Parabéns Dilma, pêsames Obama

Por Romeu Prisco - São Paulo
Colunista elogia a decisão da presidente de cancelar a distribuição do kit-gay e critica a covardia de Obama ao voltar atrás na questão da fronteira Israel/Palestina. Leia Mais
Parabéns à Presidente Dilma Rousseff. Agindo como mulher, mãe e avó, certamente preocupada com o futuro do seu neto, determinou o cancelamento da distribuição do "kit gay" nas escolas de ensino fundamental. Pouco importa se pressionada por este ou por aquele segmento político-religioso, a Presidente tomou uma decisão de extremo bom-senso, ao obstar o que chamou de "propaganda de opções sexuais", assim causando alívio à sociedade como um todo.

Entretanto, parece que o Ministro da Educação, Fernando Haddad, não se deu por vencido. Fazendo ouvidos de mercador, ainda quer rever o "kit gay", a partir dos vídeos, cuja íntegra não teria sido vista pela primeira magistrada da nação. Ora, isto é uma afronta, um verdadeiro desafio à Presidente Dilma, que deveria merecer severo corretivo, até com demissão do cargo. Provável aspirante à prefeitura paulistana, Fernando Haddad já se notabilizou pelas ocorrências de fraudes e trapalhadas no ENEM.

Se, no momento, a fobia daquele Ministro consiste em montar e distribuir "kits", então, conforme quer a nossa Presidente, para quem a população deve ser amplamente ouvida nesses casos, posso sugerir-lhe dois. Ambos em linguagem simples, o que não significa linguagem vulgar, bem ilustrados, um dedicado aos pais dos alunos, demonstrando-lhes que a educação moral das crianças compete a eles, pais, e não às escolas, incumbindo-lhes, também, induzir firmemente seus filhos ao mais absoluto respeito pelos professores. No outro "kit", dedicado aos alunos, estes seriam estimulados à convivência pacífica com seus colegas, quaisquer que fossem suas aparências, com total repúdio à violência, e novamente alertados sobre o dever de obediência aos professores, tudo sob pena de sofrerem sanções disciplinares.

Como nem todos os Presidentes têm o Fernando Haddad que merecem, um mero auxiliar, sujeito ao cumprimento de ordens, quer goste, ou não, com Barack Obama foi diferente, e para pior. O Presidente estadunidense, considerado o mais poderoso do mundo, viu-se, nada mais, nada menos, obrigado a cumprir ordens. Mal acabara de pronunciar um discurso, quase alvissareiro, em favor de um acordo de paz entre judeus e palestinos, a partir das fronteiras dos litigantes, existentes em 1967, o Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tomou o primeiro (desculpem a redundância) avião direto a Washington, dirigiu-se à Casa Branca e deu um senhor puxão de orelhas em Barack Obama, que acabou desdizendo o que dissera ! De quebra, ainda reiterou a rígida e intransigente posição de Israel, no que tange às fronteiras com os palestinos, perante um seleto grupo de empresários e no Congresso norte-americano, sendo aplaudido em pé pelos assistentes, nas duas solenidades.

Barack Obama saiu desse episódio humilhado. Só não vê quem não quer. Até o nosso Lula, bem menos poderoso que Barack Obama, comportou-se com mais dignidade diante da pressão de Israel, quando da intermediação, juntamente com dirigentes turcos, de um acordo nuclear com o Irã, do desagrado dos judeus. Naquela oportunidade, o Presidente de Israel, Shimon Peres, esteve no Brasil, mas, tudo que conseguiu, foi uma simples troca de camisas de futebol com o jogador Ronaldo Fenômeno. Lula, então Presidente, manteve a posição brasileira.

A paz entre judeus e palestinos depende, prática e exclusivamente, dos EUA. Mais que um discurso presidencial "mal interpretado", para precipitar a assinatura de um acordo de paz definitivo, seria indispensável que os EUA retirassem o maciço apoio diplomático, financeiro e militar que dão a Israel, caso este país não aceitasse as condições impostas pela ONU. Todavia, essa é uma hipótese, se não impossível de acontecer, bastante remota. O "lobby" exercido por Israel sobre os EUA, de fora para dentro e por dentro, este graças ao gigante "AIPAC - American-Israel Public Affairs Committee", é fortíssimo, influenciando e impedindo que o Legislativo e o Executivo norte-americanos tomem qualquer decisão contrária aos interesses dos judeus.

A esperança dessa paz, aparentemente tão perseguida, mas, não totalmente desejada por Israel, está em algumas lideranças, grupos e intelectuais judeus, opositores da volúpia imperialista dos seus atuais dirigentes, contudo ainda minoritários e sem força política interna para assumirem as rédeas do país.

Aconteça isso, ou não, pêsames ao Presidente Barack Obama.

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