Por
Ir.’. Nuno Raimundo
Começo
o título do texto de hoje com a palavra "assombrações" porque de
lés-a-lés surgem notícias que assombram o mundo maçônico.
Algumas
vezes são verídicas e factuais, outras nem tanto, mas a maioria totalmente
falsas. Contudo, as notícias que me suscitam alguma preocupação na verdade, são
aquelas que são mesmo verdadeiras e que focam algo que foi feito ou envolveu de
forma negativa algum membro da Ordem Maçônica.
Quando
algum maçom transgride as regras da "civilização", seja através de
condutas marginais ou por comportamentos ditos desviantes, e por isso mesmo
passiveis de críticas por ultrapassarem qualquer tipo de razoabilidade, não
será apenas o maçom em questão que sofre as consequências, mas a Maçonaria na
generalidade; até porque a opinião pública irá sempre condenar a Maçonaria no
seu todo e não apenas quem foi o causador da notícia ou situação em apreço.
Quando
ocorrem esse tipo de situações, por norma, são sempre desenvolvidas novas
teorias face às existentes bem como outras são usualmente relembradas, sejam
elas verdadeiras ou falsas -para o comum dos mortais o que importa é falar,
mesmo que não saiba do quê!- e são sempre lançados para a "fogueira"
nomes de eventuais maçons, tenham essas pessoas ligações à Maçonaria ou não,
acarretando sérios prejuízos para essas personalidades.
Naturalmente
que todos os maçons condenam quem não sabe viver em sociedade, principalmente
aqueles que se assumem como sendo "pessoas livres e de boa conduta",
porque esses devem ter sempre algum cuidado e parcimônia nas suas ações, uma
vez que estão sempre debaixo do escrutínio permanente do mundo profano.
Algo
que os maçons deverão ter atenção é que devem nas suas práticas mundanas ter os
mesmos comportamentos que terão na sua
vida privada, ou seja, " fazer à vista de todos o que fariam se ninguém os
estivesse a observar". E ter tal noção é uma forma de limitar
acontecimentos onde poderão "derrapar" ou que sejam propícias
situações impróprias para os maçons, seja a nível pessoal como coletivo.
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O
"segredo" que é análogo à Maçonaria também fomenta tais situações,
porque pode levar a pensar que a coberto de um certo tipo de secreticidade tudo
se possa fazer; o que na realidade é completamente falso!
A
ignorância profana sobre o que se passa no seio das Lojas Maçônicas leva à
efabulação sobre o que por lá é tratado. E essa é quiçá uma das condicionantes
a que todos os maçons estão sujeitos.
Normalmente
quando a Maçonaria é falada nos círculos mais mundanos é quase sempre referente
a teorias que pululam por aí, sobre os rituais possíveis de serem praticados ou
pela eventual identificação dos membros de alguma Obediência. Mas quando algum
maçom se mete a jeito, tanto pior... A mediatização que envolva um caso que
envolva um maçom ou algum alegado maçom é amplamente exponenciada, mesmo que o
indivíduo seja inocente ou não. A fome pela obtenção de informação sobre qualquer
coisa que envolva ou toque a Maçonaria é sempre enorme.
Mas
quando é tornado público situações que envolvem conflitos de egos, usurpações
de poder, ambições desmedidas, projetos pessoais e afins, obviamente que a
crítica é forte e incisiva, pois se a Maçonaria se assume como uma Ordem de
carácter espiritual, como podem ter lugar tais comportamentos!?
Mas
a verdade é que eles existem e temos de viver com eles, tentando solucioná-los
da melhor forma possível e caso a caso. E estes "fantasmas" que vão
aparecendo de tempos a tempos e que alimentam o descrédito que a população tem
sobre a Maçonaria é sempre alvo de repúdio, inclusive interno no seio das
várias Obediências.
-Os
problemas entre" egos e malhetes" acabam sempre por prejudicar o
"esquadro e o compasso"...-
O
que me remete em jeito de conclusão para a seguinte reflexão:
Farão
estas individualidades tanta falta à Maçonaria que ela não subsista sem eles ou
eles é que sentem que fazem falta à Maçonaria para que esta Instituição possa
progredir?!"
FONTE: A PARTIR PEDRA
(*) O Ir.'. Nuno Raimundo é membro da R.'.L.'. Mestre Affonso Domingues - Portugal
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