PGR avalia pedir abertura de inquérito contra senador Demóstenes Torres

Sul 21
Senador Demóstenes Torres (DEM-GO) 
Um inquérito para investigar o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) poderá ser aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Denúncias de cobrança de propina e favorecimento pela máfia dos caça-níqueis em Goiás recaem sobre o senador. A situação do parlamentar ficou ainda mais complicada nesta sexta-feira (23), após a divulgação de informações, pela revista Carta Capital, de que receberia 30% da arrecadação do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com o jogo ilegal para alimentar o caixa 2 de campanha eleitoral.

Conforme a matéria, publicada no site da revista, três relatórios do delegado Deuselino Valadares dos Santos, ex-chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal em Goiás, revelam que o senador recebia comissão sobre a arrecadação do esquema, que teria arrecadado aproximadamente R$ 170 milhões em seis anos. A parte do parlamentar seria de R$ 50 milhões, dinheiro que seria destinado à sua futura campanha ao governo do Estado.

Os documentos integrariam relatório da Operação Monte Carlo, que prendeu 35 pessoas em 29 de fevereiro, entre elas Cachoeira e o próprio delegado. Deuselino teria parado suas investigações depois de ser “comprado” pelo grupo do bicheiro e Demóstenes. Também estariam envolvidos os deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB), Jovair Arantes (PTB) e Rubens Otoni (PT).

Uma outra reportagem, do jornal O Globo, diz que grampos da PF revelaram que Demóstenes pediu dinheiro e vazou informações oficiais a Cachoeira. Numa das gravações, o senador apareceria solicitando ao bicheiro que lhe pagasse uma despesa de R$ 3 mil com táxi aéreo. Em outra, faria confidências sobre reuniões reservadas com autoridades.

Os senadores Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) e o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) vão pedir na terça-feira explicações a Gurgel sobre quais providências tomou em 2009 sobre o relatório, que também aponta o envolvimento dos deputados Carlos Leréia (PSDB) e Sandes Junior (PP) com Cachoeira. “A PGR não pode mais retardar as investigações”, afirmou Randolfe. Ele e Taques haviam apresentado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), representação para apurar as denúncias que envolvem Demóstenes. Segundo Randolfe, com os novos fatos, tornou-se “inevitável” que Sarney despache o pedido para a Corregedoria ou para o Conselho de Ética do Senado.

O advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse que seu cliente nega “peremptoriamente” as acusações de que recebia 30% da arrecadação de Cachoeira. Segundo ele, a matéria é “uma ofensa” e os relatórios da PF citados, “fantasiosos”. Sobre o suposto pedido de dinheiro ao bicheiro, o advogado informou que o senador só vai se pronunciar depois de conhecer as denúncias.
Com informações de Carta Capital, O Globo e O Estado de S. Paulo

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