A eleição de Jair Bolsonaro está a dividir as
maçonarias portuguesas. O Grande Oriente Lusitano (GOL) assumiu uma posição
crítica através de um comunicado em que repudiou «os valores e princípios que
estiveram na base da eleição presidencial».
O comunicado, assinado pelo grão-mestre
Fernando Lima e publicado no site da instituição, afirma que o GOL é «defensor
da liberdade e dos valores genuinamente democráticos». A mais antiga
organização maçónica portuguesa manifesta ainda solidariedade com «os irmãos
brasileiros que sempre lutaram para que o Brasil seja um país democrático e
amante da liberdade» num momento «de incerteza quanto ao futuro». O documento
termina com a garantia de que os maçons
não deixarão de denunciar e combater aqueles que representarem um «retrocesso
civilizacional».
Diferente foi a posição assumida pelo Grande
Oriente do Brasil que mereceu a simpatia de elementos ligados da Grande Loja
Legal (Regular) de Portugal (GLLP). Paulo Noguês, um elemento destacado desta
obediência, partilhou na sua página de Facebook um comunicado do Grande Oriente
do Brasil a felicitar Balsonaro pela vitória nas eleições.
O Grande Oriente do Brasil «parabeniza o
Presidente eleito, Jair Messias Bolsonaro, e seu Vice, Hamilton Mourão, pela
vitória, esperando que reposicionem nosso maravilhoso País, sobre o tripé da
liberdade, igualdade e fraternidade, com especial atenção a Deus, Família, às
leis e amor à Pátria». A GLLP não assumiu, porém, ao contrário do GOL, nenhuma
posição oficial sobre as eleições no Brasil, que deram a vitória a Bolsonaro.
Refira-se que Hamilton Mourão é membro
do GOB, que tem ligações à maçonaria Regular portuguesa.
Confrontado com a posição assumida pelo
Grande Oriente do Brasil, Fernando Lima diz apenas que não comenta. «Só posso
dizer que o nosso comunicado se mantém e que fala em princípios e valores», diz
ao SOL o grão-mestre do GOL.
Lima, numa entrevista recente ao jornal i,
disse que «a extrema-direita é a única coisa que não se admite na maçonaria»:
«Não admitimos tipos que defendem ideias xenófobas e racistas».
Fonte: https://sol.sapo.pt/
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