A MAÇONARIA QUE PROTEGEU E A QUE COMBATEU BATTISTI



Até quando o terrorista italiano Cesare Battisti, de 63 anos, permanecerá em local incerto e não sabido? Battisti é um “troféu às avessas” para o governo italiano. Nos anos 70, ele integrou um grupo armado de esquerda e acabou condenado à prisão perpétua por quatro covardes homicídios. A condenação dele se baseia no testemunho do militante Pietro Mutti, que fez um acordo de delação premiada com a promotoria italiana.

Membro do grupo “Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), Battisti matou o agente penitenciário Antonio Mares Santoro, em Udine, no dia 6 de junho de 1977; Pierluigi Trregiane, em Milão, no dia 16 de fevereiro de 1979; o açougueiro Lino Sabbadin, em Mestre, no dia 16 de fevereiro de 1979; e o agente de Polícia Andréa Campagna, em Milão, no dia 19 de abril de 1979.

Apesar das mortes objetivas, Battisti sempre jurou inocência: "Reafirmo minha condição de perseguido político. Não sou responsável por nenhuma das mortes que (sic) me acusam (...) Fui condenado à revelia em um processo com acusações feitas há mais de dez anos”.

Foragido, alegando ser perseguido político e não um frio assassino, Battisti terminou preso, em 2007, no Rio de Janeiro. Só que o então ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro, lhe concedeu o status de refugiado político. O então Presidente (atual presidiário) Lula preferiu não extraditá-lo, mesmo com autorização dada pelo Supremo Tribunal Federal.

Desde 2010, Battisti vivia na pacata cidade de Cananéia, no litoral de São Paulo, com rotina de poucos amigos e freqüência aos bares e praias da região. O fato de Battisti ter um filho brasileiro, conforme súmula (421) do próprio STF, não impede a sua extradição.

Novamente foragido, Battisti desafia um pedido de prisão preventiva feito pela Procuradora-geral da República. Raquel Dodge alegou que a medida era necessária para evitar risco de fuga e assegurar a extradição determinada pelo Presidente Michel Temer.

Enquanto a Polícia Federal não o localiza – ou ele se entrega por livre e espontânea pressão -, vale lembrar uma versão sobre uma proteção oculta ao terrorista e que sempre impediu que ele caísse em mãos das autoridades italianas. Battisti contaria com a proteção da famosa Loja Maçônica P2 – considerada apócrifa pelo mundo maçônico. APropaganda Due chegou a agir em favor dele até nos bastidores do poder no Brasil. Mas a reação da tradicional maçonaria italiana contra Battisti foi maior.

A partir de Milão, em fevereiro de 2011, circulou na Itália um documento enviado pela Loja Maçônica Brasil, filiada à Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo com o número 683. O manifesto foi redistribuído pelo Grande Oriente de Milão a todas as lojas maçônicas da Itália. O texto dos brasileiros destacava:

“A República Italiana pode estar certa de que a Nação brasileira, que tanto sofre com uma criminalidade fora de controle, e um governo que tenta instituir uma ditadura, não concorda e não apoia a ação deste governo, de conceder asilo e contribuir para com a impunidade à um criminoso que afrontou as Leis, as Instituições, as autoridades e o próprio povo da Nação italiana”.

Agora, parece que não tem mais “Maçonaria” (ou “mafionaria”) que proteja Battisti. A parte corajosa da Maçonaria brasileira venceu. Assim que for localizado, Battisti será preso e extraditado. É mera questão de tempo...

Ironia da História é que a decisão para extraditar Battisti foi assinada por Michel Temer – que não é mais membro regular da Maçonaria brasileira...  

 Por Jorge Serrão. 
 Blog Alerta Total 


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