Oração diante da palavra - Meimei

*Por Barbosa Nunes
Palavra, elemento distinto de fala ou escrita, que funciona como condutor de um significado. Do latim parábola, do grego parabolé. Pode ser definida como conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente com a ideia que transmite.
A palavra oral, escrita é hoje usada intensamente e de forma abreviada na internet, ora com autoria, outras vezes por mãos que se escondem, instrumento poderosíssimo para o bem, mas também para o mal. Se usadas como armas, ferem. Se com apoio, amor, compreensão, amizade, respeito, consideração, fraternidade, equilíbrio, coração sem mágoa, transformam-se em orações que contribuem para um mundo melhor, sempre para somar, nunca para dividir. Sempre para construir laços fraternais, nunca para desagregar. Sempre como crítica construtiva, nunca depreciativa.
É na verdade a expressão e revelação de quem a profere, por isso como afirmou Henry George Bohn: “Use, na discussão palavras suaves e argumentos sólidos”. Enquanto Mahatma Gandhi, afirma: “O homem arruína mais as coisas com as palavras do que com o silêncio”.
É preciso ter muito cuidado ao proferir palavras. Estas geram atitudes, que geram hábitos e os hábitos formam a personalidade. A personalidade é o conjunto de características psicológicas que determina a individualidade pessoal e social de alguém, mostrando o que a pessoa as vezes esconde em seu interior.
Pertenço há 33 anos ao Grande Oriente do Estado de Goiás, nos últimos 5, como Grão Mestre Estadual, em mandato extensivo em reeleição até 2015, instituição que tem em um dos seus princípios gerais e como fim supremo, a fraternidade, determinando que os maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os homens esparsos pela superfície da terra.
O que significa a palavra fraternidade?
Convivência como de irmãos de sangue, harmonia e camaradagem, na sua essência significa amar aos outros como ama a ti mesmo, vivendo em harmonia, evitando brigas e desentendimentos, trazendo no coração a bondade por Deus recomendada.
Neste introito, resumo a minha vigilância diária em proferir palavras ou escrevê-las, amparado na Doutrina Espírita que professo e na Maçonaria que integro, baseando-me na orientação de não falar alto e apresentar argumentos.

Assim, é que convido aos que me distinguem com suas qualificadas leituras a orarem comigo a “Oração Diante da Palavra”, de “Meimei”, nome do espírito que se manifestou através de mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier. Meimei quando em vida era Irma de Castro Rocha, nascida na cidade de Mateus Leme, Minas Gerais, em 22 de outubro de 1922, desencarnada em Belo Horizonte, em 1° de outubro de 1946. Ficou conhecida na família espírita como “Meimei”, expressão carinhosa adotada por ela e seu esposo Arnaldo Rocha, com quem viveu apenas dois anos até o seu falecimento, a partir da leitura que fizeram do livro “Momentos em Pequim”, do filósofo chinês Lyn Yutang.
Ao final do livro, no glossário, encontraram o significado da palavra meimei “a noiva bem amada”. Este apelido ficara em segredo entre o casal. Depois de desencarnada, Irma passa a se identificar como Meimei, nas mensagens psicografadas.

“Senhor! Deste-me a palavra por semente de luz. Auxilia-me a cultivá-la. Não me permitas envolvê-la na sombra que projeto. Ensina-me a falar para que se faça o melhor. Ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memória tudo aquilo que a tua bondade espera se lance no esquecimento. Onde a irritação me procure, induze-me ao silêncio, e, onde lavre o incêndio da incompreensão ou do ódio, dá que eu pronuncie a frase calmante que possa apagar o fogo da ira. Em qualquer conversação, inspira-me o conceito certo que se ajuste à edificação do bem, no momento exato, e faze-me vigilante para que o mal não me use, em louvor da perturbação. Não me deixes emudecer, diante da verdade, mas conserva-me em tua prudência, a fim de que eu saiba dosar a verdade, em amor, para que a compaixão e a esperança não esmoreçam junto de mim. Traze-me o coração ao raciocínio, sincero sem aspereza, brando sem preguiça, fraterno sem exigência e deixa, Senhor, que a minha palavra te obedeça a vontade, hoje e sempre.”

Em orientação que faço sempre nas lojas maçônicas quando do uso da palavra, que seja antes de tudo, respeitoso, maçônico e muito fraterno.
Qual a minha palavra final seja de conforto e solidariedade à Polícia Civil do Estado de Goiás. Instituição que integro, em aposentadoria, mas que honradamente, exerci como delegado nas jurisdições de Orizona e Bela Vista de Goiás. Polícia Civil, composta por um grupo de dedicados e competentes profissionais, buscava a verdade sobre a “Chacina de Doverlândia”. Tiveram suas encarnações finalizadas. Foge-me o alcance do entendimento para interpretar o suposto autor dos crimes, Aparecido de Souza Alves, que ceifou violentamente, 7 vidas e dias após terminou sua trajetória levando jovens com crescimento na vida, pais, experimentados profissionais e muito queridos, somando-se 14 ausências irreparáveis em suas famílias.
As primeiras em moradia rural de longo tempo e de formação familiar. As últimas no exercício de defesa da população. Tive com o colega Jorge Moreira relacionamento de cordialidade e com o delegado Antônio Gonçalves Pereira dos Santos, muita proximidade, extrema gentileza com que sempre me distinguiu e uma identificação em especial, desde outubro de 1997. Como palestrante especializado na área de drogas, professor da Escola Sem Drogas, falou aos multiplicadores que estavam sendo formados e muito contribuiu com o plantio da semente, hoje em todo Brasil, “Maçonaria Contra as Drogas – A Favor da Vida”.
Interpreto, diante das minhas limitações, que eles prestaram seus bons serviços e estavam sendo aguardados no plano espiritual, como diz Meimei na prece “Deus Aguarda”.
“O caminho para a vida superior começa na prestação de serviço aos outros. Deus necessita de sua colaboração e espera por ti.”
* Barbosa Nunes é Grão Mestre do
Grande Oriente do Estado de Goiás
e-mail: barbosanunes@terra.com.br

Postar um comentário

0 Comentários