(*)
Por Fernando Guilherme Neves Gueiros
Foi
a partir de 1721 que a Maçonaria passou a ser regida e comandada exclusivamente
pela realeza britânica (até os dias de hoje) tendo os Cargos de Grãos Mestres
somente preenchidos pelos nobres da Inglaterra, sendo o 1º destes nobres para o
5º Grão Mestrado, o Duque de Montagu (John).
É de se notar que estes eventos já comemoram neste ano de 2015,
294 de uma monopolização da realeza inglesa sobre a maçonaria britânica.
Como
vimos epigrafados, foi a partir de 1721 que a Maçonaria passou a ser regida e comandada
exclusivamente pela realeza britânica (até os dias de hoje) tendo os Cargos de
Grãos Mestres somente preenchidos pelos nobres da Inglaterra, sendo o 1º destes
nobres para o 5º Grão Mestrado, o Duque de Montagu (John). É de se notar que
estes eventos já comemoram neste ano de 2007, 286 de uma monopolização da realeza
inglesa sobre a maçonaria britânica.
Em
seguida este cargo de Grão Mestre foi dado em sucessão ao Duque de Wharton, um
nobre lascivo cuja biografia os ingleses comentam pouco devido aos escândalos e
da sua notória participação no Hells Fire Club. Por certo, os maçons ingleses
morrem de vergonha da atuação do duque de Wharton e escondem com unhas e dentes
as informações sobre o Hells Fire Club.
Como
o referido Duque de Wharton era um doidivanas, seria tarefa de o Grão-Mestre adjunto
dirigir os trabalhos da ordem cabendo a Jean Théophile Desaguliers, esta tarefa,
nomeado três vezes para tal posto: em 1722, pelo "mulherengo"
Wharton; em 1724, pelo Conde de Dalkeith; e em 1725, por Lorde Paisley.
Estas
influências do comando da Maçonaria pela nobreza inglesa começam-se a se sentir
mais forte a partir de 1737 quando foi iniciado o primeiro membro da Casa Real
na Maçonaria Inglesa. Seu nome era Frederick Lewis, Príncipe de Gales, filho do
Rei George II. Esta iniciação foi feita por John Theophilus Desaguliers, que
fez a cerimônia ritualística, numa exceção, no Castelo de Kew, em Richmond.
É,
sobretudo nos primórdios desta influência da nobreza, que poderíamos chamar de baixo
clero, dado a que eram nobres, porém sem ser da Casa Real, perdurando à quando
então foi eleito o Príncipe de Gales Primeiro Membro Real Eleito na data de 02.05.1792.
Daí para frente à Maçonaria passou a ser comandada pelos Membros da Casa Real,
"ad aeternum". Hoje já se vão 294 anos de comandos e mandos pela nobiliarquia
real inglesa, sendo, 215 anos diretos pela Casa Real Inglesa.
Haveremos
também de relembrar que todas estas mudanças, principalmente na forma
ritualística causaram em 1751 um cisma na Maçonaria Inglesa dada a que os chamados
Maçons Antigos não aceitavam os desmando praticados pelos Maçons da Maçonaria
Inglesa, por aqueles chamados de Modernos. Estas diferenças, muito fortes
perduraram até 1813, quando então houve um pacto, entre as duas casas, no ente
maior de cada uma que eram o Duque de Kent e o Duque Sussex, criando o que hoje
é a Maçonaria Inglesa, e que passou a ser comandada Príncipe Augustus, Duque de
Sussex, então consagrado como Grão Mestre.
Esta
anomalia de comando, sem eleições pelo povo Maçônico de seu Grão Mestre, ferindo
os regulamentos de Payne e a 1ª Constituição Maçônica de Anderson, tornar-se-ia
pior quando então também passou a ser obrigatório todos os Membros do Grão Mestrado
ser obrigado a serem Anglicanos. Criando dentro da Maçonaria Britânica o que
podemos chamar de maçons de segundo classe, ou seja, todos aqueles que jamais
poderiam almejar o Grão Mestrado ou Cargos neste, devido a não serem anglicanos
e não nobres.
