Da Redação
Na nossa Instituição, a instrução maçônica foi por muito tempo considerada um tema secundário, ofuscado por outros parâmetros certamente necessários, mas não tão essenciais. Essa postura levou muitos Irmãos, mesmo após longos anos de pertencimento à Ordem, a negligenciar a importância fundamental da instrução maçônica. Tal negligência não só empobrece a experiência pessoal do Iniciado, mas também afeta profundamente a substância, a presença, a projeção e o futuro da própria Maçonaria. A ausência de uma instrução tradicional profunda, planejada e estruturada adequadamente, frequentemente gerou dificuldades genuínas em vários níveis entre os Irmãos e as Instituições maçônicas. Esses problemas continuam a retardar tanto o progresso individual quanto o coletivo da Fraternidade.
A solução definitiva para essa problemática reside na assimilação profunda do saber maçônico, especialmente no âmbito do Rito Escocês Antigo e Aceito, que oferece uma sequência de graus maravilhosamente estruturada. Esse percurso guia o Iniciado a superar mal-entendidos e visões errôneas sobre si mesmo, sobre os conflitos interiores e exteriores, sobre o ambiente que o rodeia e sobre os objetivos e as obras da nossa Ordem. Uma lacuna na instrução maçônica não se resolve automaticamente com o passar do tempo. Pelo contrário, paradoxalmente, pode acontecer que alguns membros, apesar de uma longa filiação ou de ocupação de posições influentes por razões estruturais ou contingenciais, também sofram, involuntariamente, as consequências dessa falta.
É importante ressaltar que a instrução maçônica, do ponto de vista iniciático e tradicional, não deve seguir os modelos de ensino do mundo profano, como os acadêmicos ou universitários. Nossa Ordem, felizmente, já possui uma metodologia única, válida e eficaz. A principal característica de uma verdadeira instrução maçônica reside na capacidade de imergir o praticante na experiência e na vivificação dos conteúdos de cada grau. Somente a interação entre o saber maçônico e as dimensões espiritual, intelectual, emocional e física do Maçom pode levar ao florescimento de uma sabedoria autêntica. Essa sabedoria não se limita ao âmbito da Ordem, mas se expressa naturalmente e de forma eficaz também no mundo profano.
No entanto, não basta acumular conhecimentos, ideias e definições se estes não forem profundamente assimilados e compartilhados com os Irmãos e com a humanidade, gerando um fruto tangível e útil. Embora muitos Irmãos compreendam a necessidade de “assimilação” do saber maçônico, por vezes, acredita-se erroneamente que a mera repetição ritualística seja suficiente. Uma análise objetiva do estado individual e coletivo da Ordem demonstra o contrário: não basta “fazer o ritual” ou praticá-lo como tem sido feito até agora. É essencial utilizar o ritual em todo o seu potencial, unindo-o à transmissão oral e a um método de assimilação que permita transformar o simples saber em profunda sabedoria.
O verdadeiro trabalho iniciático que todos os Irmãos devem perseguir é fazer surgir em si mesmos a Sabedoria. Essa tarefa deve ser realizada tanto dentro da Ordem quanto no mundo profano, aplicando universalmente e com coerência o único elo capaz de dar pleno significado à nossa Obra: o verdadeiro Amor Fraterno. Somente por meio desse profundo trabalho maçônico seremos capazes de construir um futuro sólido e luminoso para nossa Instituição, honrando o passado e traçando o caminho para as gerações futuras.
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