*Por
Barbosa Nunes
Em
seu pronunciamento logo após a eleição, a presidente Dilma Rousseff,
classificou como a primeira e mais importante das reformas que o Brasil precisa
sofrer. Reforma política, desafio, necessidade imperiosa, sem a qual tudo continuará
como antes.
O
Congresso eleito está pulverizado com representações de 28 partidos na Câmara
Federal e 17 no Senado, fora bancadas temáticas mais diversas, como ruralista,
empresarial, evangélica e outras. O tema reforma política é discutido há
décadas, porém o conflito de interesses impede o avanço com mudanças no mérito,
ficando apenas em pequenas pinceladas que somente atendem aos detentores do
poder político.Leia mais
A
presidente falou em plebiscito, o Congresso reagiu negativamente com
declarações de sua “reserva moral e de conduta”, senador Renan Calheiros,
discordando e se colocando à favor de um referendo. Qual é a diferença entre
plebiscito e referendo?
Plebiscito
significa uma consulta sobre determinada questão feita diretamente ao povo, por
meio de votação do tipo “sim ou não”. Referendo é uma manifestação por meio de
votação sobre determinada questão submetida à sua opinião. Ambos representam
uma consulta popular para decisões de cunho social e político.
Levando-se
em consideração o entendimento político, plebiscito é um tipo de consulta
popular em que cada cidadão tem o direito de opinar antes que uma lei seja
estabelecida, já o referendo, consulta o cidadão e pede para que ele opine
sobre uma lei após ela ter sido elaborada e aprovada pelos órgãos do governo.
Em resumo, plebiscito é uma convocação popular feita antes de a lei existir
para que os órgãos governamentais possam elaborar a proposta e o referendo é
uma consulta feita para o povo conferir ou rejeitar uma proposta já elaborada.
Uma
e outra vão continuar arrastando a reforma pela lentidão que interessa à
deputados e senadores, que muito pregam, mas não querem uma verdadeira reforma
política, pois esta eliminará seus privilégios em eleições e reeleições. Pelo
Congresso Nacional, tramitam projetos há decênios, cada vez mais lotando as
gavetas.
A
reforma política de caráter estrutural e abrangente não acontecerá originária de
articulações políticas do executivo ou do Congresso, sobretudo, nesta próxima
legislatura em que a base do governo federal foi reduzida e com o PMDB, como
maior bancada, já mostrando as suas garras tradicionais de negociações como
“toma lá, dá cá”. A presidente Dilma Rousseff terá forçosamente de alterar o
seu relacionamento político com o Congresso, para ter relativa tranquilidade
administrativa. Nestes dias pós-eleição, já teve derrotas na Câmara Federal,
que prenunciam tormentas pelo futuro.
Somente
teremos uma verdadeira reforma política nascida pela indispensável pressão
popular, em não acontecendo, será mais uma vez sepultada.
Falo
agora de um missionário maçom comprometido com os objetivos libertários e
históricos do grande maçom que foi Gonçalves Lêdo. Marlon Reis, juiz de
direito, maçom no Grande Oriente do Brasil - Maranhão, instituição muito bem
conduzida e dirigida pelo Grão-Mestre Estadual, José de Jesus Billio Mendes, que
reforçou a luta pela liberdade ao acolhe-lo como integrante da potência. É
autor de livros como “Captação Ilícita de Sufrágio e Uso Eleitoral”, “Direito
Eleitoral Brasileiro” e coordenador da publicação “Ficha Limpa”. O seu último
livro que causou polêmica e repercussão no Congresso Nacional, adquirido em
milhares de exemplares pelo povo brasileiro, tem o título de “Nobre Deputado - Relato chocante de como nasce, cresce e se
perpetua um corrupto na política brasileira”, é uma ficção da mais pura
realidade.
A
partir do ano 2000, iniciou intensa campanha de educação cívica contra a compra
de votos. Em 2002, fundou o “Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral –
MCCE”. Idealizador e redator da Lei da Ficha Limpa, que impediu a participação
e posse de muitos candidatos nesta última eleição, casos de Paulo Maluf em São
Paulo e Arruda em Brasília.
Uma
reforma eleitoral, que vá ao centro das questões, mexa no sistema de votação,
transforme o modelo de financiamentos de campanhas, conceda mais transparência
ao processo e envolva o eleitor, é o que a opinião pública quer. Mobilização para
mudança do sistema eleitoral brasileiro por meio de uma reforma política de
iniciativa popular e não por plebiscito e referendo que não tem a participação
do povo. 100 (cem) organizações e entre elas, o Grande Oriente do Brasil, estão
neste movimento liderado por Marlon Reis. No próximo dia 15 de novembro, quando
das comemorações dos 50 anos do Grande Oriente do Brasil - Maranhão, a
liderança maior de nossa potência, Grão-Mestre Geral Marcos José da Silva,
Grão-Mestre Estadual do Maranhão, Jose de Jesus Billio Mendes, outros
Grão-Mestres do país e autoridades maçônicas, estarão dialogando com Marlon
Reis, para a sequência desta caminhada que o país necessita.
Concluindo
este artigo, transcrevo uma resposta do maçom Marlon Reis, em entrevista ao
jornal “Estado de São Paulo”. “Primeiro conquistamos a primeira lei de
iniciativa popular, contra a compra de votos. Essa lei já foi responsável pela
cassação de aproximadamente 1.000 (mil) mandatários, sendo cinco governadores.
Depois veio a Ficha Limpa, que restringiu as candidaturas, retirando das
eleições políticos influentes e afetando centenas de pessoas. Agora o passo
mais profundo, de mudança do próprio sistema político, nos três eixos,
proibição da doação empresarial, transparência no processo eleitoral e
liberdade de expressão para os eleitores, retirando das eleições o peso do
poder econômico. As empresas são muito importantes para a nossa economia, mas
não tem o que fazer na política. Proibindo sua presença entre os doadores,
vamos permitir que os políticos cheguem aos seus mandatos sem dívidas de
natureza econômica. Empresas não doam por caridade ou por ideologia. Doam em
busca de contratos públicos privilegiados ou por temerem represálias.”
Conclamo
a todos os maçons do Grande Oriente do Brasil que as propostas do maçom e juiz
de direito Marlon Reis, sejam detalhadamente conhecidas através de suas
publicações.
*Barbosa Nunes é
Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil
1 Comentários
Muito bom o artigo escrito. Já foi aprovada a Ficha Limpa na Política, agora só falta fazer urgente a FICHA LIMPA NA MAÇONARIA. A conduta de muitos maçons estão envergonhando e denegrindo o bom nome dessa Ordem que sempre foi a bandeira dos princípios virtuosos e exemplares da humanidade, e respeitada ao longo dos séculos.
ResponderExcluirFICHA LIMPA NA MAÇONARIA JÁ!