A HUMILDADE E A SABEDORIA

Por Irmão Fernando Palma Lima

Um dos ideais maçônicos é o de que sempre procuremos aprender e pôr em prática, em todas as nossas atividades diárias, tudo aquilo que a maçonaria nos proporciona, seja através de estudos da sua simbologia, da convivência em Loja ou não com nossos Irmãos, seja na valoração indistinta de todas as virtudes e qualidades que nos servem de exemplos, seja incluindo-se o legado de sacrifícios e abnegações dos Irmãos que nos antecederam e que estão em repouso no Oriente Eterno.

A senda oculta da Sabedoria possui apenas uma porta, é a da busca do Conhecimento. E essa busca será permanente; ela precisa convencer sem impor ao iniciado, o de se despir daquilo que chamamos de “o  Homem Profano”, que vencendo as provas de coragem, sentiram-se protegidos pelos seus guias, os Amados Irmãos “Terríveis”. Assim, com essa confiança, conquistaram por mérito próprio, o ingresso na Arte Real.


Uma das colunas mestras dessa Arte Real é a Sabedoria da Humildade.         A maçonaria nos aponta, ensina e demonstra por sua história, e também pelo conteúdo dos seus Ritos e sua Liturgia.

É algo desafiador e dignificante,  o conhecimento do Saber ser Humilde.

A Humildade é uma qualidade constante do ser humano ao nascer, mas o tempo se incumbe de desvirtua-la, em elevado percentual de pessoas.

Não existe um parâmetro no comportamento humano que nos  permita a avaliação se alguém é humilde ou não, daí podermos concluir que a Humildade precisa e deve ser uma constante no homem Maçom, a fim de torna-la perene.

E é na convivência maçônica em Loja que se revela o verdadeiro caráter do cidadão iniciado, pois, será dentro da Casa que devemos observar se esse princípio da Humildade já está formatado na sua personalidade.


O Amado Irmão, tenha o grau que tiver, precisa constantemente se auto analisar, olhar para sua “Pedra Bruta” e, sempre que preciso, dar um merecido polimento, isso sem precisar que o esforço dos Irmãos nessa tarefa seja feito, pois ela deve ser exclusivamente do próprio Irmão.

A falta de Humildade torna o homem arrogante, se maçom, ainda pior, pois alimenta e cria a ambição e ele torna-se um desagregador.

Há que se ter muito cuidado com os ambiciosos, pois seus disfarceis incluem saber serem subservientes, aduladores, fingidos e ainda pior, hipócritas.

O Amado Irmão que cultiva e cuida de sua “lapidação”, sabe ouvir, observar e aceitar eventuais correções em seus procedimentos.

Sabe ser obediente, disciplinado sem ser subserviente.

A maior demonstração de Humildade de um maçom é o de se colocar entre colunas e pedir ajuda aos seus Amados Irmãos.

Digo mais, meus Amados Irmãos, vou mais longe: NADA SUPERA ESSA ATITUDE.

Ali, entre nossas Colunas, ele se põe nú, comprovando sua verdadeira Humildade     e está, nessa sublime ocasião em que abre o seu coração para os Irmãos presentes,  CONFIANDO no que se dispõe  a Ordem.

Nesse momento, certamente com a presença do G.A.D.U.,  iluminando à todos, o confiante Irmão será ouvido e colocará em análise seu desejo, seus méritos e a sua conduta pessoal.

Os Amados Irmãos certamente foram aceitos na Ordem por serem também inteligentes, por possuírem discernimento e cultura suficiente para entenderem quais os VERDADEIROS e GRANDES Mistérios da Arte Real.

Assim, quando todos entendermos que as Ciências Humanas caminham juntas com as Ciências provindas de Deus, certamente caminharemos com serenidade e paz na direção da Sabedoria existente na Humildade.

A Humildade maçônica, somada à Sabedoria (mesmo limitada por nossas imperfeições) tem a convicção e certeza de que TODO MAÇOM É SOLIDÁRIO COM SEUS AMADOS IRMÃOS, E QUE JAMAIS SE NEGARÁ A DAR SUA COLABORAÇÃO ÀQUELE QUE, ENTRE COLUNAS, ABRA O SEU CORAÇÃO, DEMONSTRE SUA HUMILDADE E DIGA DE QUE CARECE, SEJA VERBO OU SEJA METAL.

Esse Fundamento Maçônico é primordial.

Observe que, se um Amado Irmão, entre Colunas, não se despir perante todos e ali expor seus problemas, suas necessidades, estará demonstrando estar dominado pelo ORGULHO, pela falta de HUMILDADE, o que certamente o levará ao afastamento inconsciente dos demais Irmãos e até da própria Ordem.

Humildade e Sabedoria são como as duas pernas de um Maçom.

Quem não as possuem não tem a possibilidade de caminhar, de ir adiante, de fazer progressos, pois anda de muletas, apoiado no bastão da ignorância, do orgulho, da arrogância e da hipocrisia.

Ernest Hemingway (1899/1961) afirmou que “O segredo da sabedoria, do poder e do conhecimento é a humildade” e também Jean de La Bruyère (1645/1696) afirmou que “A falsa modéstia é o último requinte da vaidade”.

Lembro aos Amados Irmãos o lema: “SIC TRANSIT GLORIA MUNDI” (Toda glória do mundo é transitória) ou (as coisas mundanas são passageiras)... Só conheceremos nossa Força de formos UNIDOS e HUMILDES, e se preciso, formos CONFIANTES às COLUNAS, pois ali formamos uma Egrégora. A final,  somos TODOS IRMÃOS.



 

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