Por Déo Mário Siqueira
Déo Mario Siqueira |
Século passado foi instituído
se não me engano no The Times londrino uma figura cuja obrigação flutuava de
forma magnífica entre a censura respeitável e o liberalismo responsável: o
"OMBUDSMAN".
A função em si extrapolava nas redações o simples
corretista (?) denominado copydesk, profissional letrado e senhor da gramática
e semânticas embutidas na arte de materializar via verbo as nuances dos fatos
ou artigos a serem publicados. Tanto este quanto aquele tinham uma enorme responsabilidade à cerca daquilo que o periódico viria a
disponibilizar aos seus leitores e muito mais: a tarefa de blindar o que as
bancas entregariam ao público leitor de maneira que a redação como um todo
cumprisse sua (dela) função sem risco de levar inverdades e/ou achismos
legalmente questionáveis.
Lembro-me muito bem o alvoroço
causado nas nossas baias jornalísticas e o grito de certos escribas "acima
da norma" perante tal invencionice, segundo os mesmos.
Censura mascarada, denunciavam
uns; manipulação previa, esperneavam outros de tal forma que a tal função aqui
jamais vingou...
O que ganhamos nós que
necessitamos da leitura para viver em sintonia e harmonia com os fatos quando a
prática destes ofícios caiu nas brumas do esquecimento? A quem premiou o
inverso?
Assusta-me constrangedoramente
a facilidade e o descompromisso observados na publicação impressa ou áudio
visual praticada na nossa nada monótona imprensa tupiniquim; doi ler/ouvir o
nosso vernáculo ser chutado todo dia e hora e nem sequer um (UM) dos bons
formadores de opinião remanescentes erguer a caneta/teclado/teleprompt para se
recusar a aceitar troca de regras gramaticais básicas por erros crassos da língua
portuguesa travestindo-os, ora de neologismo, ora de nova forma de comunicação,
ofendendo-se quando se deparam com algum questionador com mania de pássaro dodo
a lhes mostrar que morre na véspera a nação cuja língua mater vê-se ser dia
apos dia submetida a uma fria e cruel eutanásia não consentida. Incomoda a
poucos o nivelamento por baixo no conteúdo das matérias veiculadas onde
"instalar e estalar" soam e, pior, teem o mesmo sentido.
Ah! O ombudsman tem como
função LER antes das matérias chegarem ao copydesk e recusar caso a
notícia/idéia não
corresponda ao fato.
No meu (self) caso acho que
haveria devolução do acima exposto senão por este, por aquele.
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