Mitra nasce de uma rocha aos pés de uma
árvore, perto de um riacho sagrado. Ele colhe os frutos da árvore para se
alimentar e se cobre com as folhas (como Adão). Quando se torna jovem, ele
captura um touro vivo e o leva para dentro de uma caverna, depois de superar
muitos obstáculos. Assim que ele chega lá, um corvo traz a notícia de que é
hora de sacrificar o animal. Mitra então afunda a faca no flanco do touro e do
ferimento saem grãos e vinho (pão e vinho). A partir da semente da vítima,
purificada pela lua, nascem então todos os animais.
O mitraísmo estava intimamente ligado à
astrologia, uma vez que se acreditava que as constelações e planetas influenciavam
as faculdades humanas. Como os planetas conhecidos eram sete, eram necessários
sete graus de iniciação para se tornar um Mestre.
Blavatsky lembra que o candidato, ao chegar à
porta da maior iniciação final, tinha que passar por doze torturas para finalmente
receber um pequeno pão redondo não fermentado que simbolizava o disco solar e o
pão celestial (maná). Um touro era sacrificado e o candidato era banhado com
seu sangue.
Os santuários de Mitra, os mitreus, eram
lugares de culto de tamanho bastante pequeno. No início, eram verdadeiras
cavernas e, posteriormente, eram escavados total ou parcialmente no subsolo,
tinham um céu estrelado pintado no teto e um buraco no teto para que, em dias
especiais, um raio de sol atingisse o rosto do deus.
(Adaptado de "I gradi desueti, i
simboli", de Marcello Vicchio)
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