Irmandade Muçulmana confirma que aplicará lei islâmica ao assumir poder no Egito

Operamundi
Homem protesta durante julgamento de Hosni Mubarak; futuro do Egito após que do ditador ainda é nebuloso
Um dos principais líderes da Irmandade Muçulmana, grupo religioso que caminha para vencer as eleições legislativas no Egito, confirmou que a sharia, a lei islâmica, será aplicada no país, o que implicará na proibição do consumo de álcool. A adoção de princípios do Corão como base das leis no Egito é um dos principais temores de organizações de direitos humanos, que alertam para os riscos de aumento da repressão contra as mulheres no país.

“O islã é a solução”, disse Sobhi Saleh, em entrevista ao jornal egípcio Al Masry al Youm. O dirigente da cidade de Alexandria, que também foi senador, afirmou que a aplicação da lei islâmica “era planejada desde 1928”, quando a Irmandade Muçulmana foi fundada. Durante as manifestações que derrubaram o ditador Hosni Mubarak, o grupo evitou dizer se defendia ou não a adoção de um regime islâmico no país, em oposição ao modelo de governo secular que existe atualmente no Egito e em países como Turquia e Líbano.

Saleh confirmou que tão logo assuma o poder, o Partido Liberdade e Justiça – braço político da Irmandade – proibirá a venda e o consumo de álcool no Egito. “O turismo não significa nudez e embriaguez”, disse. “Os egípcios são o povo mais religioso e não precisamos disso”.

Sobre a volta das manifestações que levaram à confrontos na praça Tahrir e em outros pontos do país, Sobhi Saleh culpou “sobras” do regime de Hosni Mubarak. De acordo com informações do jornal El Mundo, a Irmandade Muçulmana pretende agregar lideranças jovens ao novo governo para esvasiar os protestos.

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