QUARENTENA, À LUZ DE UM INICIADO

Por Francisco Feitosa


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Entre a Quarta-feira de Cinzas e o Domingo de Ramos, que dá início à Semana Santa, forma-se um período de 40 dias, ao qual passou a ser denominado de Quaresma. O termo deriva do latim, significando quadragésimo dia. A Quaresma foi mencionada pela primeira vez no Concílio de Nicéia (325 d.C.). Criada a partir de duas práticas da Igreja Primitiva: o longo jejum anterior à Páscoa e o período de preparação para o batismo. Desde o século II, no Cristianismo Primitivo, o candidato ao batismo esperava por três anos para ser batizado, que ocorria, apenas, uma vez ao ano, no dia da Páscoa.

Na Sexta-feira que antecedia ao Domingo de Páscoa, o candidato era levado à igreja e colocava as roupas de neófito, ficando em jejum até o Domingo da Ressurreição, onde era batizado. Era-lhe retirada as roupas e o batismo era realizado, em geral, por derramamento.

O número quarenta foi determinado pela duração do jejum do Mestre Jesus, no deserto. Para alguns líderes da igreja do passado, o período da Quaresma terminava na Quinta-feira Santa, também, chamada de Quinta-feira de Endoenças, ou das Dores.

Tal período passou, também, a ser celebrado pelas igrejas católica, ortodoxa, anglicana e luterana. A Quaresma está inserida no chamado Ciclo Pascal, que é dividido em três tempos distintos: preparação (Quaresma), celebração (Semana Santa) e prolongamento (Pentecostes).

O número 40 é citado nas Escrituras Cristã em diversos livros do Novo e do Antigo Testamento, não no sentido cronológico, mas como uma preparação, um isolamento, para um novo período, tendo um sentido muito mais oculto do que possa se apresentar aos olhos de um profano..

Coincidências a parte, este ano, em pleno período da Quaresma, fomos, compulsoriamente, colocados em isolamento, devido à pandemia do covid-19 que assola o planeta, também, por um período que não necessariamente será de 40 dias, mas recebe o nome de Quarentena. Hoje, Domingo de Ramos, encerrou-se a Quaresma, mas a Quarentena segue indefinida.

O Ano de 2020, com a chegada dessa pandemia, já se apresenta de forma bem singular. Como estamos atraindo nossas atenções para o nº 40, coincidências a parte, a soma das duas dezenas, 20 + 20, leva-nos a voltarmos a falar do mesmo.

Este número, de fato, é um tanto enigmático e muitíssimo citado na Bíblia, em diversos momentos. Mais adiante, citaremos tais passagens bíblicas. Entender seus significados exige de nós, um prévio conhecimento de alguns estudos, como do alfabeto hebraico, assim como dos Arcanos Maiores do Taroh, os quais possuem uma estreita relação.

Composto por 22 letras, o alfabeto hebraico se divide em letras mães (03), letras duplas (07) e letras simples (12), tendo, cada letra, seu valor numérico (gematria) e semântico. A letra hebraica, cujo o valor é o 40, está no grupo das letras mães e é a letra “Mem”. Que tem como conceito “o brotar da sabedoria na fonte do supraconsciente”;

Segundo o Sepher Yetzirá – O Livro da Criação, as letras do alfabeto hebraico são "os blocos de construção da Criacão". Gematria é o método hermenêutico de análise das palavras em hebraico, atribuindo um valor numérico definido a cada letra. É conhecido como "numerologia judaica" e existe na Torá. A letra Mem é a 13ª letra do alfabeto hebraico, representando a “Purificação”, pois Mem está ligada ao elemento “Água”.

Os 40 dias do Mestre Jesus jejuando no deserto, em isolamento, meditando e preparando-se para levar a efeito sua Missão como Avatara da Era de Piscis. Encontraremos diversas passagens nas Escrituras Cristãs ligadas ao simbólico número 40.

Os 40 anos em que Moisés, com o povo hebreu peregrinou no deserto, até conquistar sua liberdade; o profeta Elias que levou 40 dias para chegar no Monte Horeb; o Manu Noé à frente de seu povo, teve que passar por 40 dias, após o dilúvio, para encontrar terra firme; Moisés, no Monte Sinai, permaneceu por 40 dias e 40 noites, jejuando, purificando-se, para receber as Tábuas da Lei, as novas diretrizes para o seu Povo Eleito.

