O Grão-Mestre Geral Soberano Irmão Marcos José da Silva recebeu a equipe da Secretaria de Comunicação para uma conversa sobre os 190 anos do Grande Oriente do Brasil - GOB. Na entrevista que se segue o Grão-Mestre Geral fala sobre a importância, os desafios, o desenvolvimento do pensamento maçônico e temas da atualidade, além das comemorações que serão realizadas para homenagear essa data que é tão especial para o GOB. Leia a entrevista completa
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01. Qual a importância do crescimento da maçonaria desde a fundação do Grande Oriente do Brasil (GOB)?
Sob:. Ir:. Marcos José da Silva: A maçonaria tem se desenvolvido cada vez mais a influenciar no sentido do aprimoramento do homem. A ênfase é dada a filantropia. Esse aspecto dentro da maçonaria tem um peso muito grande. As atividades filantrópicas evoluem a tal ponto que nós não conseguimos ter a ideia do total de assistência mensal e anual. Hoje estimamos em dois milhões de atendimentos por ano, mas eu acredito que tenha muito mais, pois muitas lojas não informam o que fazem. Temos várias lojas com inúmeras atividades e nós não sabemos sobre seus dados totais. Esses dados são importantes e nós temos ressaltados para as lojas maçônicas e para que outras instituições comecem a fazer processos semelhantes. Mas as pessoas têm dificuldade de entender. Esperamos progredir nessa questão.
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02. Na visão do senhor o que representa para o Brasil os 190 anos do GOB?
Sob:. Ir:. Marcos José da Silva: O GOB sempre esteve presente na história do Brasil e para nós representa muito porque sempre exercitamos a ideia do sentimento de brasilidade, esse espírito dessa brasilidade é permanente dentro da maçonaria, seu nome e sua representação como país. A maçonaria sempre reverenciou e sempre lutou para que fosse mantido em elevado grau esse sentimento e será sempre assim, porque o GOB é essencialmente cívico e brasileiro. Não importa quem seja o governante, o que importa é que é o Brasil e dentro dos nossos princípios todo governante deve ser respeitado; e todo governante sendo respeitado; estaremos respeitando o próprio Brasil. Importante tomarmos cuidado com as críticas não fazendo deduções absurdas ao país. O país somos nós. Infelizmente o que há de mal é ressaltado e o que há de bom é pouco divulgado. Quantas coisas são realizadas no país em termos de pesquisa e de atendimentos em beneficência que não se tem notícia? Por uma questão de vender imagem, propaganda, as notícias ‘mais escandalosas’ são divulgadas, porque dá público.
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03. Qual a mensagem que o GOB atual desta era da tecnologia e de mudanças tão rápidas falaria para as atuais e próximas gerações?
Sob:. Ir:. Marcos José da Silva: Gostamos de ressaltar o fato de que nós temos no Brasil tudo para sermos um país gigantesco. Temos terra, disponibilidade, benefícios do clima, uma população eminentemente jovem, recursos naturais, humanos e materiais.
Assim como na minha época onde diziam que nós jovens seríamos o futuro do país, o jovem também tem esse potencial. Falo desta feita com maior assertividade, pois à medida que evoluímos no ensino, nas disciplinas e no aperfeiçoamento das técnicas e das tecnologias, também esperamos cada vez mais a participação das futuras gerações.
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Temos que nos conscientizar sobre o potencial que o jovem tem. Da necessidade em desenvolvê-lo de forma positiva para que possamos ter uma nação não somente respeitada, mas que caminhe para a liderança do mundo.
Nós temos um campo favorável a muitas conquistas enquanto nação e precisamos recompensar esse cenário com as nossas atitudes que devem ser a favor da humanidade toda. Acredito que no futuro grandes conquistas virão de nossos brasileiros. Temos também um fator preponderante que é a paz. Nós não temos guerrilhas ideológicas, podemos ter divergências ideológicas, não temos combates frontais de pessoas ou grupos, mas de ideias e isso traz até um benefício, pois as pessoas têm a possibilidade de ter uma maior visão sobre diversos aspectos.
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04. Quais são os temas na conjuntura do cenário mundial e brasileiro que mais chamam a atenção dos gobianos atualmente?
Sob:. Ir:. Marcos José da Silva: Sem dúvida alguma na atual conjuntura é a corrupção. Aqui no GOB é um dos temas que chamam mais atenção e um dos mais comentados. Eu sempre faço uma ressalva no seguinte sentido: para que nós possamos oferecer críticas é preciso que saibamos do que estamos falando, não é apenas falar por falar em corrupção.
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Em diversas oportunidades, palestras ou conversas, eu já chamei a atenção do público maçônico para o fato da corrupção e sempre pergunto a eles como são suas relações em questão com a pirataria, por exemplo, e com os pequenos atos corruptíveis de nossa cultura. Muitas pessoas não se dão conta disso e essa questão é importante de ser analisada na atitude diária dos indivíduos. Temos que ter cautela com a bandeira que levantamos, pois temos que estar incólumes com qualquer crítica que façamos a determinado tema. É uma questão que tratamos com muito cuidado, primeiro alertando as pessoas sobre o que é a corrupção e depois como podemos agir no dia a dia para evitarmos essa chaga.
