POR
Qualquer sociedade dos tempos modernos é
sujeita, de forma clara ou não, à influência de grupos organizados, que
intencionalmente ou não procuram influenciar “a trajetória” em função dos seus
interesses. Se um desses grupos puder ter um nome e esse nome for uns dos
tradicionalmente identificados como “de risco”, então está criada uma mistura
delicada, até porque será certamente visada pela comunicação social.
Assumo que sou maçom… e faço-o com a
duplicidade de quem se sente orgulhoso de o ser, e de quem sente que quer dar…
unicamente dar, sem estar a pedir que lhe dêem. Infelizmente, a nossa sociedade
parece não conseguir visualizar uma coisa sem a outra… possivelmente é a isto
que chamam a sociedade materialista, traduzida naquela “famosa” frase – ninguém
dá nada a ninguém.
Toda a polémica que ocorre periodicamente,
relacionando políticos com maçons ou maçons com interesses obscuros e/ou
ilegais, é um claro sinal dos tempos em que vivemos – perdemos valores,
perdemos a nossa capacidade crítica, engolimos tudo os que nos impingem, mas
preferimos centrar-nos em identificar culpados, de preferência “culpados de
estimação” – aqueles que podem sempre ser os responsáveis, até porque estão tão
ocupados em fazer bem, que não têm tempo para se defender.
… e nada vende mais jornais do que uma boa
“conspiração” orquestrada por uma organização de quem se sabe quase tudo, mas
de quem se ignora quase tudo. A Maçonaria é uma dessas organizações: somos
discretos, não fazemos alarde do que fazemos de bem, toda a gente acredita que
temos uns segredos, que não temos; em resumo – é para desconfiar…
Não pretendo afirmar que todos os maçons são
“impolutos”. Por mais apertado que seja o nosso método de seleção, procurando
identificar homens cuja prioridade seja crescerem e tornarem-se Homens, haverá
sempre alguns erros de “Casting”… pessoas que usam o que for preciso para seu
benefício pessoal. Contudo, esta incapacidade de ler as pessoas na sua
totalidade, identificando as suas reais intenções, não deve e não pode levar a
confundir o trigo com o joio.
Um maçom, que o é de verdade, procura
melhorar, ajudar, dar a mão… contribuir para um homem melhor e para uma
sociedade melhor. Compete-nos assegurar que assim é, e compete-nos impedir que
a Arte Real seja utilizada para projetos individuais ou coletivos que nada
tenham a ver conosco e com os ideais que defendemos.
Fraternais abraços de António Jorge
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