*Por
Barbosa Nunes
Recentemente,
no dia 14 de março, em noite que antecedeu a caminhada do povo brasileiro, que
em milhões foram às ruas, estive presente em exercício do cargo de Grão-Mestre
Geral do GOB, em uma sessão histórica e comemorativa dos 50 anos da Loja
“Aurora de Brasília”, presidida por Dionísio Leone Lamera, que desde o seu
primeiro Venerável em 1965, maçom José de Melo, é uma célula composta de
quadros comprometidos com princípios maçônicos e sociais.
Ao
cumprimentar os 700 presentes no Palácio Jair Assis Ribeiro, disse que no dia
seguinte, 15 de março, as autoridades que governam este país iriam ouvir a voz
do povo, na certeza de que o país precisa, passando por longas noites
tenebrosas de corrupção, de uma aurora. Aurora significa "amanhecer".
É um termo oriundo do Latim. Aurora é uma claridade visível no céu antes do
nascer do sol e que indica o começo do dia. Se os governantes não compreenderem
o momento em que vivemos, esta aurora, indispensável, virá pela vontade do
povo.
Continuando
minha reflexão, mais me reforço com a consciência política, equilibrada de um
expoente da justiça brasileira em seu mais alto cargo, encontrando o
ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres de Brito, na entrevista
concedida ao “Estadão”. Nela, faz afirmações que devem ser norte para os nossos
políticos e administradores que estão conduzindo o país para a chamada
“tempestade perfeita”. Crise política, inflação subindo, insatisfação
generalizada, rejeição ao governo em todas as classes, já atingindo 62%, em
caminho para chegar a ingovernabilidade.
“Ato
de cidadania, e que deve ser saudado com foguetório, e oportunidade do Brasil
se passar a limpo”, diz Ayres de Brito, acrescentando “Vamos virar essa página
da indecência, de corrupção, de assalto. Oportunidade do país se depurar nos
costumes”.
Em
outro trecho, “Gosto dos momentos significativos de cidadania ativada, com
cidadão participando da vida do seu país em plano de interesses gerais.
Cidadania é o segundo fundamento dos princípios fundamentais da República, o
primeiro é a soberania popular. Cidadania é a qualidade do cidadão por tudo que
é de todos, que tem espírito público. Ele é ativo, dinâmico, orgânico,
militante, engajado e participativo das coisas”.
A
sociedade brasileira está madura, entende hoje a verdadeira soberania popular.
Com muita consciência, segurança, e não se deixando contaminar pelos
oportunismos de políticos de todos os partidos sem exceção, não permitiu
nenhuma presença ou voz deles que pudessem assumir a caminhada cívica. Pois,
seus comportamentos, na grande maioria, com exceções pequenas mas que
dignificam a prática política, embora ficando manchados por aqueles que se
envolvem na desonestidade, gerando corrupção, irrigada por empreiteiros, caso
da Petrobrás. Empreiteiros que antecipam recursos no financiamento das
campanhas, recursos que voltam multiplicados muitas vezes, como parte do
vergonhoso oficializado 3% (três por cento) dos contratos ilícitos e
superfaturados, que foram para as campanhas políticas. A operação Lava-Jato
está mostrando e intranquilizando muita gente, pois a perspectiva é que a cada
delação premiada, novos nomes surgirão. O povo brasileiro falou e continuará,
não há mais retorno. Se a voz da população não for ouvida para mudar, corremos
sério risco da “tempestade perfeita”, cujas nuvens estão visíveis e carregadas.
Mas
quando eu vejo o presidente da Câmara Federal, defendendo o financiamento
privado para campanha política, que não é nada mais que doações, hoje
conhecidas como propinas, isto nos traz a visão de que a mudança será difícil.
O
maçom Marlon Reis, considerado pai do “Ficha Limpa”, é um incansável lutador
pela Reforma Política, que tem o apoio do Grande Oriente do Brasil, em bandeira
portada pelo Grão-Mestre Geral do GOB, Marcos José da Silva. Marlon Reis afirma
que “Os maiores doadores nas campanhas políticas são empresas que mantém
contratos com o poder público. Isso coloca a situação da doação sob suspeita. O
próprio contrato já nasce levando-se em conta a condição de que parte do
dinheiro que é público volta para a campanha”.
Sem
Reforma Política a situação se tornará mais grave. Mas a Reforma Política não
pode ser feita por aqueles que foram maestros da corrupção e levaram o país à
esta situação. Em expressão popular é colocar “a raposa para vigiar o
galinheiro”. Doação é fruto delicioso para candidatos, que apressadamente
lançam mãos desse fruto podre, fruto da corrupção, e que hoje estão levando
muitos às grades e a processos.
Recebi
de um maçom, este poema de Cleide Canton, com inserção do maçom Rui Barbosa
escrita em 1914. Mais do que atual, retrata com emoção, especialmente quando é
declamado por Rolando Boldrin, podendo ser visto no youtube.
SINTO VERGONHA DE MIM por ter sido educador de
parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a
honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma
era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos
meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a
ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família,
célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o “eu” feliz a qualquer
custo, buscando a tal “felicidade” em caminhos eivados de desrespeito para com
o seu próximo.
Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a
tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos “floreios”
para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga
posição de sempre “contestar”, voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim, pois, faço parte de um
povo que não reconheço,
enveredando por caminhos que não quero percorrer… Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois, amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
enveredando por caminhos que não quero percorrer… Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois, amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver
prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantarem- se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da
virtude, A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
*Barbosa Nunes é Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil
1 Comentários
Bom dia . Queremos fazer uma lavagem total no Brasil. Além dos inúmeros escândalos que envolvem as três esferas do governo federal, estaduais e municipais, abrem-se as fronteiras para todo o tipo de de personas non gratas. Islamismo, Hamas, entre outros. O dinheiro suado do trabalhador e empresários (sério) está indo para outros países de pensamentos nazistas (leia-se comunismo). Firmas fechando e consequentemente aumentando o desemprego. No campo nem se fala. Como guardiões da moral e dos bons costumes. Pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade, não podemos ficar de braços cruzados. Não podemos ficar calados e quietos como bodes. Temos que retroceder a centenas de anos, e dar um basta na situação do Brasil e de parte do mundo. Ouçamos as vozes de nossos ancestrais. Lembremo-nos dos atos deles. Estamos em toda a parte. Mas a meu ver meios "adormecidos". Se para começarmos pelo Brasil, tivermos que implantar uma Intervenção Militar, assim seja. E IR.'. militares é que não nos falta. Nas 3 Armas. Brasília com seus deputados ( GOB) não podem ficar eternamente "adormecidos". A hora é agora para mostrarmos a quem "puxamos". Honrarmos nossos ancestrais. Ainda temos lá no fundo, o espírito de Cavaleiros. Ás armas! T.'.F.'.A.'. e P.'.P.'.
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