NOSSA OMISSÃO SERÁ NOSSA CONDENAÇÃO

Ir.’. Geraldo Ribeiro da Fonseca (*)

“O Brasil, senhores, sois vós. O Brasil é a multidão que não adula, não teme, não corre, não recua, não deserta, não se vende. Não é a massa inconsciente que oscila da servidão à desordem, mas a coesão orgânica das unidades pensantes, o oceano das consciências”
Rui Barbosa.

De três formas se conquista o Poder: Pela força das armas, pela balança da justiça ou pelo convencimento das massas, firmado na capacidade do líder que, pelo diálogo, impõe soberania com tolerância e inteligência.

Meus heróis não morreram de overdose, alguns de raiva, ao ver tanta pouca vergonha num Brasil carente de líderes na pátria das viabilidades. Sob meu ponto de vista, no nosso Brasil, os valores éticos foram esquecidos e legados a segundo plano, pois a sociedade se deixou levar pelo imediatismo do progresso. As virtudes se esvaíram corroídas pelo egoísmo cego imposto goela abaixo ao povo por levianos oportunistas de plantão, travestidos de políticos comprometidos com o ter e não com o fazer. Ressalva feita, diga-se de passagem, a alguns homens sérios que honram o voto que os elegeram. Esses dignificam a democracia; aqueles a degradam.

No Brasil do mensalão, da corrupção e da sedução pelo poder, a justiça cega e imprecisa julga e determina, mas dificilmente as penas são cumpridas, acobertadas por modelos protecionistas embasados no coração e bem longe da razão. Ver, ouvir e calar diante do sarcasmo, do riso irônico e da certeza da impunidade de certos crápulas condenados por desvios de verba pública é ser covarde e compactuar com a desordem e a hipocrisia.

A Nação brasileira, perplexa pela onda de violência, ceifando vidas inocentes, e acuada pela impunidade, está convivendo com gangues potencialmente armadas. A mídia enriquece os senhores da comunicação, enchendo as páginas dos jornais e as telas das tvs, banalizando o choro das vítimas de crimes de todo gênero. Assaltos a pessoas, a bancos e residências, além de explosões de caixas eletrônicos tornaram-se rotina. O estupro e os crimes contra os costumes foram minimizados ante a avassaladora permissividade das leis e da modernidade. Cego surdo e mudo o governo tenta impor-se pela mentira e pelas pesquisas de opinião. Urge que a Ordem se imponha ao Caos.

Os milhares de brasileiros, desde o operário humilde, recebendo mísero salário mensal para mitigar a fome, ao funcionário público civil e militares de todas as forças, professor, médico, engenheiro e outras classes distintas, clamam por escola, habitação e segurança para não ver seus filhos lançados na sarjeta, escravizados pelo flagelo das drogas, ou lançados em celas imundas. Estádios modernos sim, Escolas e Hospitais, TAMBÉM.

Nesse momento crucial da história de nossa Pátria, quando a revolta do povo se materializa em passeatas, levando multidões a protestos de todo matiz, urge que a maçonaria se imponha como entidade realmente comprometida com a sociedade.

Educação, Segurança, Saúde, transporte coletivo adequado e Preservação ambiental são causas nossas, é bandeira de todo construtor, portanto temos de participar, temos de apoiar nossos jovens e, abraçados com eles, protestar pacificamente por mudanças no modelo político nacional. Nossos jovens, de caras pintadas ou não, empunhando a Bandeira Nacional, trazem consigo o traço e a predestinação dos fortes. Oriundos de todos os quadrantes do Brasil demonstram civismo e maturidade política.

O malhete é para a Loja, a ação dos maçons é para a Sociedade. Nas escolas, nas praças, nos bairros e em cada casa humilde onde se puder ouvir a voz de um homem livre e de bons costumes, a abjeta ação de políticos e administradores que violentam os cofres públicos, desviando verbas, deve ser denunciada e combatida diuturnamente.

Estamos cientes de que nunca poderemos nos submeter ao despotismo material ou intelectual, porque somos apóstolos da verdade e dos direitos do homem, pregando pelo exemplo e instruindo pelas ações e pela palavra.

A maçonaria não pode se omitir nem calar ante o chamado cívico do povo nas ruas.

Através de suas Lojas, seus Veneráveis Mestres, obreiros e Grão-Mestres de todas as Potências deve buscar alternativas no sentido identificar os erros, propor soluções e trabalhar para enaltecer a criatura humana.

Em irônico e patriótico manifesto, o Clube Militar do Brasil trouxe a público sua posição sobre o momento vivido na nação brasileira, lançando mão da expressão “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Entendo ser a hora e momento da maçonaria manifestar-se por palavras, atos e ações. Temos um encontro marcado com o progresso de nossa Pátria. Unidos pelo ideal e fortes pelo trabalho compete-nos lutar E PARTICIPAR.

Minas não esquece, não muda, não falta. Quem lhe viu o coração uma vez; viu-o sempre: Civismo, grandeza, honra, generosidade”.
Rui Barbosa – in A notícia de Palmira MG 30/09/1920.

Das montanhas de Minas, fiel aos valores que me foram pregados e que repassei à juventude estudantil de minha geração, nesse momento reflexivo, repito as palavras de Tiradentes:

“ Se todos quisermos faremos deste país uma grande Nação.”

(*) Ir.’. Geraldo Ribeiro da Fonseca – MI.33
Barbacena-Minas Gerais.
FONTE: http://www.cerberusmagazine.com



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