A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA E A MAÇONARIA

 Por Ruy Silva Barbosa

A Proclamação da República foi conseqüência da enorme crise pela qual passava o Império Brasileiro, provocada  pela evolução da sociedade brasileira  a partir de 1870 com o fim da guerra do Paraguai . As questões religiosa , Militar e a libertação dos escravos foram as causas da queda do Império e a consequente Proclamação da República, até porque o Império se baseava na Escravidão, na Igreja e no Exército.


A implantação da República foi sem dúvida a maior Revolução de nossa história e teve como líderes máximos dois Maçons: Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant.

A palavra República é originária do Latim e significa que um governo é eleito livremente pelo povo e temporário sendo exercido por um tempo determinado.

Durante o episódio da Independência, dois grupos de Maçons liderados, um  grupo por José Bonifácio de Andrade e Silva e outro por Joaquim Gonçalves Ledo.

O grupo liderado por José Bonifácio defendia a Independência mantendo o Império. Gonçalves Ledo, a Independência com a implantação da República. Fomos o único país que fez a Independência e não implantou a República graças a  posição defendida arduamente pelo Maçom José Bonifácio, mantivemos a integridade de nosso território sem divisões como aconteceu com todos os outros países em nossa volta.
  
Questões religiosas causam conflito entre a Igreja Católica e o Governo, pois a Maçonaria mantinha forte presença no poder reinante . A Maçonaria e a Igreja Católica entram em choque e o Vaticano   através da Bula Papal”Syllabus”,em 1864, proíbe os padres de fazerem parte de sociedades secretas a Igreja no Brasil se achava subordinada ao governo Imperial e queria sua liberdade.

Em 1874 o Barão do Rio Branco Primeiro Ministro e também Grão Mestre da Maçonaria, mandou prender os Bispos de Belém do Pará e de Olinda em Pernambuco, que tinham mandado fechar as irmandades religiosas, cujos membros que pertencessem a Maçonaria  e não tivessem sido expulsos. Em 1875 depois de, muitas negociações que transcorreram nos anos de 1874 e 1875,sendo Primeiro Ministro Duque de Caxias (também Maçom) os prelados foram anistiados e liberados.

A primeira lei abolicionista foi a Lei do Ventre Livre que prévia que a partir da sua assinatura, 28 de setembro de 1871 seriam livres todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data, no entanto os mantinha sob tutela de seus senhores. Vindo depois a Lei dos Sexagenários em 28desetembro de 1885 e finalmente a Lei Áurea em 13 de maio de 1888.

Durante o tempo em que o movimento abolicionista era mais intenso, foram formadas diversas associações que visavam arrecadar fundos para adquirir escravos e libertá-los, aqui um destaque para a Loja Maçônica Vigilância de Niterói (minha cidade) , que toda segunda feira fazia uma arrecadação e adquiria um escravo logo libertando-o, esta Loja foi visitada pela Princesa Izabel. A libertação dos escravos foi mais um fator decisivo para o enfraquecimento do Império.

Em 1883 tem início uma série de conflitos entre o governo imperial e oficiais do Exército,o governo anuncia o aumento da contribuição para o Montepio Militar , os oficiais da Escola Militar sediada no Rio de Janeiro reagem e tendo na liderança o Tenente Coronel  Sena Madureira reagem com críticas públicas. O governo abandona a proposta, mas proíbe que oficiais façam qualquer manifestação sobre assuntos internos do Exército na imprensa.

O segundo conflito foi em virtude do Tenente Coronel Sena Madureira ter perdido o comando da Escola de Tiro em Campo Grande e transferido para o Rio Grande do Sul, este fato foi uma retaliação por ele ter recebido um líder abolicionista . O terceiro embate foi devido ao Coronel Cunha Lima que durante uma inspeção no Piauí julgou culpado o comandante local Capitão Pedro José de Lima  por desvio de material, amigos do oficial censuram o ato de Cunha Lima que reclama pela imprensa, então  é preso e processado por indisciplina.

Em 1887 é fundado o Clube Militar como órgão representativo do Exército ,o seu primeiro Presidente foi o Marechal Deodoro da Fonseca que seria o primeiro Presidente da República Federativa do Brasil.

O levante que levou à implantação da República foi um movimento preparado pelas elites militares, Republicanas e Maçônicas e não teve o mínimo respaldo popular. O levante foi preparado para eclodir no dia 20 de novembro . As elites conspiravam abertamente e o povo não participava do movimentação, que foi precipitado, pois nos dia 13 começou a correr o boato que o General Deodoro seria preso e na madrugada do dia 15 teve início a movimentação das tropas.

Proclamada a República em 15 de novembro de 1889 pelo Marechal Deodoro, o mesmo se autonomeia Chefe do Governo Provisório e nomeia um Ministério totalmente Maçônico e filiado ao Grande Oriente do Brasil. No dia 19 de dezembro , Deodoro é nomeado Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil. Instalado o governo provisório, houve uma divisão em duas correntes republicanas: uma de inspiração liberal (que prevaleceu ) e outra de inspiração Contiana (positivista), que preconizava uma ditadura sociocrática.

Em  15 de novembro de 1890, instala-se a Assembléia  Constituinte que promulga a nova Constituição em 24 de fevereiro de 1891 implantando o Presidencialismo e o Federalismo.
Em 26 de fevereiro, Deodoro é eleito para a Presidência da República, para Vice-Presidente os positivistas conseguem eleger o Marechal Floriano Peixoto derrotando o Almirante Wandenkok , indicado pela coalizão liberal.

As crises sucedem-se e em 23 de novembro de 1891, o Marechal Deodoro renuncia ao cargo para evitar uma guerra civil, também renuncia em 18 de dezembro ao Grão Mestrado do Grande Oriente do Brasil.
O poder passou, para as mãos do vice-presidente Floriano Peixoto, conhecido como o “MARECHAL DE FERRO”, também Maçom que passara à História como o Consolidador da República.

Enfrentou ,no seu governo a revolta na Fortaleza de Santa Cruz, o Manifesto dos 13 Generais, a Revolução Federalista na Província do Rio Grande do Sul, a segunda Revolta da Armada. Ao final de seu governo, Floriano passa o poder para os Presidentes Civis, alguns Maçons, que completaram o ciclo conhecido como República Velha que perdurou ate 1930.



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