Enfim, todos esses 40 não são cronológicos e sim simbólicos, cujo significado é o de preparação, purificação para um novo ciclo, um novo momento. O Alfabeto hebraico está ligado ao estudo dos Arcanos Maiores do Taroh, sendo a letra Mem, a 13ª letra hebraica, cuja lâmina do Taroh representa a Morte. Na visão de um profano, um não-iniciado nos augustos Mistérios, o 13 significa o fim, a desgraça, a má sorte. A conotação negativa dada ao 13 pelos materialistas se tornou tão excessiva que, segundo a empresa Otis Internacional, fabricante de elevadores, estimou que cerca de mais de 80% dos prédios construídos com mais de 13 andares, nos EUA, não possui o 13º andar, passando-se do 12º andar para 14º, evitando-se “azarado número”.

Já na visão de um Iniciado, a 13ª carta do Taroh – A Morte, tem como significado a Transformação. No processo de Iniciação é a morte do profano para o nascer do Iniciado. Para que isso aconteça se requer uma “preparação”, uma “purificação”. Ao sermos purificado pela água nos despojamos dos velhos hábitos e nascemos para uma nova vida, na escala evolucional. Afinal, após um banho não nos vestimos com as mesmas roupas sujas!

Entramos no ano de 2020, cuja a soma das dezenas (20 + 20) nos leva ao encontro do enigmático 40 – valor numérico da 13ª letra hebraica – Mem, ligada a 13ª lâmina do Taroh. Conforme os predicados já acima citados, este ano se apresenta como um ano de purificação, para um despertar coletivo, com relação a um novo estado de consciência.

O ano de 2020 possui o 20 duas vezes. A 20ª lâmina do Taroh é o Arcano do Julgamento, portanto, esse acontecerá tanto no plano terreno como no plano divino. Inicia-se uma preparação para um Novo Ciclo Evolucional em nosso planeta.

A Quaresma que se encerra com o Domingo de Ramos, neste ano “coincide-se” com um momento planetário único. Surge nos céus um alinhamento planetário de extrema importância, segundo a astrologia, chamando atenção de diversos segmentos esotéricos e escolas de mistérios, envolvendo milhares de pessoas, por toda parte do mundo. Os cristãos esperam os sinais dos céus para o advento da Parusia - a volta do Cristo. Cabe uma reflexão!

Trata-se da Abertura de um Portal, onde valores do ciclo passado não terão mais lugar no novo ciclo. Sob os influxos do nº 40, dar-se-á início a um momento de purificação, que permitirá a iluminação de nossas sombras, o despertar, o acordar para o que precisa ser mudado, para o que precisa ser feito. A humanidade terá que se ajustar à nova realidade.

À guisa da 20ª lâmina do Taroh – o Julgamento, teremos a separação do joio e do trigo, em todos os segmentos da sociedade (político, social, comercial, religioso, dentre outros) e, somente, aqueles que tiverem atingido o grau de consciência, em consonância com o novo ciclo, poderão continuar em sua escalada evolucional. As Águas (Mem) da purificação (40) exigem de nós a Transformação (13ª lâmina).

O Céu exibe seus sinais, a numerologia cabalística aponta um caminho em meio aos dias atuais, que passam a sabor do folhear do livro de Apocalipse. A pandemia, como Carma Coletivo, levou-nos à reclusão de uma quarentena cercada de incertezas e sacrifícios, mas trouxe com ela a oportunidade da reflexão. Essa pandemia terá papel importantíssimo, exigindo-nos mudanças e adaptações, ocupando um papel imprescindível em nossa transformação.

O momento não é de desespero, de medo e aflição. O momento é de Reflexão, de Purificação! Trata-se de uma transição no processo da evolução humana, bastando nos despirmos dos velhos hábitos e conceitos, e nos libertarmos das vendas da materialidade que ainda nos cobrem os olhos da espiritualidade, a fim de que possamos enxergar um horizonte de Luz, através desse Portal que se escancara para os que têm olhos de ver. Como citamos, o 40 traz como conceito: “o brotar da sabedoria na fonte do supra consciente”

O Domingo de Ramos dá início à Semana Santa, que se encerra com a Páscoa, a Ressurreição. E é este Renascimento que se espera de cada um, a transformação da Iniciação Simbólica em Iniciação Real. A morte (13ª lâmina) dos valores do ciclo que se encerra, para o nascimento de novos valores condizentes ao novo que se inicia. À guisa da gestação humana que, também, é de 40 semanas, como a preparação para a encarnação do espírito na matéria, no plano físico, o momento atual é de preparação, de renascimento para uma nova vida, em um novo ciclo de LUZ!

Bem-vindo. Os Tempos são chegados!

Fontes Consultadas:
Sepher Yetzirah Wikipedia – Quaresma / Tempo Pascal Os Arcanos Maiores do Taroh – G.O. Mebes As Três Letras Mães – Sociedades de Ciências Antigas Meditação Global – Cura e Ascenção

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