AS ORIGENS DO TRONCO DE SOLIDARIEDADE OU SACO DE BENEFICÊNCIA

José Aparecido dos Santos (*)


Muitas são as pesquisas sobre as origens da Bolsa de Beneficência, Saco de Beneficência, Tronco das Viúvas, Tronco de Solidariedade e tal inicio teve no Século XII quando o governo da Igreja era exercido pelo Papa Inocêncio III, existiu um Tronco dos Pobres. De início, se chegou a pensar que estivesse ali as origens daquilo que se buscava descobrir: de como surgira o Tronco de Solidariedade.
Todavia, continuava este trabalho de busca, se chegando à absoluta certeza de que o Tronco dos Pobres nada tinha a ver com o que se buscava.
E que realmente, o recolhimento de óbolos entre os Operativos teve início nos meados do Século XV. Em 1450 foi criado entre os construtores um sistema de ajuda mútua. Tal sistema recebeu o nome de Tronco das Viúvas. A finalidade do recolhimento de óbolos para a formação do Tronco era auxiliar a família do Obreiro falecido tendo, depois, adquirido um segundo destino: ajudar o Maçom acidentado no serviço.

E nota-se que esta espécie de ajuda mútua tinha por princípio algo que nascera entre os Operativos, sustentando a tese de que, entre eles, existia a prática da verdadeira fraternidade entre os irmãos.

A criação do Tronco das Viúvas se estabeleceu definitivamente quando da reunião dos Talhadores de Pedra alemães, uma vês que seu regulamento foi incluído nos Estatutos Reguladores da Conferência dos Talhadores de Pedra. Essa reunião ocorreu em 25 de abril de 1450, em Ratisbona.

Entre os vários artigos do documento estão aqueles que fixaram definitivamente o Tronco das Viúvas:

Art. 25 – A fim de que o Espírito de Fraternidade possa manter-se integral sob os auspícios divinos, todo o mestre que tem a direção de um canteiro deve, desde que foi recebido na corporação doar um gulden (florim).

Art. 26 – Todos os Mestres e empreiteiros devem ter, cada um, um Tronco no qual cada Companheiro deve colocar um pfennig (centavo) por semana. Cada Mestre deve recolher esse dinheiro e tudo que chegue ao Tronco e remeter à corporação no fim de cada ano.

Art. 27 – Doações e multas devem ser depositadas nos Troncos da comunidade a fim de que os ofícios divinos sejam melhor celebrados.

Entre vários escritores da Maçonaria do Brasil que se conhece e pesquisados, o único que trouxe subsídio sobre o Tronco das Viúvas é de Assis Carvalho, em seu Livro “A Maçonaria – Usos & Costumes”, à página 150 – e Xico Trolha deixou escrito o que a seguir segue:

“O Tronco das Viúvas é o mais antigo sistema de auxilio mútuo, praticado entre os Maçons, em beneficio da família maçônica. Era um sistema peculiar, particular, de arrecadar, de levantar fundos para auxiliar as Cunhadas, Irmãos e Sobrinhos dos Irmãos falecidos, mas também, o próprio Irmão acidentando e impossibilitado de ganhar o sustento da família”.

São muitas as colocações em Oficina, que a soma de tais óbolos são destinados a se efetuar fraternidade fora de nossa Ordem Maçônica e devemos ter em mente, que tais valores são destinados aos que necessitam dentro da Família Maçônica e não ficando somente a cargo do Venerável Mestre e Hospitaleiro, mas todos estão dentro da Maçonaria para efetivar a verdadeira fraternidade.

(*) Ir.'. José Aparecido dos Santos
A.’.R.’.G.’.B.’.L.’.S.’. Justiça 12 – Rito REAA – Oriente de Maringá
Dados extraídos da Cartilha do Rito Escocês
Irmão Raimundo Rodrigues

Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda




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