Ex-ditador da Guatemala será julgado por crimes de guerra

Por Michael McDonald
Da Reuters
CIDADE DA GUATEMALA, 27 Jan (Reuters) - O ex-ditador da Guatemala Efrain Ríos Montt (foto) será julgado por acusações de genocídio e crimes contra a humanidade, como parte dos processos relativos à brutal guerra-civil do país, a qual durou 36 anos.

Uma juíza encontrou evidências suficientes que ligavam Ríos Montt, que governou durante um período particularmente sangrento entre 1982 e 1983, ao assassinato de mais de 1.700 indígenas em uma investida contrainsurgente.

"Acredito que há evidências suficientes nestas acusações", afirmou a juíza Carol Flores, que concordou com os promotores que Ríos Montt, como chefe de governo, deve responder pelas brutalidades que ocorreram sob seu comando.

Promotores alegam que Ríos Montt, chefe do governo por 17 meses, foi negligente enquanto os soldados estupravam, torturavam e incendiavam com o objetivo de eliminar insurgentes de esquerda.

Advogados também acusam Ríos Montt de conceber um plano contrainsurgente que matou pelo menos 1.771 membros não-armados da tribo Ixil, que ele afirmou serem auxiliares de guerrilhas, e forçou outros 29.000 para o exílio.

Os advogados de defesa afirmam que o ex-ditador de 85 anos não controlava as operações nos campos de batalha durante o conflito interno entre 1960 e 1996, que deixou quase 250 mil mortos e desaparecidos e, portanto, consideram que ele não pode ser responsabilizado.

Mulheres da tribo Ixil, vestidas em roupas tradicionais de um vermelho vibrante, compareceram à audiência que terminou com a ordem de prisão domiciliar de Rios Montt até a audiência preliminar em Março.

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