Foi bom enquanto durou


Por Déo Mário Siqueira
Déo Mário Siqueira
 O balanço pode ser considerado positivo se levarmos em conta que entre mortos e feridos alguns se salvaram, com cicatrizes como saldo mas prontos para rever o ontem tentando evitar os mesmos erros a partir de amanhã.
Em minha juventude vi algumas encenações de teatro e uma dessas peças me vem à mente com frequencia: "Brasileiro, profissão esperança". O autor, Paulo Pontes, porem os interpretes eu jamais esquecerei: Paulo Gracindo e Clara Nunes.*
O texto carregado de dramática poesia mesclava Dolores Duran e Antonio Maria, ora na voz canora da "Sabiá", ora na pujante materialização da palavra por um dos mais perfeitos oradores que o Brasil produziu. Em ambos, o compromisso de levar ao público o real sentido das ideias e conteúdo sentido na obra dos dois grandes criadores. Ela, Dolores, romântica dilacerada pelas dores e enlevos do amor como lenitivo maior, ele, Antonio Maria, cardisplicente por auto definição, ferino, ácido e cruel na primeira pessoa mas generoso e sarcástico quando se referia aos seres cujas angústias beiravam as suas (dele).
O elo entre a arte de ontem e momento de agora fica na conta do titulo da peça -gravada em disco/cd- e eu quero modestamente na primeira pessoa deixar um registro do escritor Euclides da Cunha: o sertanejo é antes de tudo um forte. Da mesma forma creio ser pertinente lembrar que todos nós brasileiros temos a esperança como profissão de fé.
Quiça possamos reverenciar o Criador e originador de tudo, do bem e da paz, juntos sob o SEU manto, exercitando o nosso livre arbítrio e no mesmo bater dos próprios corações LHE agradecermos as boas ações realizadas. Pedimos mais: novas bênçãos e mais operários que possam se doar em busca da luz e das atitudes dignificantes, tudo isto vindo da benignidade gerada em SUA fonte. Por fim, o mais importante é manter " a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo...".

Que venha o novo!!!

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