Irmão Antônio César D. Ribeiro
Antônio Cesar Ribeiro |
As nossas Oficinas somam um total
de 2.758 (duas mil setecentas e cinquenta e oito) e somos 76.665
(setenta e seis mil seiscentos e sessenta e cinco) Obreiros em todo o Brasil. O
relatório não identifica o número de Irmãos Aprendizes e Companheiros, mas a
prática indica que aproximadamente 20% (vinte por cento) dos Irmãos das Lojas o
são. Assim teríamos 15.333 (quinze mil trezentos e trinta e três) desses
Irmãos dentro das Lojas e 61.332 (sessenta e um mil trezentos e trinta e
dois) seriam Mestres Maçons, regulares e ativos.
Sabemos que na Arte Real o voto não
é obrigatório, para os Irmãos Mestres Maçons, embora exija o cumprimento de
determinados requisitos legais para votar e ser votado. Na última eleição para
o Grão Mestrado Geral do Brasil vimos que apenas 23.825 (vinte e três
mil oitocentos e vinte e cinco) compareceram às urnas para escolher o Soberano
Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil, o cargo mais importante da nossa Ordem,
enquanto outros 37.507 (trinta e sete mil quinhentos e sete), por
motivos os mais diversos, não foram votar. Ainda assim 342 (trezentos e
quarenta e dois) Irmãos votaram em branco e/ou nulo. Aí vem a pergunta: Porque
um número tão resumido de Irmãos faz questão de participar da mais importante
eleição para todos os Maçons do GOB? O quê leva um número tão elevado de nós
não se interessar em participar de um evento de tamanha importância e
envergadura? Estaríamos “cansados” da mesmice que se abateu sobre a maioria das
Lojas? Ou estamos partindo do princípio de que não adianta votar, ou
participar, porque não vai mudar nada? Esse é o raciocínio do nosso povo
(maçônico ou não maçônico), não tendo a consciência que a não participação já é
participar com a sua ausência. Leia mais
Os números demonstram: A Maçonaria
já passou da hora de ser repensada de dentro para fora. Os valores filosóficos,
filantrópicos, evolucionistas e progressistas tem que ser postos em prática,
com a efetiva atenção a cada Irmão, como se fosse para nós mesmos. Estamos
vivendo uma época de profundas reformas na sociedade, em todos os campos das
relações políticas, científicas (através das novas ciências), comportamentais,
sociológicas e até religiosas (vide o exemplo da Igreja Católica). Devemos
tomar cuidado com o conceito de “tradição”, sob a pena de nos tornarmos
“reacionários”, uma coisa é bem diferente da outra. Chega de vivermos somente
do passado, que foi extremamente importante para a humanidade e deve ser
lembrado e reverenciado, mas façamos do presente a nossa bandeira de ideal e
luta. Muito há de se fazer no campo da educação (luz de toda sabedoria,
inclusive entre nós que estamos estudando pouco), pois “Sem mudar a sociedade
não adianta mudar o governo” (Betinho).
Não adianta falarmos, da boca pra
fora, e não cavarmos masmorras ao nefasto vício da malfadada VAIDADE, raiz de
todos os males dentro da Instituição. Cargos em Loja, nos Altos Corpos, nos
Poderes Constituídos, são destinados àqueles que por mérito próprio devem
ocupá-los, e não devem fazer parte como moeda de troca para se chegar ou se
manter no Poder, a política maçônica deve ser radicalmente diferenciada daquela
praticada pelos políticos profissionais que atuam fora da Ordem. Nossos
objetivos são outros, não existe remuneração para exercermos cargos ou função.
Os “velhos” não devem temer os “novos” (de Maçonaria), pois o projeto maçônico deve
ser revisto, discutido, planejado e tratado ao nível das ideias e dos ideais
que tragam para o seio da Irmandade, aqueles pressupostos da Liberdade, de
pensar e de opinar, da Igualdade, de direito e deveres, e da Fraternidade, com
harmonia e concórdia entre todos os Irmãos; independentemente do seu avental,
do seu Grau simbólico ou filosófico, do seu status social, da sua idade
cronológica ou dos seus conhecimentos acadêmicos.
Façamos valer o que nos ensina e
proclama a Sublime Ordem, cada um dentro das suas possibilidades, aperfeiçoando
a moral, dando nós mesmos o melhor exemplo de conduta, mormente na própria
Instituição, como também em relação aos mais necessitados, tanto no lado
material como intelectual, sem nunca tirar o foco da caridade como virtude para
transformação social da comunidade, para desse modo podermos atingir a
humanidade, com fé inabalável no G∴A∴D∴U∴ e a esperança nos corações e nas mentes dos homens
verdadeiramente livres e de bons costumes.
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