*Por Barbosa Nunes
Páscoa,
na época pré-mosaica, festa da primavera de pastores nômades. Festa anual dos
hebreus, transformada em memorial de sua saída do Egito. Festa anual dos
cristãos, que comemora a Ressurreição de Cristo, inserida na Semana Santa,
quando na "Sexta-feira Santa" é celebrada a crucificação de Jesus e
no "Domingo de Páscoa", a celebração da Ressurreição e sua primeira
aparição para os discípulos, quando ressurge para mostrar que continua vivo e
aguardando que o sigamos. Páscoa que sinaliza sempre para um mundo novo.Leia mais
A
palavra páscoa vem do hebraico “pessach”, passagem, marca uma das datas mais
importantes entre as culturas ocidentais. O termo remonta há muitos séculos
atrás. Historiadores encontraram informações que levam a concluir que uma festa
de passagem era comemorada entre povos europeus há milhares de anos.
Um
dos símbolos da páscoa é o coelho relacionado a esta data comemorativa, pois
este animal representa a fertilidade, reproduzindo-se rapidamente e em grande
quantidade. No Egito Antigo, o coelho era nascimento e esperança de novas
vidas, numa época com índice de mortalidade altíssimo. O ovo também é símbolo
da páscoa, o começo da vida. Em muitos países era costume presentear os amigos
com ovos e os reis se presenteavam com ovos de ouro coloridos.
Após
esse introito resumido e histórico, recebo mais uma páscoa que celebraremos
amanhã, como oportunidade de mais uma Semana Santa, que possa ter propiciado
meditação a todos nós. Em especial àqueles que têm missões maiores de conduzir
a nação nos seus mais diversos e importantes segmentos. Uma mudança, um
renascimento, pois nos encontramos no Brasil em crise moral e espiritual. Se o
espírito da páscoa não for recebido como verdade transformadora dos
comportamentos reinantes em nosso país, torna-se impossível projetar o nosso futuro.
Há
que nascer o "homem novo", descrito por Paulo de Tarso, no livro de
Celso Martins, intitulado "Em busca do homem novo". "Que surja o
homem novo a partir do homem velho. Que do homem velho, coberto de egoísmo, de
orgulho, de vaidade, de preconceito, ou seja, coberto de ignorância e
inobservância com relação às leis morais, possa surgir, para ventura de todos
nós, o homem novo, gerado sob o influxo revitalizante das palavras e dos
exemplos de Jesus Cristo, o grande esquecido por muitos de nós, que se agitam
na sociedade tecnológica, na atual civilização dita e havida como cristã. Que
este homem novo seja um soldado da paz neste mundo em guerras. Um lavrador do
bem neste planeta de indiferença e insensibilidade. Um paladino da justiça neste
orbe de injustiças sociais e de tiranias econômicas, políticas e/ou militares.
Um defensor da verdade num plano onde imperam a mentira e o preconceito tantas
vezes em conluios sinistros com as superstições, as crendices e o fanatismo
irracional. Que este homem novo, anseio de todos nós, seja um operário da
caridade, como entendia Jesus: benevolência para com todos, perdão das ofensas,
indulgência para com as imperfeições alheias."
Mas
não perco a esperança de alcançar uma sociedade melhor, para prosseguirmos na
busca do bem, para nos tornarmos mais honestos e operosos, bons e solidários.
Este homem novo está presente com muita autenticidade nas palavras, nos gestos,
nas vidas simples e nos seus exemplos que chamam a atenção do mundo inteiro.
Registro
e falo de dois homens novos. Estão a dizer sobre a necessidade imperiosa para
aqueles que governam o Brasil, no sentido de que tenham.
Divaldo
Pereira Franco, com mais de 80 anos, é um homem novo. Um dos mais conhecidos
oradores e médiuns da atualidade, fiel mensageiro da palavra de Cristo pelas
consoladoras e esperançosas lições da Doutrina Espírita. Leva a todos os
continentes a luz do evangelho, pregando a paz, em contato com o povo simples e
mais humilde, conclamando ao combate à violência, a partir da autopacificação.
Há mais de cinquenta anos, no bairro de Pau de Lima, em Salvador, trabalha pela
assistência social há milhares de pessoas carentes. É admirado e respeitado na
Bahia, Brasil e mundo.
Outro
homem novo, é o Papa Francisco, Jorge Mário Bergoglio, que no próximo mês de
dezembro completará 78 anos. Demonstra amor e valorização aos menos
favorecidos, pelas lições de humildade e passos seguros em prol de uma igreja
renovada. Recusou o manto vermelho, símbolo do poder, abriu mão do anel, do
crucifixo de ouro e dos sapatos de pelica, passando a usar sapatos pretos de
sola de borracha. Não quis saber de morar na residência episcopal, na qual
cabem 300 pessoas, decidindo continuar vivendo na sua simplicidade na casa
Santa Marta. Isto contrasta com esta ganância que gera uma corrupção
desenfreada e umas das maiores mordomias do mundo para os integrantes da
administração pública brasileira. Dizem uns que é demagogia, mas ele é muito
coerente com seu discurso e vai paulatinamente abrindo os porões da igreja,
apresentando-a com muita verdade, chegando a pedir desculpas por ocorrências
que não atenderam o caminho marcado pelo Divino Mestre Jesus.
Que
muitos outros homens novos como Divaldo Franco e Papa Francisco, possam surgir,
para a passagem de um tempo negativo para um tempo iluminado pela justiça e
honestidade em nosso país.
*Barbosa Nunes é Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil
barbosanunes@terra.com.br
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