PÁSCOA PARA O MAÇOM



A Páscoa conduz à reflexão e meditação sobre os valores que a data simboliza, como a renovação, a ressurreição e a redenção.

Por representar a ressurreição de Jesus Cristo, a Páscoa é uma das celebrações mais importantes do Cristianismo, porém seu simbolismo remonta a tradições religiosas pagãs antigas, a exemplo do Mitraísmo, religião que surgiu no Império Romano e se espalhou amplamente pela Europa durante o século I d.C. até o século IV d.C. Uma das principais celebrações do Mitraísmo era o festival de Mitras, em honra ao mito persa Mitra (um deus solar e da luz), símbolo da renovação e da vida. Realizado no final de março ou início de abril, o festival romano do "Dies Natalis Invicti Solis”, ou "Dia de Aniversário do Sol Invencível", marcava a volta do brilho do sol ao final do inverno (no hemisfério norte), e, portanto, o início da primavera e o renascimento da natureza com a volta da luz.

De sua vez, a "Pesach" - a Páscoa judaica, ou Páscoa da libertação -, celebrava a saída dos hebreus do Egito graças a Moisés, e o início de seu percurso até a terra prometida. Com o advento do cristianismo, a Páscoa adquiriu um novo significado, indicando a passagem da morte à vida por Jesus e a passagem a uma vida nova para os cristãos, libertados do pecado. Através da sua morte e ressurreição, o Cristo ofereceu a promessa da salvação, de renovação e de vitória da vida sobre a morte.

A Páscoa é uma celebração com tradições repletas de simbolismo, a exemplo da oferta de ovos decorados. O coelho e o ovo são símbolos de renascimento e fertilidade, relembrando as celebrações antigas pela chegada da primavera. Na cultura cristã, o ovo representa a tumba de Jesus, que se abriu para revelar a sua ressurreição, e os ovos coloridos também são uma forma de celebrar a alegria da ressurreição e a chegada da primavera.

Outro símbolo importante da Páscoa é o cordeiro, associado ao sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Na tradição cristã, o cordeiro simboliza a inocência e pureza de Jesus. Na tradição judaica, o cordeiro simboliza o sacrifício oferecido durante a celebração da Páscoa, representando a libertação do povo judeu da escravidão no Egito. O pão e o vinho são outros símbolos importantes, representando o sacrifício na cruz do corpo e sangue de Jesus Cristo.

Para o Maçom, a Páscoa conduz à reflexão e meditação sobre os valores que a data simboliza, como a renovação, a ressurreição e a redenção. Os símbolos da Páscoa, como os ovos e o cordeiro, também podem ser interpretados de forma maçónica. Os ovos, por exemplo, como símbolos da fecundidade e da fertilidade, representam a ideia de que a vida sempre se renova e se regenera. A inocência e a pureza, representadas pelo cordeiro, são valores muito prezados na Maçonaria.

A busca pela verdade, pela sabedoria e pela iluminação espiritual também pode ser vista como uma busca pela vida eterna e pela renovação da esperança. A vida, a morte e o renascimento também são temas fundamentais para a Maçonaria, que ensina a pensar sobre a natureza da existência e a trabalhar pela melhoria do homem e do mundo ao seu redor, visando construir uma sociedade mais justa e fraterna.

A crença maçónica na imortalidade do espírito e no aperfeiçoamento moral do indivíduo está em sintonia com a ressurreição de Jesus Cristo como símbolo da imortalidade da alma e da esperança na vida eterna. A busca constante pelo aperfeiçoamento moral e pela perfeição é um dos pilares da Maçonaria, e a Páscoa é a oportunidade para refletir sobre esse tema.

Fonte: Folha do Litoral/Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR



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