Contudo,
outro evento de grande importância, mostraria mais estas anomalias.
Por
conta da revolução francesa, 1789, com grande participação da maçonaria francesa,
a maçonaria inglesa, vinha assustando a nobiliarquia inglesa pelo simples fato
de sua existência. Por conta disto antecipando qualquer movimento no Estado Monárquico,
apressamse os dirigentes da maçonaria Inglesa a época, a declarar ao então
primeiro ministro inglês William Pitt a total fidelidade e solidariedade a Monarquia
e ao governo monárquico.
Porém, não satisfeito, exigiu o primeiro ministro Pitt, na data de
dois de julho de 1798, num ato do Parlamento Inglês, a obrigação da Maçonaria Inglesa
proceder anualmente a uma relação para o Estado Monárquico em que houvesse contido:
NOME, RELIGIÃO, TÍTULO, PROFISSÃO, ATIVIDADE E ENDEREÇO de todos seus membros,
ou seja, o Estado Monárquico forçou a Maçonaria a proceder ao que chamaríamos
de delação de seus membros e tornando-se perjura ao capitular a aquela imposição.
E ela submeteu-se, a fim de continuar com suas atividades. Isto perdurou durante
168 anos, só terminando no ano de 1967.
Uma
grande pergunta é se teria relacionado o nome do Príncipe de Gales, então comandando
a Maçonaria, no exercício de Grão Mestre, e não como membro apenas simbólico.
É comum, em defesa destas anomalias citadas, dizer-se algo como:
Comando pela nobiliarquia Inglesa, Casa Real e Igreja Anglicana, o Maçom
Britânico fazer a alegação que a Maçonaria estaria protegida pela realeza, no
caso específico pela Casa Real e atendendo as tradições Britânicas, mais foi
justamente no comando pela realeza, durante o Grão Mestrado do Príncipe de
Gales, que ela aceitou submissa fazer as tais relações delatoras para o Estado
Monárquico... Onde estavam às tais proteções? E as tradições deveriam ser
maçônicas e não da Monarquia Britânica?
Aproveito
o ensejo para uma breve digressão, sobre o primeiro ministro inglês William
Pitt, e observar o que se segue:
“O
quadro tributário da época” não exigia dos mais abastados contribuição proporcionalmente
maior, quando, em 1797, William Pitt, solicitou alteração e aumento do "assessed taxes", uma forma
rudimentar de taxação baseada nos gastos como indícios de riqueza.
Os
contribuintes foram divididos em classes. Na primeira, estavam os que possuíam criadagem,
carros e cavalos; na segunda, na falta desses elementos, a base de cálculo era
medida em relógios, cães e janela; a terceira se baseava na habitação. Os
contribuintes reclamaram de que havia sido criado um imposto sobre a renda e o capital,
mas Pitt discordou, afirmando que o imposto era sobre a despesa. A receita desse
tributo era diminuta e poucas as expectativas de aumento.
Preparavam-se, também novas alianças entre a Grã Bretanha, a
Áustria, a Rússia e a Turquia. A Inglaterra conseguia sucesso diplomático, mas
necessitava de recursos financeiros para subsidiar o ataque contra a França. Em
1798, William Pitt solicitou ao parlamento modificação no "assessed taxes", transformando o
imposto sobre despesas numa tributação sobre a renda, em suma, um imposto geral
provisório sobre todas as fontes de renda mais importantes. Vem daí o nome
"income tax".
Em
"3 de dezembro de 1798, na Câmara dos Comuns, Pitt foi defender a
instituição do imposto de renda".
Findo
a digressão, posso afirmar que A MAÇONARIA REAL BRITÂNICA é um caso atípico a
todas as Maçonarias do Mundo. Ela é comandada e gerida "ad perpetum" por descendentes da
família real, não há eleição para o Grão Mestrado, e para os cargos do Grão
Mestrado tem-se que ter o título de "SIR" e ser anglicano, daí não
podermos conjeturar aceitação com este exemplo tipicamente inglês.