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Outro assunto que é debatido e também de muita preocupação para a maçonaria atual é a nossa soberania nacional, com ênfase às questões da Amazônia. Sabemos que a floresta é cobiçada pelo potencial que ela tem em água potável. Potencial este que está ficando escasso no mundo. E isso é o cerne. A biodiversidade é importante, as questões de terra e as questões climáticas também, mas vital para a vida é a água, pois sem ela não há vida. Há estudos divulgados em que daqui a trinta, quarenta anos nós teremos um problema sério de água potável no mundo. E onde as outras nações pretenderão abastecer suas escassas reservas? Em nossos mananciais. É com isso que também temos que nos preocupar. Não estamos dando a devida atenção para o fato e suas consequências. O problema é uma questão de sobrevivência. Hoje mais de 95% da água potável engarrafada que nós tomamos está em mãos de empresas estrangeiras no Brasil. Imagina como isso no futuro será importante.
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Outro tema de destaque que nos preocupa é a saúde. Mas uma saúde vinculada também a boa alimentação e para uma boa alimentação, o desenvolvimento da tecnologia aplicada sobre a terra, para que possamos produzir algo que seja mais em conta para a população. E tudo isso só se consegue mediante investimentos em educação. Há uma interligação em tudo, não são fatores isolados. A segurança pública também está vinculada a educação, pois a violência vem da não aplicabilidade dos bons costumes, da falta de uma boa formação do homem, do escasso ou inexistente acesso às oportunidades. Temos que ajudar a reverter esse cenário e alcançar tudo isso de forma qualitativa e isso são fatores que preocupam o pensamento maçônico, pois são preponderantes para que o Brasil possa crescer e ser uma liderança mundial.
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05. O senhor destacaria algum líder maçônico ou pessoa influente dentro da maçonaria nos períodos da história brasileira?
Sob:. Ir:. Marcos José da Silva: Não faria isso, pois são vários e eu seria injusto em mencionar alguns em detrimento de outros, a congratulação deve ser igual, para todos, porque na maçonaria nós temos uma situação muito específica. Existiram e existem muitos maçons que muito fizeram e fazem e não quiseram e não querem aparecer. Há os que apareceram durante o desenvolvimento da história brasileira, mas e àqueles que também estavam fazendo a história? Não são somente os líderes que realizam, os liderados também. Muitas vezes são os liderados que fazem e quem colhe os louros são os líderes pela sua posição. E todos historicamente documentados ou não merecem a nossa gratidão.
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06. Quais são os novos desafios e conquistas que o GOB almeja?
Sob:. Ir:. Marcos José da Silva: O grande desafio para o GOB é exatamente podermos ter uma maior participação na vida política e econômica do desenvolvimento do país. Iremos lutar para eleger maçons. O principal fato para a ação e que damos destaque é a necessidade de passarmos a ter uma participação mais efetiva com relação aos projetos que tramitam e ajudar a minimizar a burocracia. Tanto na esfera municipal, como estadual e federal. É importante enfatizar e dar apoio àqueles projetos que objetivam atender aos princípios que nós da maçonaria defendemos e trazer benefícios para as pessoas em geral. Interessa-nos saber que tal projeto trará benefícios para todos independentes do autor ou partido. Assim, todos nós maçons temos que sair às ruas, colher assinaturas e menções de apoio para esse projeto.
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07. Quais são as comemorações que o GOB está preparando para seu 190º aniversário?
Sob:. Ir:. Marcos José da Silva: Nesses 190 anos nós vamos ter comemorações muito simples, mas de grandes significados. Teremos pela primeira vez realizada no Grande Oriente do Brasil uma sessão magna comemorativa de aniversário. Inédita, essa sessão magna será dirigida pelas três lojas que deram início ao GOB (Commércio e Artes, Esperança de Nicteroy, União e Tranquilidade).
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Ainda teremos o lançamento de um selo comemorativo aos 190 anos do GOB para marcar a importância desse aniversário. Realizaremos diversas homenagens de honrarias principalmente aos maçons mais antigos de cada um dos estados da federação que tenham quarenta ou mais anos de atividade maçônica. É uma maneira que temos de homenagearmos todos os maçons na figura destes ilustres irmãos que já se dedicaram por demais as obras da maçonaria. Para nós será motivo de muita alegria e satisfação poder materializar um pouquinho da nossa satisfação e gratidão diante do muito que eles já fizeram pela ordem.
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08. O senhor gostaria de deixar uma mensagem para os maçons em referência os 190 anos do GOB?
Sob:. Ir:. Marcos José da Silva: Nesse momento nós só temos uma palavra: Muito obrigado. E este agradecimento é feito porque embora estejamos na presidência do GOB como Grão-Mestre Geral, na realidade aqueles que realizam o trabalho maçônico e fazem com que a maçonaria seja conhecida e reconhecida nos diversos segmentos sociais são as lojas, que são objeto de nossa gratidão, porque são as lojas que realizam e o GOB apenas representa. Peço ao grande arquiteto do universo que esteja sempre presente em suas atividades iluminando e orientando; abençoando e protegendo, para que possamos ter uma maçonaria cada vez mais pujante graças aos valorosos irmãos.
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Fonte: (A:CC/R:JA)
Sec:. Geral de Comunicação e Informática
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