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Em tese, todos nós sabemos que o conhecimento
maçônico não se restringe ao que está escrito nos rituais.
Primeiramente, porque se trata apenas de
livros que instruem procedimentos de trabalho de uma Loja Simbólica, que são
metodologicamente apresentados de acordo com o grau e rito. Ritual do GRAU de
Aprendiz Maçom para o RITO Escocês Antigo e Aceito; Ritual de Passagem do RITO
de York; RITUAL dos trabalhos do RITO Schröder para o Companheiro Maçom, e
assim por diante.
Naturalmente, os conteúdos nos rituais partem
de profundos conhecimentos maçônicos nos respectivos graus. Mas, não precisa
ser nenhum erudito em Maçonaria, para reconhecer que o conhecimento maçônico
não se limita a essas poucas páginas de instruções de procedimentos contidas
nos rituais.
Na famosa peça “Hamlet”, de William
Shakespeare, (cena V, Ato I), há uma frase que se tornou universal e deve
sempre nortear nossos estudos: “Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio,
do que pode imaginar a nossa vã filosofia”.
Assim, clamamos aos Irmãos: Queridos
Horácios, vamos aprender a pensar! Por exemplo, estamos no mês de Setembro e
instintivamente pensamos no sete, mas, SETEmbro é o mês nove do calendário. Por
quê? Porque Setembro já foi o sétimo mês no calendário romano.
E o número sete, então? Os símbolos
atribuídos ao numeral 7 são os ciclos que formavam o calendário da vida humana.
Este mês, que terminava justamente no Equinócio de Outono no Hemisfério Norte
ou seu equivalente, o Equinócio de Primavera, no Hemisfério Sul, era o terceiro
mês pelo calendário da Grécia Antiga e chamava-se Boedromion.
Mas, como estas analogias e exemplos se
vinculam ao conhecimento maçônico? Nos Mistérios de Elêusis, na Grécia Antiga.
Perséfone era filha da Deusa Deméter, da
agricultura. Quando passeava pelo campo, Perséfone foi raptada por Hades, Rei
do Mundo Inferior (bem abaixo da superfície).
Sua mãe, a Deusa da Agricultura, desesperada
com o rapto da filha, deixou de cuidar das plantações e os homens começaram a
morrer de fome.
Zeus, Irmão de Hades, que morava bem acima da
superfície, havia permitido o sequestro, mas depois se arrependeu. E, como era
o Deus Maior, decidiu que ela, Perséfone, seria encarcerada no elemento terra,
durante determinado tempo, como que em um processo de reflexão para a
iniciação. Em seguida, voltaria para o convívio com sua mãe, porém em ciclos
intermitentes.
A semente depositada ao solo se transforma em
planta, gera o fruto e deposita novamente a semente ao solo.
Nas Escolas Iniciáticas da Grécia Antiga
havia a Grande Iniciação aos Mistérios de Elêusis. Tem este nome, porque
Perséfone foi sequestrada nos Campos de Elêusis.
A ritualística desta iniciação nos remete ao
ciclo da alma, que desce à matéria, passa pelos sofrimentos próprios da nova
forma, em seguida, pela angustia das trevas do esquecimento e, enfim, volta à
Luz.
O momento final da Iniciação, chamado de “A
Grande Visão”, era onde se visualizava uma espiga de milho ou um ramo de trigo.
(Atenção, aqui, ao símbolo de determinado painel). A mensagem “oculta” neste
símbolo é a fertilidade.
O uno se transforma em múltiplo, rompe as
entranhas da matéria, procura e luz, germina e frutifica. ASSIM DEVEMOS SER
COMO MAÇONS!
“Feliz é o mortal que presenciou os mistérios
Eleusínios. Abençoados são seus olhos que os viram, pois, após a morte, a jornada
da sua alma o fará diferente dos que não foram iniciados”
Homero
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