O Mal Insidioso do Clanismo nas Lojas Maçônicas

Da Redação

Na vasta teia de valores morais e filosofias humanistas que permeiam as lojas maçônicas, um fenômeno insidioso vem minando os alicerces dessas instituições: o clanismo. Enquanto estas lojas proclamam a liberdade de consciência e o respeito pelas diferenças, é desconcertante observar que conflitos e rupturas ainda persistem dentro delas.

O cenário descrito não apenas impacta a dinâmica interna das lojas, mas também afeta sua credibilidade perante a sociedade. O número de membros não está em ascensão e a confiança no universo maçônico está em declínio. Este estado de coisas levanta uma questão crucial: por que o clanismo se enraizou tão profundamente nessas instituições?

O clanismo, uma deriva sutil da democracia participativa, é um fenômeno encontrado em diversos grupos sociais. Nas lojas maçônicas, esse fenômeno se manifesta na formação de subgrupos, muitas vezes compostos por membros mais antigos e influentes. Esses grupos exercem poder de decisão de forma não transparente, marginalizando qualquer voz discordante que ouse desafiar suas decisões predefinidas.

O sistema de clanismo é habilmente projetado para perpetuar-se, mesmo à custa da exclusão de membros e da supressão de divergências de opinião. Paradoxalmente, muitos membros podem não perceber essa dinâmica como problemática, enxergando-a como um mecanismo democrático de gestão interna.

No entanto, o clanismo é uma ameaça aos valores morais que as lojas maçônicas afirmam defender. Sua presença obscurece os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade, substituindo-os por uma hierarquia opaca e autoritária. A ilusão de democracia é mantida pelo silêncio imposto e pela organização prévia das decisões, deixando pouco espaço para debate genuíno e participação igualitária.

Como combater o clanismo nas lojas maçônicas? Primeiramente, é necessário restaurar a integridade do processo decisório, reintroduzindo o voto secreto em todas as deliberações. Além disso, a adoção de votações por escolha aleatória pode evitar a formação de alianças prévias. A transparência também desempenha um papel fundamental; circular todas as informações entre os membros, independentemente de sua posição hierárquica, é essencial para evitar a exclusão e a marginalização.

Outras medidas, como a proibição de múltiplos mandatos e o reembolso justo das despesas de viagem dos membros eleitos, também podem contribuir para mitigar os efeitos do clanismo. No entanto, a conscientização sobre a natureza perniciosa desse fenômeno é o primeiro passo para combatê-lo efetivamente.

Em conclusão, o clanismo representa uma ameaça significativa às lojas maçônicas, minando os valores que elas afirmam defender. Embora seja um desafio complexo, é imperativo que os membros reconheçam a existência desse problema e ajam coletivamente para erradicá-lo. Somente assim as lojas poderão verdadeiramente cumprir sua missão de promover a busca pela verdade, a solidariedade humana e o aprimoramento pessoal.

Bibliografia: Un mal insidieux en loge, le clanisme (Por Alain Bréant)




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