MAÇONARIA NÃO É MILÍCIA

Por  Laurindo R. Gutierrez (* )

Desde o dia que me foi dada a Luz maçônica, aprendi que o Maçom é um pedreiro livre, construtor de catedrais, homem pacífico e amante dos estudos. A palavra Maçom derivada do francês “pedreiro” me deu a certeza da finalidade da Ordem Maçônica, a de construir um novo homem, a partir de um profano tosco, habitante das trevas. Até a palavra Maço, símbolo da ação maçônica, me lembra, Maçom. Nunca vi escrito em rituais, nem ouvi relato algum de que o maçom deva prestar obediência ao Papa, a não ser a si próprio, pois é livre para pensar e agir e assim se tornar um Ser especial, capaz de ensinar a outros e ser exemplo em sua comunidade.

Porém, uma corrente de maçons sustentam que nossa Ordem é originária do Cavaleiros Templários, fundada no ano de 1.118, por nove monges, sobrevivente da Primeira Cruzada, e conhecida como a Milícia de Cristo, criada para proteger os peregrinos que se dirigiam ao Santo Sepulcro e outros lugares sagrados da Terra Santa. Para ser aceito na Ordem o candidato tinha de fazer opção à pobreza pessoal, obediência ao Papa e voto de castidade. Alguns autores afirmam que praticavam sodomia entre eles. Em sua época os Templários foram um colosso financeiro e militar e eram conhecidos como os banqueiros de Cristo, pois arrecadavam fortunas em dinheiro e o guardavam em cofres forte, protegido pelo Senhor; diziam. Muitas obras foram escritas e avidamente devoradas por irmãos desejosos de conhecer a história desses valentes cavaleiros ali retratados. Os Templários nada tinham de maçons, nem influenciaram nossa Ordem, surgida 400 anos depois do fim deles.  Dos Templários, a maçonaria apenas herdou os protocolos secretos e o sigilo imposto a seus iniciados, além do uso do chapéu. Segundo os escritores  J. Castellani e H. Spoladore, o mais certo é que a Maçonaria tem sua origem nas Guildas, uma Corporação de Ofício, que abrigava trabalhadores como, pedreiros, sapateiros,  e alfaiates, que pagavam uma certa quantia para pertencer àquela Corporação.  A maçonaria da época, por sua tradição oral, não deixou qualquer documento escrito, que pudesse liga-la aos Templários, ou a nenhum outro grupo ou Ordem. Tudo que se fala ou escreve sobre a ligação Templários e maçonaria, é especulação.

A ruína dos Cavaleiros Templários, parece ter começado com seu crescimento desordenado, que tendo começado com nove monges, pouco tempo depois eram mais de 15 mil, além de uma esquadra marítima poderosa. Seu grande pecado foi quando num ato de vilania assaltaram e mataram seus irmãos cristãos em Constantinopla  no ano de 1.204. Esse foi o grande erro deles, que causou o Cisma da Cristandade, e nunca mais a Igreja de Roma e a Grega de Constantinopla, fizeram as pazes. O Rei Filipe IV, “O Belo”, em 13 de outubro de1307, ordenou um ataque surpresa, prendendo, torturando e matando dezenas de cavaleiros em toda a França. Nesse dia os Templários foram dizimados  e desapareceram para sempre.  Apesar de existirem ainda hoje, alguns grupos que se denominam Cavaleiros Templários, na verdade são clandestinos e irregulares, pois o verdadeiros Templários desapareceram para sempre,  naquele fatídico 13 de outubro de 1.307. A pá de cal que sepultou para sempre os C.T. foi jogada pelo Papa Clemente V, no ano de 1312, determinando a dissolução da Ordem, sob acusação de heresia. Amantes do militarismo, admiradores de seitas exóticas, caçadores de tesouros perdidos, ao estilo Indiana Jones e curiosos de todo tipo criaram a fantasia ligando nossa  Ordem ao Templários. Muitos autores trabalham  para dar credibilidade a essa idéia com seguidores ferrenhos, que não conhecendo nem o ritual maçônico do Grau de Aprendiz acreditam no que leem.  A “arma” do pedreiro livre, é a inteligência aplicada à colher de pedreiro, não a espada, instrumento de morte, e sua casa é o templo onde se reúne; não o quartel.

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 Fonte - Internet – JB News –  Dicionário Maçônico ( R. da Camino) –
Texto revisado do original de 25/05/11-  


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