Por Irmão Sérgio Quirino
O tempo é um recurso não renovável! Faço questão de reescrever o título para que, já de início, o Irmão não perca a essência do artigo.
Não há recuperação e renovação do tempo. O tempo nunca foi o passado e nunca será o futuro. O passado são registros, o futuro, suposições e esperanças. O presente é a vida ou a vida é o presente. Não se trata, contudo, de viver apenas no imediatismo. Mas sim, de mantermos a plena consciência da vida a cada instante vivido.
Há um símbolo maçônico para esta reflexão. A
Ampulheta encontrada na Cam.’. Refl.’.
contém um determinado número de grãos. Estes grãos são os nossos dias de
vida. Tanto na vida real quanto na reflexão filosófica, não podemos garantir
quantos grãos tem a ampulheta e nem o número de dias que comporá nossa vida.
Ela possui dois compartimentos. A parte de
baixo é o passado. Cada grão foi um dia que vivemos. Os primeiros estão lá
embaixo, esquecidos ou soterrados pela ação inexorável da Lei que a todos nós
um dia nos colocará ao solo.
A parte de cima é o futuro. O questionamento
está no número de grãos que ali estão. A angústia da ausência de resposta não
se limita à quantidade de grãos, ela se estende à qualidade.
Todos nós vivenciamos dias que passam muito
rápidos e outros em que o relógio parece mais lento.
NA AMPULHETA DA VIDA, NEM TODOS OS GRÃOS SÃO
DO MESMO TAMANHO.
Além da diferença de tamanho, existem grãos
bem polidos e outros brutos. Às vezes, grãos cheios de arestas se encontram
justamente no gargalo a dificultar o escoamento. Este é o momento quando sentimos
a estagnação dos nossos projetos. A sentença popular que bem reflete este
precioso intervalo de tempo é: “A vida não vai prá frente, nem prá trás”
Então, compreendemos que a vida é justamente
o encontro entre o futuro e o passado. Entendemos que o grão, indiferente de
seu tamanho ou forma, representa, neste momento, não a vida, mas a oportunidade
de viver.
A oportunidade de fazer escolhas, tomar
decisões, vivenciar cada aresta, reagir ao mesmo tempo com leveza, energia e
polidez. E assim, com a experiência
vivida e adquirida, deixar uma obra.
O resultado da queda dos grãos na ampulheta é
um montinho, que se acumula na parte de baixo, em forma de pirâmide. A vida
deve ser assim. Os nossos primeiros anos de vida possuem uma dimensão material,
mais horizontal.
À medida que vivemos, deixamos a base plana,
iniciamos a subida na pirâmide e passamos a pensar em valores mais abstratos e
elevados, verticalizando nossa obra. Oxalá que, quando o ultimo grão passar,
estejamos com nosso vértice voltado ao Altíssimo.
A
AMPULHETA É UM SISTEMA LACRADO.
NÃO HÁ COMO ACRESCENTAR NOVOS GRÃOS.
NÃO HÁ UM DIA A MAIS OU UM DIA A MENOS.
Atingimos quinze anos de compartilhamento de
instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao
estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, legítimo Construtor
Social.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo.
Vamos em Frente!
Fraternalmente


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