Por Nuno Raimundo
Esta pergunta que usei como título deste
artigo reflete uma pergunta e afirmação que ouço frequentemente em alguns
círculos leigos. Alguns, na sua ignorância, questionam-se se a Maçonaria é feita
para os “ricos”, outros afirmam sem rodeios que é feita para os “ricos”.
Posso dizer que não é nem uma coisa nem
outra!
Em primeiro lugar porque a Maçonaria é uma
Ordem universal. Quer se encontre em todo o mundo, seja nos países ditos de
“primeira classe” ou nos países classificados (injustamente!) como “terceiro
mundo”, a Maçonaria é o espelho da sociedade em que se inscreve. Isso significa
que sua força de trabalho incluirá pessoas de diversas origens, profissões ou
níveis acadêmicos. O que será sintomático da sua heterogeneidade e da sua
universalidade.
Mas, apesar disso, costuma-se dizer que a
Maçonaria é composta por uma elite de pessoas, mas por uma “elite” que nada tem
a ver com economia e finanças, mas apenas por uma elite moral e social de
pessoas que procuram evoluir e crescerespiritualmente através de um caminho
iniciático e que também buscam promover o progresso da sociedade, e isso é
tudo.
Nas Lojas Maçônicas encontramos pessoas de
todas as idades (idade legal), portanto pessoas que ainda estão estudando ou
que já trabalham ou ambos, e dada a diferença e a multiplicidade de profissões
que podem ser encontradas em uma Loja, será natural encontrar pessoas mais
velhas, gente mais “abonada” que outras, mas nada que exista também no mundo
secular, o que é natural!
Mas como é possível encontrar este “tipo” de
pessoas, poder-se-ia naturalmente confundir a Maçonaria com um clube de
cavalheiros ou simplesmente como uma associação de benfeitores e nada mais, o
que é totalmente falso e perturba os princípios que consagram a Ordem Maçónica.
É claro que a filantropia, a caridade e a solidariedade social existem, mas são
apenas uma consequência da elevada moralidade que os maçons podem ter e nada
mais. Para exercer exclusivamente estas qualidades, existem outros tipos de associações
com estas preocupações prementes, sejam elas Rotarianas, Leões ou similares.
Porém, como este texto trata de “metais” (ou
seja, dinheiro), posso reafirmar que embora a Maçonaria não seja para os ricos,
não é um bom mercado de Ordem, ou seja, há sempre custos associados para quem
dela faz parte. . .
Existem taxas de adesão à Ordem,
contribuições mensais, “aumentos de grau”, materiais e outros acessórios
maçônicos, ou seja, aventais, luvas, golas, livros e outros acessórios e
ornamentos que um maçom necessita para sua vida diária na Loja da qual você
será parte integrante. E aqui, sim, é possível dizer de maneira leiga “que a
noz torce o rabo”, porque, via de regra, esses materiais não são baratos.
Mas também não serão mais caros do que outros
ligados a outras Ordens semelhantes, ou a associações civis ou clubes
desportivos. – Nada na vida é de graça! –
E aqui volto à pergunta inicial: “A Maçonaria
é para os ricos?”, claramente não é o caso!
Mas não deixa de ser útil ter um dinheirinho
no bolso, mesmo que seja para ajudar quem precisa...
Fonte: A Partir Pedra
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