Foram
quebradas e desconhecidas as tradições maiores da Entidade (Instituição Iniciática)
Maçônica em prol de uma nobiliarquia e religiosidade.
Estes
são os fatos e eventos de uma Potência Maçônica que se julga Plenipotenciária dos
Direitos Universais sobre todas as outras Potências Maçônicas do Mundo, ditando-lhes
regularidades. Todavia, quem estará mais na irregularidade Maçônica? Esta é uma
grande pergunta.
Este
ano a Maçonaria Inglesa irá completar 298 anos de existência, e certamente será
uma grande oportunidade para se comemorar tão extensa data quanta tão extensa
direção do Duque de Kent, atual Grão Mestre da Grande Loja Maçônica Real da
Inglaterra.
Para
tanto, também este ano, completar-se-á 278 anos desde que o primeiro maçom Real
foi iniciado na Maçonaria Real Inglesa. Seu nome era Frederick Lewis, Príncipe de
Gales, filho do Rei George II. Esta iniciação foi feita por John Theophilus Desaguliers,
que fez a cerimônia ritualística, numa exceção, no Castelo de Kew, em Richmond.
Começava
nesta data a história do ingresso da realeza britânica no universo da Maçonaria
Inglesa, culminando em 1813, em definitivo, com a usurpação do Trono de Grão
Mestre Maçônico para realeza, exclusive e "ad aeternum" com a
ascensão do Duque de Sussex, o Príncipe Augustus Frederick. Que a governou por
30 anos, isto é: desde 1813 a 1843. Atualmente quem a Governa é o Príncipe
Edward George Nicholas Patrick Paul Windsor Duque de Kent desde 1967, portanto
há 48 anos.
A
questão que me faço particularmente e que aqui exponho é se devemos gritar "Vivat",
"Vivat", "Vivat" ou HUZZÉ HUZZÉ HUZZÉ! "Habemus" uma Maçonaria livre na Inglaterra.
Certamente,
que não... Jamais para mim!
Não
posso conceber que seja livre uma Potência Maçônica que se dobrou a uma imposição
externa da forma como se deu. O cargo de Grão Mestre da Ordem foi usurpado como
cargo "ad aeternum", a ser preenchido
somente por entes da casa Real Inglesa.
O
que veio a representar uma subserviência. Um ato simples de subordinação a exercícios
externos.
Mas,
esta imposição e subordinação não param por aí.
Este
tipo de subordinação veio para cima dos demais cargos do Grão Mestrado Inglês,
pois passou a existir outra imposição e subserviência, esta promovida pela Igreja
Anglicana amparada pela Casa Real e que consta da Constituição da Grande Loja
Real da Inglaterra.
Para
se ser membro do Grão Mestrado Inglês é obrigatório que se seja Anglicano. Desta
forma todo e qualquer outro iniciado maçom inglês que não seja Anglicano não poderá
jamais ser um Membro Ativo do Grão Mestrado.
Isto
para mim, já é o suficiente para tornar a Maçonaria Real Inglesa irregular perante
todas as Congêneres Maçônicas do Mundo.
Fere
esta Potência, que se intitula plenipotenciária da Maçonaria Especulativa, os princípios
da Liberdade e Igualdade individual de todos seus iniciados. Fere os princípios
mais elementares da Maçonaria Universal quando tornam alguns de seus iniciados,
cidadãos de segunda classe perante os outros, que são os iniciados e que professam
a religião anglicana, então os beneficiados.
E
isto ocorre em detrimento de um preceito e preconceito que vem há mais de 278, nascido
há 480 anos, aproximadamente. Preceitos e preconceitos que proíbe alguns de
seus iniciados a um total ostracismo junto ao Grão Mestrado Inglês.
Mas,
isto é um ranço trazido de uma Lei promovida por um Rei Bígamo, e excomungado
pelo Vaticano através do Papa Clemente III. Em 1535, já excomungado, com o
"Act of Supremacy" (ato
este até hoje ativo), estabeleceu o Rei Henrique VIII ser ele o Chefe Único e
Supremo da Igreja da Inglaterra, daí para o passo de também serem o Chefe da
Maçonaria foi mera transposição de tempos e eventos.
