Por Jose SR - Fonte: A Partir Pedra
Quem me conhece sabe que não
sou dado a grandes explicações simbólicas, nem tão pouco tenho seguido a via do
esoterismo.
Acredito que as coisas têm um
fundamento e que esse fundamento poderá ser encontrado na História, nos Usos e
Costumes, ou em Livros Sagrados.
O que fazemos com as coisas
pode derivar da interpretação dada, tenha ela sido a mais correta ou não, ou
simplesmente diferente.
A Maçonaria elegeu como um dos
seus símbolos a Acácia, outros, e apenas a título de exemplo, são o Esquadro e
o Compasso.
Porquê a Acácia e não o Cedro?
Sabemos pela tradição e pela História que estas madeiras foram usadas no Templo
de Salomão, base simbólica da Maçonaria Especulativa tal como a conhecemos
atualmente.
Aliás o Cedro é muito mais
mencionado como material de construção do Templo que a Acácia, mas não é
utilizado na simbologia Maçônica.
E a Acácia, ou mais
propriamente o Ramo de Acácia (Inglês: Sprig; Francês: Rameau) passou a ser
claramente um símbolo.
As primeiras referências à
Acácia aparecem no Antigo Testamento no Livro do Êxodo. Aqui Deus determina que
será esta a madeira e não outra a que será utilizada para a construção da Arca
a Aliança onde estão depositadas as Tábuas da Lei, bem como para a construção
da mesa Para os Pães da Preposição e outros objetos de culto utilizados
naquele que foi na verdade o primeiro Templo.
Não um templo de pedra como o
que o rei Salomão constrói ( ou manda construir), mas um templo móvel que era
erguido nos acampamentos do Povo Judeu.
A estrutura deste Templo Móvel
é depois emulada por Salomão para a construção do Templo em Jerusalém, respeitando
as proporções e os compartimentos. Nesse Templo foi depositada a Arca da
Aliança e os demais objetos de culto.
Ora o Templo era revestido a
cedro, mas os Objetos de Culto em Acácia.
O termo hebraico é Shittah e
pensa-se que referencia a espécie de Acácia hoje conhecida por Nilotica ou
Seyal. Sendo que na região também existem a Albida, Tortilis e Iraqensis.
Mas esta referência é à
madeira de Acácia. Todavia como já disse antes o Símbolo é o Ramo de Acácia.
E as referencias ao Ramo de
Acácia aparecem também relacionadas com os Hebreus, mas não com o Templo.
De entre as tribos do Povo
Judeu uma originou a linhagem dos Sacerdotes. Primeiro no Templo móvel e depois
no Templo de Jerusalém. Ora por uma questão religiosa estes Sacerdotes não
podiam aproximar-se de cadáveres humanos e por consequência das respectivas
campas.
Na altura os cemitérios não
estavam tão organizados como atualmente e os defuntos eram inumados nos
terrenos fora das cidades mas muitas vezes sem critérios de localização. Ora
isto representava um problema para os Sacerdotes pois para cumprirem os
preceitos religiosos tinham que saber onde estavam essas campas.
Como sabemos a Acácia é
considerada em muitos sítios uma praga, pois precisa de poucos recursos para
viver e em caso de incêndio é a primeira planta a aparecer, não deixando que as
espécies autóctones voltem e assim causando desequilíbrios ambientais.
Esta característica
seguramente levou a que as campas passassem a ser marcadas com um Ramo de
Acácia para assim serem facilmente reconhecidas pelos Sacerdotes.
Daqui à Lenda de Hiram é um
passo, pois a lenda situa no espaço e no tempo a estória da morte de Hiram ,
espaço e tempo que são os que acabo de referir , Jerusalém na época da
construção do templo.
Na Lenda Hiram é assassinado e
o seu cadáver enterrado fora da cidade para encobrir o crime. Todavia a regra
mandava marcar a sepultura com um Ramo de Acácia.
Temos aqui a ligação.
Hoje o ramo de acácia continua
a ser usado como símbolo, sendo que e tanto quanto consegui perceber é o Ramo
da Acácia Nilotica ou Seyal, ou eventualmente o da Acácia Robinia.
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