Sete Virtudes e Sete Pecados

*Artigo do Grão-Mestre Barbosa Nunes
Cúpula da Igreja da Candelária, Rio de Janeiro
"A Virgem rodeada das sete Virtudes"
Aurélio Clemente Prudêncio, conhecido como Prudêncio, poeta romano cristão, viveu de 348 a 410 a.C. é considerado o maior poeta cristão da Antiguidade.
Apresenta em seu poema “Batalha da Alma”, (psicomaquia), lutas entre as virtudes e os vícios. Nos 1000 versos relaciona a fé cristã atacada e vencendo os vícios. O poema é um dos pontos altos da literatura latina cristã.
Dele derivam as sete virtudes, que praticadas protegem a pessoa contra tentações dos sete pecados capitais. Leia mais
As sete virtudes em ordem crescente são: Simplicidade, que é abraçar a moral de si próprio e alcançar pureza de pensamento através de educação e melhorias. Generosidade,desprendimento, dar sem esperar receber, boas ações. Temperança, moderação, demonstração de prática de comedimento. Os maçons sabem que em um templo para se caminhar do ocidente para o oriente é obrigatório ultrapassar 7 degraus, e o primeiro mais importante é a temperança.
Diligência, ética, decisão e presteza. Paciência, serenidade, paz, resistência a influências internas e moderação da própria vontade. Caridade, amizade, compaixão e simpatia. Os que professam a Doutrina Espírita têm como básica a afirmativa: “Fora da caridade não há salvação”. Humildade, modéstia, comportamento de inteiro respeito para com Deus e ao próximo.
A prática dessas virtudes protege o ser humano contra as tentações dos Sete Pecados Capitais, classificação de condições humanas conhecidas atualmente como vícios, que é muito antiga, anterior ao cristianismo, mas que foi usada pelo catolicismo com o intuito de educar e proteger.
São Tomás de Aquino, padre dominicano, filósofo, teólogo, analisou a gravidade dos pecados, produzindo uma de outras listas. Atualmente, aceita-se a seguinte lista dos Sete Pecados Capitais: Vaidade, orgulho, soberba. Pessoa vaidosa deseja que sua imagem seja admirada. Inveja, sentimento de tristeza perante o que o outro tem e a própria pessoa não tem. Ira, intenso sentimento de raiva, ódio, rancor, fortes emoções derivadas de causas acumuladas ou traumas.
Preguiça, aversão ao trabalho, negligência, morosidade e lentidão. Direciona sua vida para que não se envolva em maiores esforços. Avareza, ganância, apego excessivo e descontrolado pelo dinheiro e bens materiais, priorizando-os acima de tudo. O avarento renega aos próprios desejos e necessidades, para ter um pouco mais de dinheiro em suas economias.
Gula, desejo insaciável, além do necessário, em geral por comida, bebida ou drogas. No presente momento e para o bem das futuras gerações, os pais estão conscientes de que a gula deve ser combatida. Luxúria, apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes, sensualidade, comportamento desregrado. É uma porta para levar a outros pecados, como prostituição, sodomia, pornografia, incesto, pedofilia e tantos outros relacionados à carne.
Entre as Sete Virtudes, a Paciência traz inúmeros benefícios, mas é difícil de desenvolvê-la e exercitá-la. É possível, em diversas áreas, como no trânsito, na fila do banco, na convivência familiar, na atenção com os idosos, no relacionamento com crianças, no trabalho, nos estudos e em tantos outros momentos da vida.
Sem praticar a paciência os atropelos surgem, as dificuldades aparecem, seu objetivo não é alcançado e sua vida vai tornando-se desequilibrada, estressada.
Anteriormente, já indiquei aos amigos que me distinguem com suas qualificadas leituras, o livro “O poder da gentileza”, de Linda Kalpan Thaler e Robin Kaval, Editora Sextante, que me foi presenteado pelo Grão Mestre Geral Honorário da Maçonaria Brasileira, residente em Sorocaba, Laelso Rodrigues.
Agora chega em minhas mãos, postado, em João Pessoa, pelo Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil – Paraíba, dileto amigo e fraternal Irmão, Aderaldo Pereira de Oliveira, o livro “O poder da paciência”, de M. J. Ryan, também da Editora Sextante. Aderaldo com quem convivo há cerca de 15 anos, gentilmente assim me dedica a publicação: “Ao professor Barbosa, por excelência um praticante da paciência, meu abraço especial. Aqui em João Pessoa, recebo todas as semanas o artigo publicado no Diário da Manhã. Parabéns!”. Somos identificados na missão do Programa Maçonaria Contra as Drogas – A Favor da Vida, trabalho que já realizamos em conjunto em Goiás, Distrito Federal Paraíba e vários outros estados do Nordeste.
O autor estimula a reflexão sobre hábitos e sentimentos, ensinando que a impaciência envenena a alma, muitas vezes nos tornando pessoas grosseiras e mal humoradas. A paciência é uma das formas mais eficientes para eliminar os estados de tensão e irritação. Com citações inspiradoras mostra que a paciência é um hábito, e, como tal, deve ser cultivada e exercitada.
M. J. Ryan declara: “Quando conto que escrevi um livro sobre paciência, as pessoas me pedem enfaticamente: Preciso disso! Nunca se precisou tanto de paciência, quanto agora, e nunca o estoque esteve tão baixo.”
A publicação é transmissora de muita mansidão, paz e permite ao leitor uma avaliação sem nenhuma cobrança de como está se comportando no meio em que vive. O autor usa nas duas páginas iniciais as frases: “A paciência é a chave para tudo. Você consegue a galinha chocando o ovo, e não quebrando-o (Arnold Glasgow)”. “Querido Deus, rezo pedindo paciência. E eu a quero imediatamente (Oren Arnold)”. 
Desejo que este artigo ajude a mim e a você a buscar e expandir a paciência que está dentro de cada um de nós. Assim, estaremos combatendo o estresse, praticando uma das melhores coisas que podemos fazer por nossa saúde e vida.

Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, delegado de polícia aposentado, professor e Grão Mestre da Maçonaria Grande Oriente do Estado de Goiás – barbosanunes@terra.com.br

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