A Maçonaria e a Abolição da Escravatura



Por Waldir Ferraz de Camargo

Na Abolição da Escravatura, ocorrida em 13 de maio de 1888, a Maçonaria teve uma participação significativa na luta pela emancipação dos negros em diversos países, incluindo o Brasil, onde a instituição já atuava no movimento libertário mesmo antes do ato oficial da princesa Izabel assinando a Lei Áurea nesta data.

Muitos maçons foram os líderes da ação abolicionista como Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, José do Patrocínio, entre outros, que lutaram pela Liberdade tão sonhada, pela Igualdade étnica e pela Fraternidade entre os homens, sendo esses os ideais que a Maçonaria prega, contrários à escravidão.

Uma das estratégias utilizadas pela organização foi se valer de sua extensa rede de contatos influenciando principalmente a classe política para adesão à causa que defendia. Em 1869, por exemplo, a Loja Maçônica "União e Tranquilidade" organizou uma petição pública assinada por mais de 1.500 pessoas exigindo a imediata libertação dos escravos. Muitos artigos publicados em jornais e panfletos financiados pelos maçons da época ajudaram na divulgação daquela causa nobre.

Entre diversos beneficiados, a figura que mais recebeu ajuda da Ordem foi Luiz Gama, filho de mãe negra escrava e apesar de sua infância livre enfrentou enormes dificuldades. Aos 10 anos Luiz Gama foi vendido como escravo pelo próprio pai que se viu endividado devido ao vício dos jogos de azar, mas a Maçonaria o acolheu, libertou-o e educou-o, sendo que já aos 17 anos, devidamente alfabetizado esboçava grande inclinação para a área do Direito.

Mais tarde, na faculdade não participava das atividades pedagógicas habituais com os demais alunos e as aulas eram assistidas da janela, do lado de fora da sala devido ao forte racismo reinante. Apesar disso, seu empenho aos estudos fez dele um advogado brilhante, extremamente inteligente e ativo, sendo o responsável pela concessão de liberdade a muitos escravos.

Esta é apenas uma das inúmeras histórias de superação de uma pessoa dedicada, fiel aos seus desígnios, tendo a Maçonaria como um dos pilares de sua meta, cuja ideologia e influência das personalidades envolvidas deram grande força ao movimento em defesa da liberdade do trabalho escravo brasileiro.



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