ENTÃO TÁ TUDO CERTO, O QUE É CORRETO JÁ NÃO VALE MAIS – FESTIVAL DA MUSICA PARAENSE

(*) Por Barbosa Nunes

Sabem todos que nos acompanham aos sábados desde fevereiro de 2011, que nos últimos dois anos tenho percorrido o Brasil Maçônico do Grande Oriente do Brasil, como pleiteante não a um cargo, mas uma missão no Grão-Mestrado Geral do GOB. Hoje conheço mais. a caminhada percorreu distantes Lojas Maçônicas do interior brasileiro. Não sou, nem quero ser maçom de cúpula. Sou maçom de Loja. Priorizei e estive formando e debatendo um programa que se intitulou “GOB para os maçons”. Comprometido estou com a ética, bons costumes e o respeito ao maçom livre para se posicionar no próximo dia 10 de março em todo o pais.

O cidadão em geral discorda e repele os métodos sempre usados nas eleições de nossa pátria. Muito mais deve ser o maçom. Construtor da “Lei da Ficha Limpa”. Nós não admitimos, e assim deve ser esta eleição, sem impulsionamentos com camisetas, chaveiros, brindes em geral, patrocínios os mais diversos, inclusive financeiros, designações para cargos e mais cargos. Em síntese a eleição maçônica deve acontecer em ambiente de ficha limpa, tanto nos métodos, quanto na vida pregressa dos pleiteantes.

Vivemos em um momento que deve ser muito bem-vindo e aplaudido pelas mudanças que estão ocorrendo em apurações de prática corrupta, o que há pouco mais de 10 anos jamais pensaríamos que ocorressem. Alguns exemplos.

Quando é que pensaríamos numa possível pena de 375 anos para o ex-presidente do legislativo federal? Mais 70 anos para um ex-deputado por vários mandatos? Condenações e mais condenações para um ex-governador do Rio de Janeiro? Figuras notórias, hoje nas grades, junto com poderosos empresários? Presidente da República tendo que se desfazer de convites a políticos que foram impedidos pela reação da população e da justiça, a ocupar ministérios? Presidente da República tendo que retirar dos bancos oficiais diretores envolvidos na prática criminosa e outros tantos a partir do “mensalão” e seguindo agora pela Lava-jato?

São tempos novos que surgiram com o juiz Sérgio Moro, continuando com diversos colegas seus. Em palestra na Escola da Magistratura Federal do Paraná, Moro destacou “apesar de haver desconfianças, há chances de reverter o cenário de corrupção no país. Citando a transição da ditadura para a democracia, o combate à hiperinflação e avanços nas áreas sociais nos últimos dez anos, o juiz afirmou que o país pode reverter o quadro de corrupção sistêmica. Todos acreditávamos que esses quadros faziam parte da natureza do Brasil, mas, como nas outras ocasiões, hoje estamos num momento de mudança desse quadro de corrupção que talvez víamos no passado como algo natural”. 

Aconteceu no VII Festival da Música Paraense, realizado em Belém, no ano de 2015, a apresentação da música “A Ordem do Inverso”, composta por Yussef Leitão, interpretada pela cantora paraense Juliana Franco, bombando na internet com mais de 9 milhões de visualizações, expondo a realidade vivida pelos brasileiros, mostrando a verdadeira cara do país, com observações sociais, familiares e políticas.

O compositor diz “a letra verbaliza aquilo que tá na boca das pessoas. O que eu consegui fazer foi concentrar um pouco mais essas discussões sociais, familiares e políticas. É uma crítica geral, inclui todos os partidos políticos, direita e esquerda”. Encerro este artigo transcrevendo na íntegra a letra de “A Ordem do Inverso”, na certeza de que os tempos estão mudando e muito mais ainda mudarão!

Roubaram meu amor pelo Brasil, tiraram minha paz e ninguém viu, levaram do meu bolso a carteira, a Ordem e o Progresso da bandeira.

Roubaram o museu a velha tela, a moralidade da novela, a imparcialidade da impressa, do simples cidadão a consciência.

Roubaram a liberdade de expressar, a privacidade, o celular, a honestidade do congresso, cobraram neste circo o meu ingresso.

Roubaram o meu time na final, compraram o juiz e o tribunal, roubaram a poesia da canção, e os ideais da revolução.

Então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais, é a ordem do inverso no Brasil do tanto faz, então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais, é a ordem do inverso no Brasil de quem dá mais.

Roubaram o remédio do hospital, a verdade do espaço eleitoral, roubaram a galinha do quintal, compraram a manchete do jornal.

Roubaram as grades da prisão, colocaram nas janelas, no portão, do hino roubaram a Pátria Amada e a futilidade é idolatrada.

Roubaram a consciência ambiental, e o verde já não brota no quintal, a água poluída já não presta, levaram a madeira da floresta.

Tiraram a vida de um inocente, soltaram porque era adolescente, roubaram a confiança na polícia, armaram um esquema com a milícia.

Então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais, é a ordem do inverso no Brasil do tanto faz, então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais, é a ordem do inverso no Brasil de quem dá mais.

Do futebol roubaram a paixão, na propaganda da televisão, a Coca já não mata a minha sede e o craque agora é quem balança a rede.

Roubaram a imagem da Igreja, eu rezo para que Deus me proteja, roubaram o dinheiro do projeto, roubaram a razão do meu protesto.

Meus amigos já nem vejo mais, e a conversa está nas redes sociais, roubaram do casal a paciência, levaram da criança a inocência.

Cadê o bom exemplo não tem mais, tiraram a autoridade até dos pais, não levaram a chupeta da criança, foi mais fácil roubar nossa esperança.

Então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais, é a ordem do inverso no Brasil do tanto faz, então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais, é a ordem do inverso no Brasil de quem dá mais”.
Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil - barbosanunes@terra.com.br


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