Da Redação
Nos últimos tempos, venho refletindo profundamente sobre se nossos membros realmente encarnam os valores maçônicos em seus corações, mentes e almas. Será que somos verdadeiramente maçons de essência, ou apenas de aparência? A questão que surge é se, de fato, muitos de nós não aderimos à Maçonaria por razões superficiais, buscando vantagens materiais ou prestígio social, em vez de nos dedicarmos sinceramente aos valores que fundamentam nossos ensinamentos e nossa filosofia.
A Maçonaria se propõe como um modo de vida,
cujo objetivo é transformar nossas mentes cruas em mentes iluminadas, prontas
para cumprir nosso dever com Deus e com a humanidade. No entanto, ao observar
as atitudes e ações de muitos irmãos, vejo que este objetivo está longe de ser
alcançado.
É importante esclarecer que não espero a perfeição, pois sei que ela não está ao nosso alcance. A Maçonaria não é o caminho para essa perfeição; somente o Grande Arquiteto pode nos aperfeiçoar. Mas me pergunto se estamos, ao menos, buscando nos melhorar, esculpindo as imperfeições que nos impedem de avançar espiritualmente, ou se estamos, na verdade, apenas usando nossa posição na Loja para encobrir essas falhas.
Ajudar
o Irmão: A Reação Humana e o Princípio Maçônico
Em situações de emergência, como uma questão
médica durante uma reunião, é comum que todos se mobilizem para ajudar. No
entanto, agir assim é uma reação humana, natural, para com aqueles que amamos e
com quem temos um laço de responsabilidade. Na Maçonaria, o conceito de
irmandade vai além disso: ele nos chama a ver cada irmão como parte de nossa
própria família, e não apenas como um amigo ou colega.
O
Compromisso Além do Óbvio
Mas e as situações menos evidentes? Quando um
irmão enfrenta dificuldades que não são claras para todos, estamos realmente
atentos e dispostos a ajudar? Pelas minhas observações, muitos se mostram
consumidos por suas próprias necessidades, faltando-lhes o senso de irmandade
que nossos ensinamentos exigem. Muitas vezes, há aqueles que percebem que algo
está errado, mas optam por não agir, ficando de braços cruzados. Isso, para
mim, contraria o verdadeiro espírito da Maçonaria.
A Carga do Nordeste nos ensina que, mesmo
quando não temos nada material para oferecer, ainda podemos e devemos ajudar
como podemos. Nossa generosidade deve ser abundante, e nosso apoio
incondicional.
A
Responsabilidade dos Mestres Maçons
Para um Mestre Maçom, há um conjunto
específico de comportamentos esperados, pois este grau traz um peso e um
significado mais profundos. Mesmo que alguns irmãos percebam uma situação e se
ofereçam para ajudar, muitas vezes o fazem de forma superficial. Oferecem
ajuda, mas, se recusados, consideram que seu dever está cumprido. Este
comportamento não se alinha com as cerimônias e valores da Maçonaria, pois o
dever maçônico vai além de uma simples oferta: ele exige comprometimento
verdadeiro e persistente.
Além disso, há aqueles que ajudam apenas
enquanto a situação é fácil. No entanto, a verdadeira fraternidade se mostra
nos momentos de dificuldade. Devemos estar ao lado de nossos irmãos em todos os
desafios, reforçando nosso vínculo de irmandade.
Uma Luz
de Esperança
Apesar das dificuldades que observei, ainda
há esperança. Uma pequena parcela dos nossos membros exemplifica a verdadeira
Maçonaria. Esses irmãos se mobilizam em silêncio, enfrentam as adversidades e
oferecem seu apoio sem esperar reconhecimento. Eles ajudam porque isso é parte
de sua essência como homens e como maçons.
Esses são os maçons de coração, mente e alma.
Não buscam honrarias ou reconhecimento; agem conforme os princípios do ofício,
honrando o compromisso que assumiram.
Ser o
Maçom que Somos Chamados a Ser
Não pergunto se você é membro ou maçom, pois
isso não se define em palavras, mas sim em ações. Nossa tarefa é viver conforme
as lições e princípios que nos foram confiados, e ser o Maçom que nossas
cerimônias nos chamam a ser. Vamos refletir sobre o que significa realmente ser
um maçom, buscando sempre incorporar os valores que nos foram ensinados.
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