Nascia
nesta época a igreja Anglicana mantendo os mesmos dogmas que eram atacados pelo
protestantismo: o celibato eclesiástico, a transubstanciação (transformação da
substância do pão e do vinho, durante a consagração da missa, na substância do
corpo e sangue de Jesus Cristo), a validade dos votos de castidade e as missas
privadas e o completo conluio Igreja e Estado Monárquico e Autoridade Real. Lembremo-nos.
Deste
conluio, Estado Monárquico e Igreja, surgiu outra imposição para a realeza. Hoje
para se ser REI ou RAINHA da Inglaterra é obrigatório que os cônjuges professem
ambos a religião anglicana, senão não poderão sentar e centrar o trono da Inglaterra.
E
esta situação, inconsequentemente também passou a ser uma imposição Constitucional
Maçônica para todos aqueles que almejassem ser um membro do Grão Mestrado Inglês,
tolhendo, subordinando a todos que não fosse um anglicano a um Ostracismo.
Poucos
ainda desconhecem e alguns alegam que a realeza veio dar segurança para a Maçonaria
Real Inglesa, mais não foi tão assim. Durante quase 170 anos, mais precisamente
de 1799 a 1967 a Maçonaria Real Inglesa, através do Grande Secretário era
obrigada a fazer uma vez por ano uma relação de todos os membros da Maçonaria
com nomes, idades, profissões e endereços para o Estado Monárquico, isto é,
esta delação só findou por uma decisão do Parlamento em 1967.
Como
pode ver uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa quando feita pesquisas
e a verdades se dar transparente. Sem ataques, conchavos ou ilações maldosas,
mas tudo para Bem da Verdade, Do Conhecimento e Da Ordem Maçônica.
Mas,
com tudo isto LOUVEMOS a GRANDE LONGIVIDADE da GRANDE LOJA MAÇÔNICA REAL
INGLESA, numa eterna expectativa que volte a ser LIVRE e sem costumes profanos.
E
finalmente que venha participar dos Congressos Maçônicos Internacionais, não como
plenipotenciários seja, por invocação própria, mas como mais uma Potência a fim
de se criar uma sintonia e uniformidades global para todos os maçons, quer seja
nos princípios, quer seja num ordenamento ritualístico mais equânime.
Por
fim, como aceitar esta forma apolítica de ser, se considerar como Brasileiro,
os relevantes fatos históricos políticos de formidável participação maçônica, diga-se
de passagem, em TEMPLO. Vejamos alguns pequenos relatos disto que fiz em
diversas pranchas:
A
maçonaria brasileira, sem sombra de dúvidas foi à artífice sobre a Independência
do Brasil ao julgo Português através de seus membros históricos, tem o seu
marco maior nos atos que antecederam ao simbólico grito do Ipiranga dado às
margens do riacho do mesmo nome, na província de São Paulo a Sete de setembro
de 1822 (um sábado), pelo então Mestre Maçom (Ir:. Guatimozin) S. A. R. Dom
Pedro de Alcântara d´Orleans e Bragança.
Os
mais memoráveis, a julgar pelos "Atos de Bravuras" desprendidos,
começaram nos idos de 1792 com o movimento feito por "Tiradentes"
(Joaquim José da Silva Xavier) que culminou com a sua morte a 21 de abril, numa
sexta-feira. Houvera muitas rebeliões e movimentos em diversas províncias pelo
Brasil colônia afora. Todos estes atos foram tratados como insidiosos, contudo,
somente uma revolução foi havida e feita pela Maçonaria com a participação
popular do povo brasileiro, foi a: Revolução Pernambucana de 1817.
(*)
Por Fernando Guilherme Neves Gueiros
M.·.M.·.
Or de Paulista PE
Fonte:
MS Maçom - http://www.msmacom.com.br/
1 Comentários
O texto é excelente embora truncado.
ResponderExcluir