de tecidos em Nova Iorque resultou na morte de aproximadamente 145 trabalhadores, a maioria mulheres. As condições precárias de segurança no local contribuíram para a tragédia. O ocorrido gerou comoção e impulsionou mudanças nas leis trabalhistas e nas normas de segurança no trabalho nos Estados Unidos.

A Maçonaria, enquanto instituição filosófica, tradicional e discreta, observa e respeita a evolução da sociedade e das lutas por direitos. Contudo, sua estrutura permanece fiel às tradições herdadas dos maçons operativos, aqueles que, durante a Idade Média, construíram as grandes catedrais europeias. Por essa razão, as Lojas Maçônicas tradicionais não incluem mulheres em seus quadros, pois historicamente a maçonaria operativa era formada exclusivamente por homens, dado o tipo de trabalho exercido. Essa prática foi mantida pelas Obediências Regulares e, até hoje, permanece como um ponto de distinção.

Por outro lado, há obediências maçônicas que adotaram uma postura diferente e passaram a aceitar mulheres em suas fileiras. Essa tendência reflete as transformações sociais e a busca por inclusão e igualdade em diversas esferas. A Maçonaria liberal e a Maçonaria mista são exemplos de organizações que abriram suas portas para a participação feminina.

Diante dessa dualidade, surge o grande paradoxo da Maçonaria: como equilibrar tradição e modernidade? Como manter a essência de seus rituais e ensinamentos sem ignorar os avanços da sociedade? Essa questão acompanha a Fraternidade há décadas e continuará a ser um tema de reflexão e debate entre os maçons.

Independentemente da posição adotada por cada vertente maçônica, o Dia Internacional da Mulher é um momento de reconhecimento e valorização da luta feminina por equidade e justiça. A Maçonaria, em sua essência, preza pelo progresso da humanidade e pela busca do aperfeiçoamento do ser humano, princípios que também convergem com os ideais de igualdade e fraternidade entre todos os indivíduos.

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