Por Sérgio Quirino
Não tem erro! Confirmo e
reafirmo que o bom maçom é cínico. Talvez, para facilitar o entendimento,
pudéssemos reformular a frase:
PARA SER BOM, UM MAÇOM
DEVE SER CÍNICO!
Posso dar três ou cinco
exemplos, mas, por uma questão de controle, acredito que com sete chegaremos à
plenitude da ideia.
Primeiro: O
bom maçom, ou para que o maçom se torne bom, deve viver com moderação. Há uma
frase em algum lugar que enfatiza que a contenção é típica do maçom. Mas neste
caso, a diretiva está ligada à gula e ao consumo excessivo de
"pólvora". No entanto, a "moderação" acima mencionada não
se limita à mesa, mas consiste principalmente em manter uma atitude moderada em
todos os aspectos da vida e do estilo de vida. Mantenha a calma e viva em paz.
Observe que o título mais alto na hierarquia da Grande Loja é Sereníssimo.
Segundo: busque
sempre a verdade. A verdade nada mais é do que a realidade. Evite contar
histórias para si mesmo. A vida é um fato real e sua vida não pode ser vivida
na fantasia. Vaidade e orgulho são atributos de uma peça cujo final é
inevitavelmente infeliz.
Terceiro: não
ser útil. Quando a carne sai dos ossos, vemos que todos os ossos são iguais. No
entanto, não se deve confundir um libertário, alguém que age pelo todo, com um
libertino, alguém que demonstra irreverência às regras em seu próprio favor.
Quarto: A
vida é um conceito que admite diversas definições. A árvore é inerte, um
leopardo corre a 100 km/h, uma mosca-das-frutas vive 13 dias, uma tartaruga
pode chegar a 100 anos, a flor Perpétua pode durar 3 anos, a flor da íris da
praia dura 1 dia. E assim há variações na gestação, na nutrição, no ambiente,
na forma de tudo o que acontece entre o período do nascimento e a morte final.
Mas a qualificação que indica se um maçom fez bom uso desse intervalo de tempo
é quando vemos que houve menos devaneios e mais ação.
Quinto: Devemos
estar atentos aos ensinamentos que recebemos. Cuidar dos Grandes Mestres também
desenvolve em nós o senso crítico que nos liberta da adesão cega a correntes
ideológicas, filosóficas e intelectuais.
Todo "mestre" é um
ser humano capaz de cometer erros e não existem verdades absolutas. Platão
chamou os homens de "bípedes sem penas", até que outro grande mestre
lhe presenteou com uma galinha sem penas e disse aos alunos da Academia:
"Aí está o seu homem, Platão".
Sexto: O
homem não perdeu o paraíso porque comeu uma maçã, mas porque “ingeriu”
conhecimento (Gênesis capítulos 2 e 3). Essa alegoria não nos ensina que o
conhecimento tem um preço muito alto.
Sétimo: Não
há como evitar percorrer caminhos tortuosos, envolver-se no choque de espadas,
suportar o calor das chamas que nos cercam neste cotidiano.
Como dito antes, perdemos o
paraíso. Mas nesta mesma alegoria, sabemos que não fomos enviados para o
inferno. Entre a partida e o destino há tempo e espaço. O passado é passado, o
presente é agora e o futuro é uma construção diária.
Se o Irmão não entendeu a
relação entre cinismo e conteúdo, é porque interpretou a palavra cinismo como
impudência.
CINISMO é a doutrina
filosófica grega fundada por Antístenes de Atenas (444-365 a.C.), que
prescrevia a felicidade em uma vida simples e natural, por meio de um total
desrespeito ao conforto, à riqueza, aos apegos e às convenções sociais, usando,
de forma controversa, a vida canina como modelo ideal e exemplo prático dessas
virtudes.
A imagem que ilustra este
artigo é a do filósofo Diógenes de Sinope, conhecido como " O
Cínico ", cuja etimologia vem do grego kunikós que
se refere ao cão. Diógenes de Sinope (Grego
antigo: Διογένης ὁ Σινωπεύς; Sinope, 404 ou 412 aC - Corinto, c. 323 aC), foi
um antigo filósofo grego.
Como seria bom e saudável se
os irmãos vivessem com vestes simples, sem medalhas, se fossem tão leais e
sinceros quanto cães, e se carregassem uma lanterna na mão esquerda para trazer
luz e dissipar a escuridão da ignorância.
A lanterna deve ficar na mão esquerda, pois a mão direita deve estar livre para aplicar sanções caso a pessoa não cumpra seus juramentos.
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