Amados irmãos, estamos comemorando a Pessach (Páscoa) das tradições Judaica e Cristã. Aqui veremos a reflexão Maçônica, que é uma adaptação ritualística das demais comemorações.
Comemoramos nesta metade do mês de
abril uma data muito importante, a Páscoa. A comemoração é uma das mais antigas
da cultura ocidental e remonta de um período anterior ao Monoteísmo, período
anterior a Moisés e Abraão. Como um ponto de transição temporal, a Páscoa nos
lembra que o ciclo recomeça, que nossa melhora pessoal tem seu reinício e que a
partir do próximo ciclo, temos mais uma etapa pela frente.
A origem do termo indica o reinício do ciclo
solar, a páscoa, ou “peschad” do hebreu, tem a tradução como passagem. A data
marca a transição do inverno pelo equinócio de primavera (ou vernal), que no
hemisfério norte ocorre entre os dias 20 ou 21 de março e no sul em 22 ou 23 de
setembro. Segundo a simbologia antiga, a páscoa marca o fim da morte do ciclo
solar, o fim da fome, fim da escassez de comida e início de um novo ciclo. A
partir dessa data os povos poderiam voltar a plantar, viam a criação crescer, a
caça voltar a ser abundante, flores, folhas, frutos, era o período propício
para criar os filhos, para ampliar as vilas, ou seja, a vida recomeçava.
Como referência histórica temos que os povos
antigos, erroneamente chamados de pagãos, homenageavam a Deusa Ostera (ou
Ostara), ou Ëostre, a Deusa da Primavera que em grafias antigas segurava um ovo
em sua mão e observa um coelho. O ovo é o símbolo do nascimento e o coelho é o
símbolo da fertilidade por ter muitos filhotes. Em inglês o nome Ëostre se
tornou Easter, ou traduzindo, Páscoa.
Na Maçonaria essa data é celebrada por uma
sessão especial, a Quinta-feira de Endoenças, tradição do Grau de Cavaleiro
Rosa Cruz, mais praticado no Brasil pelo Grau 18 do Rito Escocês Antigo e
Aceito. Segundo a lenda da sessão, uma reunião apartada autônoma da reunião do
Grau 18, após a colação do grau de Cavaleiro Rosa Cruz, o Maçom adquire a
obrigação de se reunir com seus pares, na primeira quinta-feira de lua cheia
após o equinócio, denominada quinta-feira de Endoenças.
Nessa sessão os peregrinos Rosa Cruzes se
reúnem anualmente para compartilhar experiências, trazem notícias de irmãos
adoentados, realizam uma ceia única em toda a Maçonaria e após ela, partem para
uma nova jornada de peregrinação e doutrina. A ceia marca a passagem de uma
jornada para a próxima. A base dos ensinamentos Maçônicos tem origem nas
escrituras judaicas/cristãs, e nesse viés a Maçonaria criou a sessão de
Endoenças, onde os Cavaleiros Rosa Cruzes tem a oportunidade de se reunir em
comunhão, como fizeram os Apóstolos, e partir novamente para o mundo
transmitindo seus conhecimentos e doutrinas, tornando nossa sociedade cada vez
mais justa e perfeita.
Assim, a Páscoa reforça no coração de todos,
o sentimento de um novo ciclo, de um novo recomeço, de perdão e arrependimento,
um momento único de começar uma nova jornada abandonando velhos vícios e se
tornando mais iluminado.
Autores: Bruno Oliveira e Rodrigo Menezes.
Fonte: Ritos e Rituais
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