Justificativas do governo para fusão não se sustentam

Por Miriam Leitão
Sobre a fusão entre Carrefour e o Pão de Açúcar, a ministra Gleisi Hoffmann disse que pelo fato de os recursos saírem de um braço do BNDES, não seria dinheiro público. Essa informação não é verdadeira, a menos que tenham privatizado o banco e ninguém saiba. Qualquer braço do BNDES, como o BNDESPar, é estatal. Portanto, estamos falando de dinheiro público sim.

Ontem, o Senado aprovou mais R$ 55 bilhões para o banco; ou seja, o Tesouro vai se endividar no mercado a preço altíssimo para capitalizar o BNDES.

O governo também argumenta que não haverá demissões e que será bom para o desenvolvimento do país. Mas em todo caso de fusão, os empresários falam que garantirão o emprego, mas sempre demitiram, porque se você tem duas lojas, uma do lado da outra, acaba fechando uma delas para evitar duplicação.
Outra justificativa dada é que será uma oportunidade única de colocar produtos brasileiros lá fora. Essa não é a estrada para aumentar a exportação. A França é um país muito fechado, que subsidia sua produção.

Para o Brasil vender mais, é preciso aumentar a competitividade da economia brasileira, resolver problemas de portos e estradas, por exemplo, não virar um sócio minoritário de um supermercado francês.

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