Por Irmão Osvaldo Novaes
Solstício é um período do ano terrestre no
qual a Terra ocupa uma posição especial em relação ao Sol, e durante o qual
parte do planeta se mostra mais iluminada em um de seus hemisférios, sendo
Verão neste, e Inverno no outro. No primeiro, o Solstício de Inverno tem lugar
em 21/22 de junho; no segundo, o Solstício de Verão começa em 21/22 de
dezembro. No Solstício de Inverno, no hemisfério sul, são comemoradas as festas
de São João Batista, padroeiro da Maçonaria e santo cultuado em países com
população de católicos. No Solstício, que ocorre em Dezembro, o de Verão, a
dedicação e as festas vão para o outro João, o Evangelista. O Solstício de
Inverno é voltado para a Esperança; já o Solstício do Verão é dedicado ao
Reconhecimento.
Na Maçonaria, os Solstícios propiciam
reuniões periódicas e apreciação de trabalhos administrativos, troca de ideias
sobre estudos e pesquisas, aplicação dos rituais e propostas de ação, visando
levar a Instituição à realização de seus objetivos: “Tornar feliz a Humanidade,
pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e
pelo respeito à autoridade e à crença de cada um”. Mas, os Solstícios, assim
como os Equinócios, são conhecidos dos Maçons que os comemoram, mas não o
entendem face à astronomia. Por bem dizer, também não é fácil, daí que buscamos
a simplicidade para explicar tal fenômeno da Natureza.
A Terra realiza movimentos de rotação (sobre
o próprio eixo) e translação (em torno do Sol), como afirmaram Galileu, Kepler,
Copérnico e outros, contrariando a imposição religiosa que afirmava o
contrário. Ao girar, a Terra não mantém posição fixa em relação ao Sol,
descrevendo uma figura geométrica chamada de eclíptica. Ao cumprir sua órbita,
a Terra, em relação ao Sol, se distancia de forma variável, ora com este mais
próximo, ora mais afastado da linha do Equador.
Causando aos povos admiração, o fenômeno
acontecia em épocas de plantio e colheita, daí que se realizavam festas nestas
datas, ora pela Esperança de boas colheitas, ora pelo reconhecimento ou
agradecimento pelos resultados obtidos nas safras. Povos, em geral, adoravam o
Sol em várias regiões da Terra por temor, por reconhecer-lhe poder, ou mesmo
pela ignorância sobre sua origem, sua influência sobre os seres, mas sempre
reconhecendo os benefícios trazidos, especialmente calor e favorecimento à
agricultura. As festas misturavam rituais pagãos, simbologia religiosa, as
pessoas se confraternizando num clima de paz. Mesmo sem entenderem a forma como
os Solstícios ocorriam (imaginem séculos atrás!), reverenciavam o fenômeno com
suas manifestações de alegria.
Na Maçonaria atual continuamos a homenagear o
Solstício, quer no Inverno, quer no Verão (do próximo Dezembro). A origem do
nome é latina (olha o latim na Maçonaria!): sol+sistere dando solstitium,
designando o Sol parado, imóvel face ao observador. Claro que há movimento nos
astros, trata-se apenas de falsa impressão para aquele que divisa o Sol no
horizonte do respectivo hemisfério. No Solstício de Inverno, seu início nos dá
a noite mais longa do ano; no Solstício de Verão, teremos o dia mais longo.
Mistérios, Mistérios, a Maçonaria buscando
aprendizado e iluminação. “A coisa mais bela que podemos vivenciar é o
mistério. Aquele que não o conhece e não mais se maravilha é como se estivesse
morto.” Albert Einstein (1879-1955)
0 Comentários